Entenda o caso (Parte 1)

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Sophia considerava a situação cômica, mais temia pela saúde do patrão. Já que o homem de cabelos negros se encontrava extremamente vermelho, enquanto encarava a figura loira de seu melhor amigo, que se encontrava sem camisa com apenas um avental cobrindo o físico sarado do típico loiro, surfista que cursava medicina.

Nico encarou o loiro analiticamente, o que mais o moreno poderia fazer quando se tem um loiro daqueles parado na sua frente? Aliás, o que um homem daqueles estava fazendo na casa de sua babá, era uma das diversas perguntas que passava pela sua cabeça naquele exato momento.

--Papai!!! –o grito animado do garotinho, quebrou o clima constrangedor que havia se instalado na sala com a chegada do loiro. –O tio Will fez bolo de chocolate!!!

--T-tio Will? –questionou o moreno confuso, segurando o pequeno Enzo nos braços.

--Sim! O tio Will é médico. –disse o pequeno animadamente, balançando os bracinhos alegremente. –E ele cozinha muito bem!!!

--Ora, obrigado. –falou o loiro, fazendo uma pequena reverencia a criança, que sorriu, divertindo-se com a brincadeira. O loiro, Will, fitou o moreno por alguns instantes transpassando uma calmaria sem igual.

--Senhor Di Angelo—Sophia chamou a sua atenção, indicando o loiro com a mão—Este é Will Solace, meu amigo de infância, Will este é Nico Di Angelo o pai do Enzo e meu chefe. –A morena os apresentou, atenta a troca de olhares entre os dois.

--Ah, é um prazer conhece-lo. –declarou o loiro abrindo um de seus melhores sorrisos, agarrando a mão do moreno. –É realmente um prazer lhe conhecer. –O Di Angelo sentiu os pelos de sua nuca se arrepiarem, assim que fitou aquele sorriso totalmente desavergonhado.

Sophia sorriu, ora, ora, ora...aquilo era extremamente interessante.

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Vamos voltar um pouco, até o momento que causou aquela situação, cômica e de certa forma constrangedora para alguns e extremamente divertida para a morena.

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Era domingo, dia de descanso, este sendo o motivo do apartamento continuar em um silêncio tranquilo. O local que era habitado por dois jovens universitários, que nesse momento se encontravam jogados na sala, totalmente apagados depois de virar a noite maratonando um de seus animes favoritos.

No entanto, a quietude do local fora quebrada pelo toque de um celular.

--Will...—resmungou a morena, sonolenta, empurrando o ombro do amigo. –Teu celular tá' tocando...

--Hm...—fora a única coisa proferida pelo loiro, que buscou pelo aparelho sem abrir os olhos. –Alô...Dormindo...—Sophia notara o cenho franzido do amigo.

--Algum problema?...—sussurrou baixinho, confusa pela feição desgostosa do mais alto.

--Estou indo. –Resmungou irritado, desligando o aparelho e jogando-o longe.

--O que aconteceu? –perguntou sentando, no momento em que o loiro se levantou bagunçando os fios loiros.

--Aqueles filhos de uma...—o loiro trincou os dentes. –O que acontece se eu matar alguém mesmo?

--Bem, você possivelmente não vai conseguir finalizar a sua faculdade. –Declarou saindo do colchonete que fora jogado no meio da sala pelos dois na noite anterior. –Quem te fez raiva? —a pergunta fez o loiro bufar, e a jovem erguer uma sobrancelha em descrença, dificilmente alguém conseguia tirar o seu bom amigo do sério.

--Vick acabou de me ligar para dizer que os outros dois embustes da equipe não terminaram a parte deles do artigo que por um acaso... é para ser entregue amanhã!!! –rosnou irritado. Sophia franziu os lábios, entendendo num instante o desgosto do amigo. Era a primeira vez que o mesmo fazia um trabalho em grupo com aqueles garotos, e a mesma sabia bem o quanto o mesmo havia se esforçado na produção de suas laudas da referente pesquisa.

--Uou...—resmungou preocupada, afinal o loiro não vinha dormindo muito bem nos últimos dias por conta da produção do artigo. –Você vai lá agora?

--Sim, vou só tomar um banho. –Declarou dobrando as cobertas.

--Vai para o banheiro, deixa que eu organizo isso. –disse empurrando a figura em direção ao corredor. –Vou preparar algo para você comer antes de ir.

Will suspirou assentindo, pondo-se a seguir para seu quarto.

Sophia também suspirou, irritada pela falta de responsabilidade dos outros colegas, tendo a certeza de que seu amigo de infância não iria descansar naquele fim de semana restante.

Pouco tempo depois o loiro desceu.

--Comida na mesa, vá logo. –ordenou antes que o mesmo pudesse abrir a boca, que bufou em desgosto mais se deslocou até a cozinha para pelo menos tentar forrar o estômago enquanto a jovem terminava de organizar a sala.

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--Ok, tome cuidado, evite estresse e volte para casa. –a mulher falou, entregando a mochila para a figura loira mais alta que si, parecia uma mãe cuidando de sua cria? Sim, com certeza. Mais eles eram daquele jeito, haviam crescido daquela forma, cuidando um do outro. Como irmãos...

--Sim senhora. -declarou o futuro médico com um sorriso divertido, em um pequeno balançar de cabeça. Sua amiga era um amor, mais terrivelmente protetora em algumas ocasiões.

--E avise para aqueles filhos de umas senhoras que eu vou fazer questão de conversar com cada um deles amanhã na faculdade. –disse com um sorriso inocente nos lábios, Will a fitou com divertido e desconfiança.

--Você não vai bater em ninguém Sophy.

--Mais eu vou conversar com eles, apenas...—comentou abrindo a porta. –Não acredita em mim?

Will caiu na risada.

--Nenhum pouco. –finalizou com um sorriso carinhoso, selando a testa da mesma em um carinho praticado pelos dois desde pequenos. –Vou tentar voltar para o jantar, mais qualquer coisa eu te ligo.

A morena apenas assentiu, dando um tchauzinho para a figura amigável.

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Sophia e Will, estavam em cursos diferentes, enquanto a morena estava prestes a finalizar, o loiro ainda tinha pelo menos três períodos para poder terminar o curso. Desta forma, qualquer dinheiro era bem vindo, pois Will estava prestes a iniciar o estágio então a jovem sendo a mais velha sentiu-se na obrigação de procurar um emprego, para ajudar nas despesas do apartamento que fora dado a ambos pelo pai do amigo loiro.

Algo fácil e que fosse o bastante para ajudar nas despesas que viriam, e em uma conversa com seu padrasto descobrira por meio do mesmo que um de seus sócios estava à procura de alguém confiável para cuidar de seu filho.

E foi assim que Sophia tornou-se babá de Enzo uma criaturinha fofa de apenas quatro anos de idade, filho de Nico Di Angelo, um moreno um tanto retraído e calado, mais que se tornava estranhamente doce quando estava com o filho.

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E que por um acaso do destino (cofcofcof) também se iniciou a jornada de Sophia, em se tornar o cupido de seu melhor amigo e de seu novo chefe.

A BabáOnde histórias criam vida. Descubra agora