❝OBLIVION❞ || namgi/sugamon; myg!cegueira

《II》 Um sorriso

Namjoon foi como uma bala. Tomou um banho de cinco minutos, se trocou, escovou os dentes e tudo mais o que tinha de fazer. Em quinze minutos já estava pronto para sair, com carteira, celular e chave em mãos. Antes de deixar o apartamento, mandou uma última mensagem a Taehyung, avisando que já estava saindo.

E então correu, desceu as escadas rapidamente. Dessa vez não se cansou tanto. Descer é mais fácil — pelo menos sem aqueles quilos de bagagem é! No térreo, cumprimentou o porteiro e pôs-se a andar.

O ponto de encontro era a faculdade, já que era perto da atual moradia dos dois, e também local onde ambos iam estudar pelos próximos anos. Os dois cursariam música. E exatamente por esse motivo Namjoon e Taehyung se tornaram amigos. Se encontraram na internet, falando e procurando sobre o mesmo assunto, e então a amizade começou.

Essa seria a primeira vez que se encontrariam, e ao contrário de Namjoon, Taehyung estava um pouco nervoso. Mais que nervoso, estava ansioso. Para ele, conhecer alguém há quase três anos e não ter contato real, era totalmente perturbador. Taehyung é um garoto de amizades, e não gostava de estar longe de seus amigos.

Na noite anterior quase não dormiu pensando no encontro do próximo dia, e também não conseguiu ficar parado depois que acordou. Quando finalmente estava chegando a hora, não teve sinal nenhum de Namjoon. Resolveu, então, mandar mensagens para saber se estava tudo bem. Mensagens não, uma tonelada de mensagens, porque Taehyung não gosta de miséria. Por outro lado! É bem exagerado.

Quando conseguiu uma resposta, era de que iria se atrasar. Taehyung, que já estava esperando o amigo, suspirou fundo e foi até uma lojinha de conveniências ali do lado. Comprou um saco de um salgadinho qualquer e voltou a se sentar na frente da faculdade, num banco qualquer da rua.

Namjoon já podia ver o grande prédio da faculdade portanto acelerou os passos. Mirou o garoto sentado, comendo um salgadinho e parecendo mexer impaciente no celular. Sorriu e se aproximou cuidadosamente do menino, que parecia não perceber sua presença.

— Taehyung? — chamou sorridente, tomando a atenção do garoto.

Como já comentei anteriormente, Taehyung é extremamente exagerado, e não podia ficar sem se jogar em cima do outro, o apertando forte num abraço. Namjoon riu alto com a ação do menor e terminou sorrindo.

— Caralho, finalmente. — Taehyung olhava incrédulo para o mais alto que sorria na sua frente — Nem acredito que você está mesmo aqui. — disse tocando os dois ombros de seu amigo.

Nam colocou seu braço em volta de seu pescoço e sorriu grande.

— Diz aí. Qual é a programação? — pergunta, ainda sorrindo e começa a andar junto a Tae.

— Então... Eu tava pensando nisso. Talvez você queira conhecer a faculdade, certo? — o mais baixo olhou para o lado, encontrando os olhos do mais velho, que assentiu — E depois... Podemos nos divertir um pouco, o que acha?

— Se divertir? Gosto dessa palavra. — o loiro sorriu ladino.

E os dois começaram a caminhar juntos para dentro da faculdade. As vezes Taehyung parava para mostrar algo ao mais velho, já que ele ainda não conhecia nem a cidade nem a faculdade, viu apenas por fotos. Namjoon se mostrava bem animado, mas não tanto como quando chegaram na sala de música.

Aquilo, mesmo vista por trás das portas de vidro, parecia o paraíso para o loiro. Tinha absolutamente tudo que ele podia imaginar lá dentro. Fora a sala de produção, a qual ele não conseguia ver de fora e que devia ter equipamentos ótimos também.

— Meu deus. — Namjoon proferiu pausadamente e com os olhos vidrados e colados à sala.

O que o loiro não reparou foi num garoto, pálido e magro, que no momento se levantava do banquinho do piano e tateava a superfície de madeira do instrumento, tentando achar seu celular e sua carteira, que ali tinha deixado.

Ao mesmo tempo em que Namjoon entrava eufórico no local, o menino não percebido saía da sala. Preciso dizer? Bem... Os dois se esbarraram, mesmo que levemente, um no braço do outro. Nam, confuso, se virou para o garoto e estranhou não o ter percebido ali antes. O mais baixo, encolido, soltou um "me desculpe" tão baixo quanto o seu olhar parecia estar.

Namjoon sorriu.

Mas o menino pareceu não perceber.