Terça-feira - Te amo

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Por ter ido dormir depois da meia noite no dia anterior, Rafa acordou tarde. Quando viu as horas, deu um pulo da cama e começou a arrumar sua mala para ir embora. Dobrava suas roupas e se lembrava dos momentos que tivera com Gizelly.

"E essa cara de boba apaixonada aí, hein?!", zombou Bianca, ao ver a amiga suspirando.

Rafa sorriu em resposta e continuou empenhada no que estava fazendo.

"Eu vi a senhorita escapulindo ontem à noite... viu?!", provocou novamente Bianca.

"Fui dar uma volta", respondeu, fazendo questão de não soar convincente.

"Ah, sua sonsa, você sabe muito bem do que eu tô falando. Vi você toda sorridente pro celular e depois saindo. Não sou tonta, claro que tu foi ver a Gi...", acusou.

"Simmm", admitiu Rafa, demonstrando uma alegria exagerada e rodopiando pelo quarto. "Nós nos acertamos... e nós beijamos." Colocou mais uma peça de roupa dentro da mala, olhou para Bianca e levantou uma sobrancelha. "Muitas vezes...".

"Ai, ai, amadores", zombou. "E o que mais?"

"Mais nada, sua safada", retrucou. "Ficou por isso mesmo, ué."

"Hmmmm."

"É sério!", falou. "Inclusive queria te perguntar uma coisa." Caminhou dramaticamente até à porta e a fechou, para ter mais privacidade. "Como você já sabe, eu nunca fiquei com uma mulher. Transei, eu quero dizer..." Fez uma pequena pausa e se aproximou de Bianca. "Me fala aí como é, você que é experiente", brincou, dando um soquinho no braço da amiga.

"Olha, eu poderia te explicar, mas acho que cada pessoa é diferente. É igual dar o primeiro beijo: você pode ver um monte de tutorial, treinar na laranja, no espelho ou qualquer outra coisa, mas só se aprende, mesmo, beijando."

"Nenhuma dicazinha?"

"Não, na minha vez eu não tive", falou num tom sério, mas riu em seguida. Vendo que Rafa não achou graça de sua piada, Bianca falou: "Tô brincando. Sei lá... é normal. Só fazer as coisas que te dão pra prazer; e pra parceira também, claro". Para completar, Bianca pegou no ombro de Rafa e falou: "Calma, na hora você vai saber o que fazer, confia em mim". Então foi para a cozinha tomar o seu café da manhã.

Rafa acabou de juntar suas coisas e foi até o quarto de Gi. Estava quase na hora de ir embora e ela teve uma ideia que poderia fazer com que o tempo com que ficaria com sua amada se prolongasse.

"Ei", falou, após dar três batidinhas na porta entreaberta. "Você vai ficar em São Paulo até quando?"

Gizelly, que também estava arrumando sua mala, sorriu assim que a viu e respondeu: "Ei. Até hoje". Percebeu que Rafa mudou completamente sua expressão facial, então quis entender o motivo da pergunta. "Por quê?"

"Eu... eu ia te chamar pra passar uns dias no meu apartamento", falou. "Queria ter mais um tempinho com você." Rafa estava com o coração batendo forte, pois tinha muito medo de ser rejeitada. Pegou as mãos de Gizelly entre as suas e esperou que ela pensasse em sua proposta. "Sem pressão", brincou.

Gizelly soltou uma gargalhada e falou: "Bom..."

Pôs na balança todas as coisas que teria que fazer no Espírito Santo nos próximos dias. A passagem de volta já estava comprada e tinha uma reunião marcada para o próximo dia. "Ah, vou adiar isso", pensou. "Não é todo dia que eu tenho a oportunidade de ficar com o amor da minha vida, né."

Por causa da demora de Gizelly, Rafa estava sentindo sua ansiedade aumentar cada vez mais.

"Sim...", respondeu a pequena, com pouca convicção

Sete DiasOnde histórias criam vida. Descubra agora