4. Jennie Kim: O novo problema.

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Após eu passar pela patética apresentação, doutora kim perguntou-me quando podíamos começar as sessões. Dei de ombros, indiferente. Iria ser divertido.

Faria com que ela me achasse um caso perdido e desistisse. Seria minha primeira vitória aqui dentro.

Deixando de lado o fato de que vai ser hilário.

-Jong-suk, meu amor, mamãe vai ver como estão seus outros irmãos... Não vou participar das sessões, então seja bonzinho com ela Park - ela pisca, "inocentemente" e sai.

Se ela iria ver meus irmãos... E ela ia, eu tinha certeza. Ela odiava atrasos. Isso quer dizer...que Jennie Kim vai sofrer.

Eu não sou tão mau assim, simplesmente odeio esse lugar e tudo que inclui ele. Simplesmente odeio a comida, o ambiente, a mamãe... O segredo de A1.
E antes de sair, vou descobrir sobre A1.

É uma promessa.

-Você gosta do seu quarto? Se não se sentir confortável, podemos ir para um lugar que goste. - sorriu.

-Aqui ta ótimo - cuspi seco.

-Ok... - para e faz anotações na pequena prancheta cheia de folhas -Você tem quantos anos Park?

-Mamãe tem minha ficha, pergunte pra ela. - Queria ser chato e grosso, mas estava quase rindo.

-Mas você poderia me responder? Por favor?

-Não. - estava quase rindo, era nítido na minha voz, é claro que ela percebeu.

-Você gosta de piadas? Lembrou de alguma?

Assenti.

-Pode me contar?

-Você não entenderia.

-Mesmo assim, gostaria de ouvir.

-Não vou contar.

-Então pode responder minha pergunta anterior?

-Quinze.

-Que dia você faz aniversário?

Fiquei calado, segurando o riso, totalmente hilário.

-O que você acha de piadas Jong-suk?

-Legais, eu acho.

-Que bom... - novamente, anota na prancheta... Por um segundo me perdi olhando o movimento da caneta no papel... Girando conforme ela escrevia... Fazendo marcas na folha... A caneta fazendo movimentos de fim de frase... E o ponto final.

-Por que você está aqui hoje?

-Porque não tenho opção. - falei monotonamente, olhando, com os olhos desfocados, a prancheta.

-Se você tivesse opção e estivesse aqui, por que estaria?

-Ainda por obrigação. - pisquei e me atirei na cama.

-Qual sua relação com sua mãe?

-A que você viu.

-E seu pai?

-Nunca o vi.

-Mas ele não mora aqui?

Novamente, dei de ombros.

-Certo... Você tem uma boa relação com seus irmãos?

Dei de ombros. Ela voltou a anotar.

-Você gosta da escola?

Dei de ombros, ela não se irritava nunca?

-Vejo que você está cansado e com fome, voltarei amanhã, faremos uma consulta a tarde - quando pensei que ela iria sair, ela girou os calcanhares e chegou perto de meu rosto, com a face incrivelmente controlada, acrescentou - eu sei o que você quer, tenho muitos pacientes, você não é o único, e sabe por que tenho tantos? - ela respondeu - porque não desisto, e não pararei de passar por aquela porta até você ficar bem. Porque esse é o meu trabalho. Tem algo errado aqui, não sou tola o bastante para ignorar isso, mas não irei longe demais. Não hoje.

Delicadamente, ela se afastou e parou na porta, ainda de costas para mim:

-Vejo você amanhã, Park.

Enquanto ela falava, fiquei com a mesma impressão, por um momento, seria bom mamãe estar ouvindo, porque Jennie Kim iria embora imediatamente. Mas daí não teria graça.

Foco. Tenho que focar no meu plano... Tenho que encontrar as peças certas. Levantei-me e fui em direção do refeitório, eu não era burro... Mas as casas deviam ser parecidas com esta, se não seria muito fácil descobrir a fraude.

Na porta, do lado do quarto de mamãe e papai, tinha a porta de entrada, nunca fora aberta na nossa frente, era trancada por tantas travas e chaves que era impossível alguém entrar. Mamãe tinha contratado um agente especial para fazer a segurança. Onde ela arrumava dinheiro? Não sei.

Depois tem um refeitório, tem uma mesa grande, redonda, para as meninas com mais de dezesseis anos, meus irmãos e eu, outra para de tamanho médio, igualmente redonda porém mais baixa para meus irmãos de três anos, suas cadeiras tinham uma espécie de trava para eles não caírem enquanto mamãe os alimentava. Depois tem um grande balcão, com um armário imenso atrás. No balcão, na parte de trás tem os utensílios de cozinha, no armário, comida para... Ouso dizer, talvez anos.

Depois... Alguns eletrodomésticos espalhados pelos cantos. Só que tudo tinha travas e mais travas. Para entrarmos lá, tínhamos de passar por uma porta dupla preta que dizia se éramos quem dizíamos e se tínhamos autorização de mamãe para entrar. Nosso quartos eram em um grande corredor, com portas anti-som dos dois lados do mesmo. Banheiros, iríamos nas horas que mamãe permitia. E só.

Podíamos estudar o que quiséssemos, como ser empresários, como consertar pontes, tudo, mas nunca saber exatamente como era o mundo lá fora. Isso estava fora de cogitação. Além de que, algumas coisas mamãe também proibia.

Não podia estudar sobre como destrancar portas, claro. Sem correr riscos de alguém atravessar. Mas... E se o objetivo não fosse passar pelas portas? E se fosse... Por algo mais alto?


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