DEZASSEIS

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As temperaturas frescas naturais da manhã embatiam nos braços descobertos pela t-shirt envergada por Caetana durante o tempo em que ela aguardava pela abertura da porta do prédio, após ter pressionado a campainha do seu andar rezando para que Michel, já, se encontrasse acordado para que lhe fosse possível adentrar na habitação. Depois de revelar a sua identidade ao colega, não demorou muito para se deslocar para as escadarias, alcançar o andar do seu apartamento e ocupar o interior do mesmo.

- Esqueci-me, ou, então, perdi, as chaves de casa. – Explicou, respondendo à questão colocada por um francês adormecido, e acariciou o focinho do seu fiel companheiro. – Também senti saudades tuas, Frodo. – Murmurou, beijando, ao de leve, o pelo castanho-branco do animal.

- Vieste de transporte? – Anuiu. – O central gostoso não foi capaz de te trazer a casa? – O natural de Bordéus perguntou.

- Ele estava a dormir, profundamente, não tive coragem de o acordar. – A irmã de João encolheu os ombros. – Vou tomar banho e, depois, preparo o nosso pequeno-almoço. Descansa mais um pouco e, quando tudo estiver pronto, eu chamo-te. – Indicou e dirigiu-se para o seu espaço pessoal, seguida do animal de estimação, onde repousou os seus pertences.

De seguida, ocupou a casa de banho e ligou a torneira do duche para aquecer a água enquanto retirava as suas peças de roupa do seu corpo. Por ser o primeiro dia do fim de semana e, por isso, não possuir nenhum compromisso relativamente à faculdade, bem como o rapaz com que partilhava casa, Caetana prolongou a sua estadia no duche, como, já, não costumava fazer há algum tempo. Dando como concluído o duche, desocupou a divisão e retornou ao seu quarto para envergar as peças de vestuário que, antes de ocupar a casa-de-banho, tinha escolhido, cujas consistiam numa larga t-shirt básica e num par de calças de fato de treino cinzentas a fim de se sentir confortável.

O seu próximo destino fora a zona da cozinha, onde tratou de buscar os utensílios e produtos necessários para a confeção da refeição mais importante do dia. Resgatou o seu dispositivo eletrónico e, num baixo volume suficiente para ela escutar, iniciou a sua playlist que contava com diversas músicas de diferentes estilos, visto que ela própria não gostava de um único estilo de música. Iniciou a preparação dos ovos mexidos, um alimento que causava furor no seu colega que, apenas, consumia se fossem preparados por ela, e, quando os mesmos se encontravam quase no ponto perfeito, cortou umas fatias do pão que tinha em casa, colocando-as na torradeira. Em seguida, preparou a mesa com os utensílios necessários para a degustação do pequeno-almoço e repousou a frigideira com os ovos mexidos e as torradas descansadas num prato no centro da mesa. Movimentou os seus pés em direção ao quarto pertencente ao francês e empurrou, ligeiramente, a porta para que conseguisse entrar. Vagarosamente, e a pezinhos de lã, alcançou o loiro, praticamente, adormecido e, gentilmente, abanou o corpo do mesmo, de modo a acordá-lo.

- Michel. – Num baixo tom de voz, evocou, recebendo, como resposta, o grunhir do rapaz. – O pequeno-almoço está pronto. – Manifestou.

Michel, apenas, rodou o corpo para o lado contrário ao dela, no entanto, a súbita entrada do animal que lhes fazia companhia o dia todo e o saltar para a cama do francês obrigou-o a levantar-se num sobressalto.

- Frodo! – O de Bordéus reclamou enquanto a varzinense deixava escapar altas gargalhadas. – Se não possuísses um lugar tão especial no meu coração, não sei o que te fazia. – O de vinte e uma primaveras continuou com as reclamações.

- Assim, levantas-te mais depressa. Devias lhe agradecer. – Assim que pisou a morena pisou o exterior da divisão, Frodo seguiu-lhe os passos.

Caetana encheu a taça cinzenta de comida para o são-bernardo se alimentar, ao mesmo tempo que o duo e, a seguir, ocupou um lugar à volta da mesa, aguardando pela chegada do estudante universitário para começarem a deliciarem-se com a comida preparada.

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