Capítulo - five

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— Cara isso é muito estranho. Por que ela deixaria seu diário, um relógio e uma carta sem rumo com o velho? - Victor questiona olhando para o teto da delegacia entediado. — Tipo... talvez fosse uma caixa nostálgica para abrir daqui 10 anos e se lembrar da infância mas não faz sentido ter deixado com o senhor Henri porque talvez ele não esteja vivo até lá, não acha?

— Shhh! Quieto, eu estou tentando ler o diário aqui... - A morena diz sem tirar os olhos do pequeno caderno da garota.

— Espera! Você está lendo o diário dela?! Isso não é invasão de privacidade não?

— Ler um diário não é crime Victor...

— Mas isso é imoral. Eu sei que são apenas desabafos e sentimentos mas não é como se ela estivesse exposto isso em uma rede social... E se ela achar ruim quando aparecer?

— E o que isso importa? Nosso objetivo é encontrá-la. E para isso temos que analisar todas as pistas que temos.

— Buff! Como você é sem coração Dayane, Misericórdia... - A morena revira os olhos sem dizer nada voltando a focar no caderno enquanto Victor a observava curioso por alguns segundos. - O que diz aí? — Ele diz e a mesma levanta a visão quase que imediato o fitando.

— Não foi você que disse que era imoral agora pouco?

— Sim mas... Eu também estou no caso e tenho que analisar as pistas junto com você. - Se aproxima da mesa de Dayane em sua cadeira ficando ao seu lado.

— Certo, Ela ganhou esse diário de sua mãe no seu aniversário de 8 anos. Nas primeiras páginas ela descreve muitos momentos felizes em família, viagens e como foi seu dia na escola...

— Ah que interessante... - Diz com ironia. - Pula pro final pra antes dela resolver fugir, por favor.

— Será que dá pra calar a boca e prestar atenção?

— Buff! Eu não quero saber dos seus sentimentos de quando perdeu a mãe, eu sou um cara sensível...

— Deixa de ser fresco.

— Eu não sou... Aff tá, vai logo com isso.

— Certo, bebê chorão... Depois que sua mãe morreu ela deu uma pausa de uns 3 meses na escrita que foi o tempo em que ficou viajando com seu pai, provavelmente não levou o diário... Quando voltou começou a escrever novamente e o que mais chamou minha atenção é o jeito que descreve a madastra com ódio e repugnação depois que se casou com seu pai.

— É claro, a mulher tomou o lugar de sua mãe... É de se entender.

— É o que seu pai pensava, Caroline não odiava Débora quando chegou nem muito menos quanto começou a se envolver com seu pai, pelo o contrário, ela aceitou e disse a ele mesmo que deveria seguir em frente. Seu ódio por Débora é por outro motivo.

— E qual é esse motivo?

— Eu não sei, ela rasgou quase todas as páginas em que fala sobre a mulher, Talvez tivesse medo que ela pegasse e mostrasse ao seu pai.

O mistérioso sumiço em Brockton Onde histórias criam vida. Descubra agora