The Kidnap

Prólogo ✨

Quinta-feira, 7:58 a.m, Malibu high School

  Any Gabrielly:

O motorista da família acabou de estacionar o carro na frente do colégio e os olhares já se voltaram pra mim no momento em que eu coloquei o meu pé pra fora, automaticamente, eu rolei os olhos. Qual é, eu odeio essa atenção toda, toda essa falsidade que emanava dos poros das patricinhas quando elas se aproximam de mim por status, todo mundo comentando da minha vida como se eu fosse a rainha da Inglaterra sendo que eu somente tenho reconhecimento por conta dos meus pais.

Não me entenda mal, eu amo eles, demais, mas toda essa atenção me dá ânsia, acredita que meus pais queriam colocar um segurança na minha cola? Não me considero mimada, mas eu bati o pé com um grandioso NÃO, nunca tivemos problemas com pessoas querendo o nosso mal, não vai ser agora que vai isso vai mudar.

Começo a andar lentamente até a porta principal da MHS, puxando aquela sai minúscula de uniforme pra baixo a cada dois passos, digamos que a descendência brasileira me deu alguns atributos a mais do que as Norte americanas, mas qual o problema dos americanos com tecidos? Custava ser um palmo mais comprido? Enfim, consegui atravessar o corredor da tortura e cheguei na  sala 235, a melhor da escola, biologia, a única matéria que me tira um sorriso no meio disso tudo. Eu adoro quintas feiras.

Quinta-feira, 13:30 p.m, Malibu high School

Eu sobrevivi, nem acredito que agora eu estou livre, bom, amanhã eu tenho que voltar mas deixa eu aproveitar meus momentos de glória.

Hoje, como em todas as quintas  resolvi ir embora a pé, sentir a brisa de Malibu é um dos meus hobbies favoritos, mas uma coisa muito estranha começou a me instigar, um carro, mais precisamente um Corsa cinza, andava calmamente do meu lado, como se estivesse acompanhando meu passos quando a avenida inteira estava vazia pra ele colocar uns 100 por hora, mas não, ele estava do meu lado, como que me observando. Começo a apressar o meu passo, quase correndo e já avisto as árvores que ficam de frente ao portão do condomínio, solto um suspiro de alívio e o segurança me olha torto, como se eu fosse uma louca.

- Senhorita Soares, Tudo bem?- indagou o simpático segurança que ficava na portaria do condomínio.

- Na verdade Mike, tem um carro estranho me...- quando eu me viro pra mostrar o automóvel, ele já não está mais lá, sinto o arrepio subir pela minha coluna, o suor frio descer pela minha testa e o coração batendo acelerado, o que tá acontecendo comigo?

- Que carro Senhorita? - O armário de terno denominado como Mike me perguntou já tirando sua arma do coldre e se colocando na minha frente, como se fosse um escudo humano .

- Não, nenhum, acho que tô alucinando, péssimo dia pra vim a pé, deve estar fazendo o que? 35° graus? - Brinquei tentando descontrair o clima pesado que tinha se instalado e tentando ao mesmo tempo me acalmar, certeza que isso foi só uma coincidência, afinal, ninguém tinha motivos pra me perseguir assim.

Entrei no condomínio depois de garantir aos seguranças de que eu não precisava de escolta até em casa e caminhei até a última residência daquele mundo de casas luxuosas, o castelo Soares, a mídia deu o pior codinome do mundo, que droga.

- OH MÃE, CHEGUEI - Berrei entrando em casa. Ouço passos e já abro um sorriso deduzindo que a minha mãe vem ao meu encontro, sorriso esse que se some do meu rosto no momento em que eu vejo Olga, a governanta e minha antiga babá aparecer no salão principal.

- Pequena Any, sua mãe precisou fazer uma viagem de emergência para a Turquia para resolver umas questões de novos investidores e seu pai foi mais cedo pra conferência do alto escalão do exército americano, os dois devem voltar em duas semanas, mas disseram que te amam muito e que sen...- sem aguentar aquela ladainha interrompi Olga.