Capítulo 29 - LONGE OUTRA VEZ

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LEMBRANDO PESSOAL. VOTEM, COMENTEM E DIGAM O QUE ESTÃO ACHANDO. VOCÊS SÃO OS MELHORES DOS MELHORES LEITORES. MINHA OUTRA HISTÓRIA "DEPOIS DO FIM" FOI INDICADA AO WATTYS 2020, CONTO COM O VOTO DE VOCÊS. BEEEIIIIJJJJOOOOSSSS!!!!!!!

Voltei na segunda feira pra Seattle com as crianças. Deixar a Ana foi mais difícil do que eu esperava e deu pra ver como esses próximos meses seriam difíceis.

Assim que cheguei meus advogados me procuraram. A Ana, Mia e Eliot foram intimados a depor no julgamento do Patrick que seria dali a 15 dias. Nem fodendo eu ia permitir que a Ana viajasse pra participar desse julgamento. Coloquei todos os advogados pra resolver essa questão.

Descobri que foi o Lincoln que exigiu os três. Fiquei sem entender já que eles são as principais testemunhas de acusação.

As semanas se arrastaram. Ficar longe da Ana me rendeu noites em claro e dias de mau humor terrível. Eliot e Mia me ajudavam e eu os ajudava, contudo, a falta dela era marcante demais.

Os três organizaram horários de estudo remoto e com isso ficavam a tarde inteira falando com a mãe pelo Skype. À noite eu conversava com ela até vê-la adormecer. Sua barriga crescia rápido e está longe nesse momento me matava por dentro. Eu via que Ana estava diferente dos dias que passei com ela, mais triste e abatida mesmo tendo melhorado e estando tudo bem com a gravidez.

Pra piorar tudo, a filial do Brasil teve um problema grave, um desfalque de bilhões e tive que viajar pra lá com urgência. Eu ia pegar o filho da puta que me roubou e acabar com a raça dele.

Meus avós vieram ficar com Mia e Eliot, Kate e Jack prometeram ajuda-los no que fosse preciso. Avisei a Ana da viagem e vi que mais uma vez ela ficou triste. Meu ódio aumentou mil milhões por deixa-la assim.

Voltei pra Seattle um dia antes do julgamento. Os advogados conseguiram que o depoimento da Ana fosse feito via videoconferência e na presença da médica dela sob a ordem de ser parado a qualquer momento desde que a doutora Greene visse que estava prejudicando Ana ou o bebê. Como se depor num tribunal, depois de tudo o que ela passou já não fosse prejudicial demais.

Nesses últimos dias nos falamos apenas duas vezes. O trabalho no Brasil começava cedo e terminava tarde da noite. Felizmente descobri o pilantra que me roubou. Era um dos diretores que foram transferidos daqui para trabalhar lá. A esposa o largou depois da transferência e tomou tudo o que ele tinha, claro que ele me culpou e quis me roubar como se eu não fosse saber. Agora ele estava preso aguardando extradição e ficaria sem esposa e sem emprego. Se ele tivesse procurado a Ross teria voltado a trabalhar na filial de Nova York e ainda estaria casado e empregado. Mais um pra provar que quando a cabeça não pensa o corpo padece.

Liguei pra Ana e notei-a mais distante e mais abatida. Mesmo eu me desculpando pela falta de comunicação e explicando tudo pra ela. Falamos pouco e ela me disse que precisava dormir. Não contestei, mas pensei que ela também estivesse com saudades de mim.

Eliot e Mia estavam bem, mas nervosos pelo julgamento do dia seguinte. Eles contaram que falaram com a mãe todos os dias, que faziam as atividades com ela, que ela conversava com eles enquanto caminhava pelo haras.

- papai, a mamãe comprou muitas roupinhas pra o nosso irmãozinho e falou que uma decoradora já está trabalhando no quarto dele lá na casa da vovó. – Mia falou.

- ela vai ficar morando lá? Vamos ver nosso irmão só por uma tela? – Eliot perguntou.

- o Ismael falou que o haras do vovô é muito maior e que ainda temos muitas coisas pra conhecer. No haras do vovô tem até cachoeira. – ele completou.

- E quem é Ismael? – perguntei já não querendo a resposta.

- É o administrador do haras. Ele é primo distante da mamãe e caminha com ela todos os dias pra ela pegar sol. – Mia responde sorrindo.

- Nós conversamos com ele e com a mamãe durante todas as caminhadas. Eliot diz.

- Não meus amores. Vamos ficar todos juntos. Sua mãe deve tá organizando as coisas porque não pode viajar. – falei para tranquiliza-los, mas algo me diz que não é só isso. E agora mais esse primo pra ficar rodeando a Ana.

