O Lago Dos Portais

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Não consegui dormir nada a noite, Kiron me disse para ir à
Wasterlyn mas não conheço ninguém lá, nem sei onde ficaria, porém ele não me falaria isso atoa e eu consigo me virar bem sozinha, sempre consegui.
O dia amanheceu que nem percebi, logo todos já estavam de pé.
- toc-toc, Senhorita Elai, gostaria de perguntar-te se irá descer para tomar vosso café da manhã - Tom imita um voz estranhamente estranha. Sempre tentando me fazer rir mesmo nos piores momentos.
- Oh Madame não estou disposta para isso perdon - digo colocando a mão na testa para ser ainda mais dramática.
Nós dois caímos no riso antes que ele pudesse terminar a fala. Amo esses momentos que passamos juntos.
- O que seria de mim sem você?
- Obviamente nada
- Sempre tão humilde Thomas....
Ainda rindo, nós descemos

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Estávamos na cozinha quando decidi contar a ele que eu iria para Wasterlyn
- Tom, eu preciso te dizer algo
- Sou todo ouvidos
- Antes de Kiron morrer, ele me disse que eu devia ir para o reino de Wasterlyn, ele não explicou exatamente o porque mas, sinto que devo fazer isso, entende?
- Eu... Claro que entendo, mas você vai voltar?
- Ainda não sei, não sei ao certo o motivo de estar indo pra lá, Kiron so disse que eu saberia o que fazer e é isso que quero fazer agora.
- Sentirei sua falta.
- Ai de você que não sentisse... Brincadeira também vou sentir falta de você.
- Quando você vai?
- Amanhã cedo, são dois dias de viagem.

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Dois anos se passaram

- O garotinha me passa um cerveja ai vai!
Trabalhar nessa espelunca definitivamente não foi uma boa ideia, com certeza essa é a pior taverna que ja existiu, aqui só vem brutamontes e porcos que bebem o dia todo.
- Ta ai sua cerveja.
Enquanto eu limpava o balcão alguem diferente do costume entrou na taverna, não parecia nada com os porcos daquele lugar, não era mal educado e nem fedia a álcool.
- Boa tarde, poderia me servir uma cerveja?
- Claro... Muito educado para essa taverna não acha?
- Isso foi um elogio?
- Perto desses brutamontes qualquer pessoa pode virar um deus, não se anime tanto.
- Wow, melhor que educado, um deus, mas que gentil da sua parte senhorita.
Reviro os olhos.
- Então, o que um guarda real faz num local como esse?
- Como soube?
- Bom... Ao entrar percebi um cavalo de raça lá fora, que com certeza não é de nenhum desses caras e é exatamente o tipo de cavalo utilizado pela guarda, suas roupas que alguém falhou miseravelmente ao tentar que elas parecessem velhas e claro o, "poderia me servir" ao invés de "manda uma!", para trabalhar disfarçado precisaria de mais.
- Não estou mais disfarçado e olha, ninguém gosta de pessoas exibidas
- Não sou exibida, apenas mostrei o obvio, qualquer um notaria.
- qualquer um notaria mas somente você notou...
- Corrigindo, qualquer um sóbrio, agora poderia dizer o que um guarda real faz aqui?
- Estou aqui por sua causa.
Antes que ele tentasse algo eu ja tinha pego uma faca pequena que sempre deixo na bota.
- Nã-nan-nan. Sem isso por favor, podemos ser civilizados Elai.
- Como sabe meu nome?
- Eu sei muito sobre você. Mas podemos fazer isso do jeito fácil, que é você aceitar ir ao castelo comigo falar com o rei, ou do jeito difícil, onde teríamos que fazer uma lutinha chata, nos cansar, pessoas saindo correndo, ah você sabe.
Com um impulso pulo em cima do balcão.
- ops, acho que escolhi o difícil.
- Extremamente exibida... - Ele diz, se levantando calmamente.
Ele começa atacando e só me defendo, ganhar pelo cansaço do inimigo talvez? Mas não pretendia matar ninguém, não hoje.
- Chega disso. - Eu estava próxima a beira do balcão então, ao ataque dele, me impulsionei para trás fazendo uma volta trezentos e sessenta que Kiron havia me ensinado quando eu tinha apenas treze anos. - Ficou impressionado?
Em resposta o guarda faz o mesmo movimento, com uma careta saio de cima do balcão
- Depois eu que sou exibida. Ta, tá... O que o Rei iria querer comigo? Definitivamente não sou do tipo que presta serviços à pessoas que querem me matar.
- Ele não quer te matar, o irmão dele queria, mas o mesmo saiu da cidade a cinco anos atrás.
- Sim, eu soube mas, o que me garante que assim como o irmão, ele não me queira morta? Acredite, muitas pessoas querem incluindo súditos dele.
- Sim sei muito bem da lista de pessoas que a querem morta, e por isso estou aqui. O rei não quer lhe matar, ele quer ajudar você, e quer sua ajuda também, mas não tenho permissão para falar algo além disso, para saber você terá que ir comigo para a capital.
- Você pode muito bem estar me falando essas coisas para que eu vá e assim que eu chegue você me jogar na masmorra.
- Que péssima visão você tem de mim, isso foi extremamente ofensivo.
- Oh, me desculpe por não confiar numa pessoa que já me apontou a espada.
- Nós não vamos te jogar na masmorra pois precisamos de você
- Precisam de mim pra que?
- Para algo que vai acontecer em breve, já disse que não posso falar mais, para entender você tem que me acompanhar.
Muitas chances de tudo isso ser só uma armadilha? Sim, com certeza mas também existem chances de ser verdade. Kiron não me mandaria aqui para passar anos trabalhando numa taverna
- Quando partimos?