Apartamento 316

𝙵𝚒𝚏𝚝𝚎𝚎𝚗

Jungkook

— Bom dia, Tae. — sussurrei em seu ouvido, ele ainda estava meio adormecido quando seus olhos se abriram e ele tentou acostumar sua vista à luz forte que se esgueirava pelas cortinas claras. O mencionado estava enrolado nas cobertas alvas, sua boca entreaberta, os fios de seu cabelo negro espalhados pela almofada e as bochechas inchadas do sono lhe concediam um aspecto cativante e apaixonante. Ah, como eu poderia resistir a uma criatura tão bela como Taehyung?

Não irei mentir, eu já havia acordado há um bom tempo. A iluminação do sol matinal batendo em meu rosto não me permitiu dormir mais algum tempo e, sinceramente, eu não via necessidade nisso visto que, hoje, nosso dia seria mais calmo e com menos movimento que ontem. Eu o observei dormir por algum tempo, seu semblante de tranquilidade e paz transmitiam os mesmos sentimentos para mim, e eu sorri, feliz. Não me importava de acordar com essa vista todos os dias, para o resto de minha vida.

As lembranças de ontem à noite ofuscavam qualquer pensamento que pudesse sequer tentar ocupar meu cérebro. Primeiramente, acreditei que o mais velho tivesse sido possuído por um demônio, afinal, eu não sabia o que havia dado nele para aceitar minha proposta, dado que eu sabia o que significava para ele ter aquele tipo de contacto — sim, porque eu tinha deixado bastante claro para ele que o que iria acontecer dentro daquela banheira seria tudo menos não sexual. Enfim, tenho que reconhecer que, quando estou excitado, eu me comporto de forma diferente, e não seria exceção com um homem tão bonito e sensual como Taehyung.

Porra, mas como era suposto eu me controlar? Sua voz rouca e grave, implorando por mim e clamando meu nome me deixava trêmulo, como se estivesse manejando uma das obras mais raras e preciosas do mundo. A água parecia tão gelada comparada à temperatura do seu corpo, sinuoso e amorenado, que me deixava hipnotizado com todos os movimentos que exercia sobre meu pau e me deixavam cada vez mais fora de mim, em especial quando eu gostava de estar no comando da situação. Ele me deixava desnorteado, meus sentidos pareciam um trem desgovernado à procura de um destino em concreto.

Sim, eu já tinha tido relações com outros homens — coisas sem importância, como é óbvio —, mas nada se poderia comparar ao que acontecera ontem à noite, nada acontecera algo tão intenso como aquilo, e tinham sido apenas preliminares. Eu nunca me senti a 100% naquilo em que fazia, sempre achei que necessitava de uma conexão mais profunda com a pessoa. Por Deus, eu havia gozado sem me tocar, apenas com o contacto do seu corpo no meu, e isso nunca me tinha acontecido!

— Bom dia, Jungkook. — seu timbre baixo e rouco me arrepiou por inteiro, apesar de uma onda de calor gostoso entrar pela janela aberta. Como ele podia acabar de acordar e já me deixar em tal tumulto?

— Você dormiu bem? — suas pálpebras se abriram, finalmente, por completo, analisando todo o ambiente à sua volta. Eu voltei a deitar minha cabeça na almofada fofa e o fitei diretamente, quando seu olhar se cruzou com o meu. Não demorei a o puxar pela cintura até que nossos corpos se unissem e um resmungo manhoso saísse de sua garganta, um sorriso se abrindo em meu sorriso. Levei meus lábios até ao seu pescoço, distribuindo selares meigos pela região, e o mesmo retribuiu o abraço. — Você cheira tão bem...

— Ah, não me deixa envergonhado, Kookie... e sim, eu dormi muito bem, obrigado por perguntar. E você? — o fitei, novamente, ele estava de olhos fechados apreciando meus carinhos suaves em sua derme quente. Eu me inclinei em sua direção e o beijei, delicadamente, sentindo suas mãos em meu peito, tentando me afastar. — Jungkook, eu ainda não escovei os dentes...

— E então? Não me importo. — voltei a tentar juntar nossos lábios, porém, ele não permitiu. — Tae...

— Na ni na não, vamos lavar os dentes primeiro, mocinho. — ele sorriu quando conseguiu sair do meu aperto, no entanto, eu não gostava da sensação do seu corpo longe do meu.