2. A Punição

37 7 5
                                    

(Não se esqueçam de deixar uma estrelinha ;) me motiva muito ♥️)

-E agora? Já basta? Já disciplinou-se? Preciso continuar A8?

-Já basta... Não farei aquilo novamente - acrescentei rapidamente quando ela fez menção de puxar a alavanca - é uma promessa.

-Apesar de tudo, A8, sua pergunta não fez sentido para mim... Querer saber de A1, eu te alimentei, te criei feliz com seu irmãos e irmãs, você brincou e foi disciplinado na infância. Por que iria querer saber de um defunto?

Então ele havia mesmo existido? Então... Houve um primeiro? Alguém que sofreu aqui também? Uma pessoa no qual não se adaptou e quis mudar... Ou morreu tentando. Mas qual foi o principal motivo de sua morte? A1 existiu, tinha certeza disso... Mas ele realmente foi real? Foi uma pessoa normal? Eu posso me auto-declarar normal pelo simples fato de poder pensar fora daqui, pelo simples fato de sonhar. Ele tinha essa escolha?

Dificilmente.

- Me responda. - naquele momento, saí de meus "devaneios" por conta de uma dor insuportável na barriga, se estendendo pelo meu abdômen. Aquela "rede de tortura" era simplesmente uma parede na qual te prendem de pé, com mãos braços e pernas amarrados contra ela com "cordas" de aço. Pés fora do alcance do chão por quatro centímetros. Mas o que fazia realmente fazia doer era uma "parede móvel" controlada por um painel de controle... Quando apertasse um botão em especial e puxasse a alavanca, a parede "andava" até o punido e o esmagava.
Mas como ela não tinha o objetivo de matar - pelo menos não agora - ela somente apertava até achar que estavamos suficientemente disciplinados.

-Eu só estava curioso... Me perdoe, mamãe.

-Apenas curioso, é? - assenti, incapaz de falar, meu pulmão estava sendo esmagado, parecia que tinha quebrado todas as costelas... Parecia que elas tinham sido esfareladas por um ralador.

-Me prometa que fará tudo que eu mandar, andará apenas sob meu comando - esbravejou se aproximando - e, - ela olhou nos fundos dos meus olhos - não falará com ninguém a não ser que eu mande.

Assim que mamãe falou isso - olhando-me impassivelmente, puxou novamente a alavanca para baixo, fazendo a parede que me esmagava recuar lentamente.

-É uma promessa, mamãe, enquanto eu estiver sob seu comando, obedecerei sem fazer objeções.

-Muito bom, filho - falou, com uma risada psicótica, repentinamente, ela foi até mim e me abraçou.

Foi aí que senti que realmente tinha quebrado algumas costelas.

-Eu te amo, mamãe -menti.

-Eu amo todos vocês também, meu amor.

-Posso ver o médico, mamãe?

Ela pareceu estranhamente assustada... Como se perguntasse o porquê de eu querer ir num médico... Como se ela não tivesse feito nada.

-Alguém te machucou?

-Você que me machucou, mamãe. - falei sem entender.

-Ah, é verdade - lembrou rindo tanto que jogou a cabeça para trás - claro que pode, meu anjo, eu levo você.

-A3 não pode me levar? O quarto dele é bem próximo a sala do doutor. Kim.

-Claro, vou te soltar.

-Olá A3. -falei indiferente, ela ainda podia ouvir - poderia me levar até a sala do doutor Jong-in, por favor?

-Oi A8. Claro, alô, mamãe, eu cuido dele agora.

-Adeus meninos.

Quanto soube que ela estava suficientemente longe resolvi perguntar, mas antes que pudesse, A3 desabafou:

-Por que eu? Mamãe não é lá minha fã... Porque me escolheu? - trovejou baixinho enquanto me ajudava a avançar pelo pequeno corredor.

-Porque me sinto... Esperançoso com você, e além do mais, você parece mais comigo do que qualquer um daqui.

-Como assim?

-O que você acha do impossível?

INIMAGINÁVELOnde histórias criam vida. Descubra agora