Capítulo - 11

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— Bom... Vamos lá... Tudo começou depois que eu e meu pai voltamos de viagem e ele reencontrou Débora, em uma loja de móveis usados em que trabalhava. Pelo menos era o que eu imaginava. — Claro, a madrasta, não me surpreende nem um pouco, mas o que ela quis dizer com essa última frase?



— Como assim? — Pergunto curiosa.


— Bom, não sei se você sabe, mas Débora é filha de um amigo de adolescência do meu pai, Douglas. Sua mãe a abandonou depois do parto e a jogou nas mãos do pai antes de sumir completamente no mundo. Douglas não sabia como cuidar de uma criança e a primeira coisa que pensou foi jogá-la em uma escola de adoção e seguir com sua vida como se ela nunca tivesse existido, mas meu pai não deixou. Ele disse que uma criança não merecia essa vida, que independente de ter sido um erro uma criança era um presente de Deus e que ele ajudaria o amigo a cuidar dela.  — Bom, ele estava certo. Afinal como dizia Rousseau: todo ser nasce puro, o mundo em volta é o que o corrompe. Mas não falei nada, decidir continuar calada e prestar atenção na história.


— Por conta disso Douglas acabou aceitando a ajuda do meu pai e ficou com Débora, mas não pense que foi tudo mil maravilhas para os dois depois disso. Sua criação foi muito difícil, Douglas não tinha dinheiro e seus pais haviam o expulsado de casa por seu ato delinquente. Ele tinha que se virar sozinho mas graças ao meu pai, conseguiu um lugar para morar e um trabalho enquanto ele cuidava de Débora quando podia depois da escola. Débora não era amada pelo pai e durante todo o seu crescimento foi assim, todos falavam que ele só aceitou ficar com ela porque meu pai o prometeu ajudar a sair da merda. Ela não tinha ninguém, ninguém para lhe dá o amor que uma criança merecia, exceto pelo meu pai que sempre a tratou com carinho durante todo o tempo e ganhava tudo que não tinha de Douglas. Como o esperado Débora se apaixonou pelo meu pai mas ela ainda não sabia disso, era muito nova. Porém com o tempo, ele precisou se afastar para tomar os negócios da família. Em uma festa de gala acabou conhecendo a minha mãe e logo se apaixonou por ela, o que só serviu para se afastar ainda mais da garota e de Douglas.

— Débora ficou extremamente triste quando o homem parou de visitá-la... e mais tarde quando soube que ele havia pedido mínha mãe em casamento surtou mais ainda, ela tinha ciúmes dela, Débora queria ser ela o tempo todo, mas não podia porque o homem nunca a veria daquela forma. 12 anos haviam se passado e todos achavam que ela havia o esquecido, mas o seu amor era doentio demais. Sua vida estava extremamente infeliz trabalhando para o seu pai na loja de móveis. Mas quando reencontrou meu pai em um dia de festival da cidade vendo como estava feliz, como minha mãe e eu estávamos felizes ao seu lado ela enlouqueceu de vez. E foi aí que tudo aconteceu.


— O que aconteceu? — Solto um leve suspiro, pois  eu já podia imaginar do que ela estava falando mas mesmo assim ousei em perguntar para não restar dúvidas.


— Minha mãe morreu em um acidente de carro um ano depois onde o tanque de combustível estava furado e os freios do carro não estavam funcionando.


— Calma, está dizendo que Débora é responsável pelo acidente de sua mãe? Mas... Isso é uma acusação muito grave. — Seu olhar cai para suas mãos... Eu poderia dizer que estava evitando não chorar pois aquilo ainda a afetava muito.


— Eu sei, ainda não tenho provas concretas que prove que ela é responsável. Ainda é meio que uma suposição porque ela quase me contou uma vez.


— Como assim ela quase te contou? - Eu questiono sem entender.

— Depois que ela começou a namorar com meu pai que foi logo em seguida depois de seu reencontro. Eu fiquei um pouco triste com a notícia de que o mesmo estava seguindo em frente tão rápido, mas aceitei isso, afinal ele merecia ser feliz de novo. Porém, mesmo depois de eu dizer que estava tudo bem Débora foi ao meu quarto na mesma noite, dizendo para eu não tentar interferir no seu relacionamento com meu pai ou ela teria que se livrar de outra pedra em seu caminho.



O mistérioso sumiço em Brockton Onde histórias criam vida. Descubra agora