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- Como assim Elai?
- Não sei, a porta emperrou de alguma forma
- Deixe-me ver isso - Jay tentou e assim como eu, foi sem sucesso
- O que faremos? Esperamos alguém nos encontrar? Tentamos arrombar a porta? Não tem sequer uma janela aqui
- Não sei, todas as portas daqui são extremamente fortes para casos de ataque, qualquer lugar ser um bom esconderijo
- Ai, pelos deuses
- Vamos tentar encontrar algo aqui que dê para tentar abrir, mesmo sendo um quartinho de limpeza, deve ter alguma coisa útil
- Ta...
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Enquanto isso, Bryan estava em seu quarto experimentando todos os tipos de túnica em vários tons de azul. Segundo as costureiras aquele tom "ressaltava" a beleza dele.

- Ok, acho que esse está ótimo, não vamos experimentar mais nenhum, muito obrigado vocês foram ótimas - Eu já não aguentava mais tudo isso e graças aos deuses essa era a  última tarefa que eu tinha para fazer hoje, por isso decidi procurar Elai e Jay já que não os via a algum tempo. Na verdade, muito tempo.
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- Jay, desiste, já tentamos de tudo e estamos aqui a horas
- E o que vamos fazer Elai? Se até agora ninguém veio nos procurar
- Não sei mas ficar se matando para abrir essa porta não vai ajudar
- Tem razão... - Ele se sentou do meu lado
- Sempre tenho
- Você nunca muda não é?
- Ah, é meu jeitinho; Assim como você é cabeça dura, man..
- Mandão e controlador, sei disso
- Assim como eu sou exibida não é mesmo?
- Extremamente - Dou um leve soco no braço dele, que por sinal era bem forte, mesmo por baixo do uniforme de guarda. E ele me devolveu com um empurrão com o ombro
- Chato!
- Exibida!
Nós dois rimos.
- Mas me fala... Como conseguiu chegar nesse cargo da guarda com apenas 21 anos?
- Eu... Sempre me esforcei muito... Foi a forma que encontrei para que meu pai prestasse mais atenção em mim
- E quem não prestaria atenção em alguém incrível como você?
- Acho que... Ele. É que... Não, nada, não quero que sinta pena ou algo do tipo por mim
- Não tenho pena de você Jay, se seja lá o que for que aconteceu lhe transformou nessa pessoa incrível que você é, não tem por que eu sentir.
- É que desde sempre meu pai não ligava muito para absolutamente nada que eu fazia. Quando eu e Bryan éramos crianças, ele nos ensinava coisas básicas e sempre que eu errava algo bobo ele surtava, mas quando eu conseguia ir além do que era ensinado eu conseguia a atenção dele que eu sempre quis, mas aquilo nunca durava muito. Por isso decidi ser o melhor que eu pudesse sempre, mas mesmo isso não era o suficiente para ele, sempre tinha algo de errado em tudo que eu fazia. Com o tempo parei de me importar e foquei em fazer as coisas por ser bom para mim não por ele e com isso nos afastamos muito.... Mas e você, lembra do seu pai?
- De algumas coisas, pouca na verdade
- Quer me contar?
- Tenho lembranças como em alguns sonhos onde estamos em algum campo, outras em que ele me contava historias cantadas enquanto eu pulava pela casa mas nenhuma lembrança fixa ou completa, são sempre pequenos pedaços de memória.
- Deve ter sido difícil para você se acostumar com outro mundo completamente diferente
- Um pouco, mas hoje em dia não lembro de praticamente nada dos humanos.
- Quanto tempo ja passamos aqui? Será que já é noite? - foi melhor mesmo mudarmos de assunto
- Não sei... Espero que alguém nos encontre logo, estou morrendo de fome
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Elai não estava no quarto, nem no jardim e em nenhum outro lugar que costumávamos estar e para piorar não encontrei o Jay também. Poderiam estar juntos mas... Onde?
Perguntei a alguns guardas se os viram mas... Nada, nada dos dois em lugar nenhum, por isso decidi buscar ajuda de alguns dos guardas que estavam por perto e saímos a procura deles, por todos os cômodos que tinha naquele castelo... E não eram poucos.
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- Acho que agora já é noite, estou ficando com frio e esse chão gelado não ajuda - levantei tentando encontrar alguma coisa para que pudesse me cobrir naquele lugar - além do frio estou ficando com fome, maldita porta!
- Ei Elai, calma volta aqui - Jay disse chegando para o lado para que eu me sentasse proximo dele e me entregou o seu casaco do uniforme
- Obrigada...
Deitei no ombro dele, que colocou o braço em volta de mim, me puxando para mais perto. Não sei como mas, diferente de mim, ele estava quente e antes que eu percebesse estávamos deitados; um dos braços dele na minha cintura e o outro por baixo da minha cabeça.
  Não me sentia confortável assim a muito tempo.


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