𝚃𝚠𝚎𝚗𝚝𝚢

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Taehyung

Carinho, tão necessário. Seja um abraço, um beijo, ou até mesmo palavras solidárias, nos sentimos queridos e com importância — talvez seja este o segredo do bem-estar de qualquer ser vivo. Um cafuné nos fios de cabelo, dedos entrelaçados, olhares cruzados; coisas simples que, em qualquer momento sufocante, aparentavam ser mais do que suficientes para nos acalmar e sossegar. Nada mais importava, a não ser a pele calorosa daquele que nos preza em transmitir aconchego através das suas mãos.

Jungkook era assim.

Quente como o sol, suave como uma pena. A sua pele era macia e suas ações delicadas, os olhos uma imensidão do vasto negro e, junto dos brilhinhos, os transformavam em um universo. A sensação de ser acolhido em seus braços era semelhante a caramelo, doce e cálido, assim como o seu beijo, tão sutil quanto seda, tão caloroso quanto um dia de temperaturas altas. Jeon fazia parte da lista de coisas raras, que tinha de tomar cuidado, como tapetes felpudos, para não perder.

Apenas com seu sorriso, mostrando os dentes alinhados e os olhos desaparecendo por segundos, era capaz de afastar qualquer pressentimento ruim. E era lindo a maneira em que ele escolhia palavras certas e ações de um jeito tão cuidadoso, como se olhasse em dobro os lados da rua. A felicidade minha era poder vê-lo após horas afastados, e ser recebido com seus lábios cor-de-rosa, juntamente de suas indagações de como eu estava, como havia sido meu dia e quais planejamentos eu tinha para a nossa noite juntos.

Jungkook era como uma manhã de domingo, um horário próximo às cinco e meia, onde o sol ainda está por nascer em meio ao céu, a hora em que acordamos sem querer e nos remexemos em preguiça na cama, puxando mais os lençóis e travesseiros para nosso conforto, até cairmos no sono mais uma vez e nos aventurarmos em sonhos.

Ele era tão bom que me fazia questionar minha própria suficiência, o que eu esquecia com facilidade assim que me transferia as tão simples palavras com sua voz suave, tranquilizando todas minhas preocupações. Nesses momentos, tudo o que eu queria era beijá-lo, ser envolto em seus braços e suspirar a cada vez que ele sussurrava as mais caridosas letras em meu ouvido.

Jungkook me trazia a maior paz e conforto pela qual eu poderia desejar. Chegava a ser estranho ser tratado desta maneira, afinal, amor e carinho eram coisas pelas quais eu me indagava todos os dias quando teria chance de degustar mais uma vez. Agora, eu tinha o que mais ansiava de volta. Jeon tinha o costume de dizer que eu nunca deveria pensar que não era digno de receber um abraço ou um beijo e que iria, de alguma maneira, me mostrar o quanto eu era merecedor disso.

Ele era o que estava a me faltar por anos, seja os momentos carinhosos, as noites harmoniosas ou as vezes em que ele apenas se senta e escuta todas as minhas preocupações. Quando me beija de surpresa, ou aguarda o meu tempo para dizer o que tanto me afligia, Jeon dizia que aquilo era o mínimo e que preparava mais a mim, sendo que, um simples carinho em meus fios, significava uma imensidão.

Aquilo era paz.

Eu me sentia mais feliz, quiçá, tocando a verdadeira felicidade pela primeira vez após anos. Por todo esse tempo, determinado a melhorar e ter o que sempre prezei, as coisas se aparentavam mais simples. Meu passado, mesmo que não seja tão distante assim, não definia a minha pessoa, mas sim o que viria a acontecer a seguir e a maneira como eu conseguiria lidar com as coisas.

Como um chão firme de cimento, eu conseguia pisar sem cair, as coisas estavam organizadas em uma linha reta que eu tinha de seguir, pessoas novas e bondosas em minha vida, dispostas a me ajudar e conceder seu carinho a mim. Isso era bom, isso era um dos motivos pelo qual ainda prossigo o caminho dessa estrada, sem vontade alguma de olhar no retrovisor e rever as dores anteriores.

Apartamento 316Onde histórias criam vida. Descubra agora