Na manhã seguinte vou com os dois para o tribunal. Além deles Taylor e Sawyer vão depor como acusação. Todos estávamos muito nervosos. Primeiro foram os depoimentos de acusação. Os policiais, os empregados da casa, Taylor e Sawyer falaram tudo e até mais do que eu já sabia sobre esse canalha. O depoimento do Eliot e da Mia foi bem difícil, o maldito do Lincoln quis criar uma imagem negativa pra eles tentando provar que eles são mal educados, preguiçosos e rebeldes, no entanto, nossos advogados mostraram as notas escolares deles, a rotina diária de estudos e cartas de vários profissionais da escola que desmentiram todas as alegações. Eles sempre foram crianças adoráveis, meus pais nos educaram muito bem e isso era atestado por todos que conviviam conosco.

Chegou a hora do depoimento da Ana e eu estava muito preocupado. Quando seu rosto apareceu no telão do tribunal eu senti um aperto sufocando meu peito e tive que abrir a gravata pra respirar. Seu semblante estava tão abatido, minha mulher estava sofrendo demais e isso era visível. Junto com ela estava a doutora Greene, um oficial de justiça, seus pais e a enfermeira. Estava na cara que eu estava faltando ao lado dela.

As perguntas começaram pelos advogados de acusação. Poucos minutos depois ela pediu um momento pra tomar uma água, como eles podiam fazer ela reviver tudo aquilo. Quando ela voltou pra o sofá onde estava antes um cara alto e um pouco parecido com o pai dela sentou ao seu lado, segurou sua mão e sussurrou alguma coisa em seu ouvido. Ela fez sim com a cabeça e pediu pra continuar. Mas que porra é essa agora. Pensei em levantar e sair da sala, mas me contive.

Chegou a vez do Lincoln e ele começou fazendo perguntas semelhantes às dos advogados de acusação, porém, depois disso ele pediu permissão pra colocar imagens no telão que rapidamente foi dividido em duas telas. De um lado permaneceu a imagem da Ana ao vivo como estava e do outro começaram a aparecer fotos dela.

Inicialmente as fotos eram com o Jack do tempo em que eles estavam namorando, das quais o Lincoln fazia perguntas apenas para confirmar o que ele já estava dizendo. Depois apareceram fotos dela comigo de quando começamos a namorar e até do jantar romântico que tivemos quando a pedi em namoro, além de imagens das câmeras de segurança do prédio informando a hora que entramos e que saímos deixando claro que o jantar teve algo mais.

Depois ele fez mais uma sequência de fotos mostrando a Ana com Jack na casa dos meus pais, rindo, conversando e ele segurando sua mão. Fotos dela comigo nos finais de semana que eu estava lá e até do beijo que dei nela na ocasião. Pra finalizar ele mostrou muitas fotos dela com Patrick, conversando, rindo, passeando no jardim, jantando, enfim, fotos e mais fotos do dia a dia deles.

Claro que ela tentou argumentar que cada foto daquelas foi tirada em circunstâncias diferentes, no entanto, pra os jurados que olhavam fora de contexto dava a entender que a Ana não passava de uma vadia.

- como vocês podem ver agora ao vivo e à cores. A senhorita Steele não é esse poço de idoneidade. É comprovado que está grávida do senhor Grey, que por sinal se encontra presente nesse tribunal, e no entanto, está acompanhada de maneira visivelmente próxima, por esse outro rapaz a seu lado. – Lincoln falou e olhou diretamente para mim.

Ana tentou falar para dizer que se tratava do primo, mas no meio da frase ela desmaiou. Meu mundo desmoronou quando vi seu corpo caindo e a doutora Greene correndo pra ela. Vi quando o Ismael a pegou no colo e saiu com ela da sala.

- Lincoln a Ana não é assim. – gritei. – você e esse verme ao seu lado vão pagar caro se acontecer alguma coisa com minha mulher ou com meu filho. – gritei mais, mesmo com o juiz pedindo ordem. Que se foda juiz, Lincoln, Patrick, jurados, minha mulher desmaiou e eu não estava lá com ela. Claro que fui retirado da sala à força. Taylor e Sawyer tiveram que me conter porque a minha vontade era matar eles com minhas mãos. O julgamento foi suspenso por 72 horas e as chances de Patrick sair livre aumentaram. De alguma forma eles provaram que as filmagens dele fazendo sexo com supostas crianças não se tratavam realmente de crianças e sim de adultos que parecem crianças por sofrer de distúrbio hormonal. Claro que a acusação não engoliu essa, porém documentos provaram essa versão.

Sai do tribunal e liguei imediatamente pra Ana.

Depois Das Aparências - Tudo Pode MudarOnde histórias criam vida. Descubra agora