《IV》 Outro sorriso

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O relógio marcava aproximadamente dez horas quando Namjoon se despedia de Taehyung na porta de seu novo prédio.

— Eu fiquei realmente feliz em te ver depois de todo esse tempo. — Tae diz em meio a um abraço bem apertado — E ontem foi ótimo! — riu.

— Pode deixar que faremos mais vezes. Falou, Tae! — o loiro cumprimentou o mais baixo que acenou sorridente.

Kim esperou até que Taehyung entrasse no táxi e saísse para respirar fundo e passar as mãos no cabelo antes de voltar à sua nova casa. Já tinha decidido que tiraria o dia para arrumar seu apartamento e entregar uma papelada lá na universidade. Aquela burocracia de sempre.

Começou por levar sua mala, que por acaso ainda estava jogada no chão da sala, até seu quarto. Depois tirou tudo que tinha ali dentro, jogou na cama e passou a organizar cada coisa em seu armário. Pendurou as jaquetas e casacos em cabides, as roupas menores nas gavetas, os chapéus em cima da bancada das gavetas assim como seus outros acessórios, como joias e óculos. Após um certo tempo, Nam terminou e encarou tudo aquilo orgulhosamente.

Claro, estava indo tudo muito bem para ser verdade. Namjoon ainda era um baita de um atrapalhado que não sabia medir a força das coisas, só tinha se esquecido disso. Foi só fechar a porta de correr do móvel que Kim conseguiu quebrar o puxador. Kim Namjoon conseguiu arrancar o puxador de um armário apenas por o fechar. Assim, simples.

— Merda! — ele xinga encarando o pedaço de armário em sua mão — Por que justo agora? Eu vou ter que comprar outro!

Namjoon suspira irritado e então pega a carteira, seus óculos de sol, o puxador e desce as escadas do prédio. Só então se lembra de que ele estava em Daegu e não conhecia nada dali.

— Com licença... — chama atenção do porteiro — Você poderia me dizer onde fica a loja mais próxima de móveis, materiais de construção e essas coisas?

— Loja de construção? — o homem pensa um pouco e começa a explicar — Não é muito longe, deve ser umas duas quadras daqui. É só você seguir reto naquela direção que uma hora você acha.

Kim agradece a sai andando em direção à loja de que moço falava. No meio do caminho ele já estava morrendo, parecia que suas pernas iriam cair a qualquer momento, mas continuou andando.

— Não é muito longe... Tsc! — ele resmungou para si mesmo — Eu realmente não nasci para caminhar longas distâncias. — ele ri irônico e quase agradece a Deus, mesmo sendo ateu, de que podia, finalmente, ver a loja.


— Pronto! — ele sorri e coloca as mãos, as quais uma segurava uma chave de fenda e a outra os parafusos antigos, na cintura — Eu quebro as coisas, mas conserto depois, não é mesmo?

Agora era a vez da papelada. Namjoon odiava qualquer papelada que não fosse letras de música rabiscadas ou então partituras. Achava totalmente desnecessário. Felizmente tudo já havia sido preenchido, só faltava entregar.

O caminho para a faculdade não era longe. Quer dizer... Na escala Kim Namjoon era um pouco longe, mas nada de matar. Lá estava ele com toda a papelada em mãos e pernas andando a passos rápidos para chegar logo lá.

Quem se encontrava na recepção do prédio da área musical era um dos professores, que até então Namjoon não conhecia.

— Você é novo por aqui, não é? — o homem pergunta gentilmente.

— Sou sim! Cheguei ontem aqui em Daegu para a faculdade. — Kim termina com um sorriso no rosto.

O moço sorri também e conta ao loiro que era professor e certamente o daria aulas durante seu curso. Namjoon estava animado por conhecer seu primeiro professor, tanto que não reparou numa figura branquela e pequena se escondendo atrás do mais velho. Figura essa que lhe era totalmente familiar. Eu já não o vi antes?, se pergunta Kim.

— Ah! — o mais velho se pronuncia sorridente — Esse aqui é meu filho, Yoongi. Você provavelmente vai o ver perambulando pela faculdade.

— Prazer, Yoongi! — Namjoon estende a mão ao garoto que parecia estar extremamente envergonhado, já que não levantava a cabeça.

Seu novo professor pegou a mão do serzinho frágil que ali estava e a pôs sobre a de Kim. Yoongi logo segurou a mão do outro e a apertou fraco.

Enquanto isso, Namjoon mantinha seus olhos no menor, impressionado com o quão frágil ele parecia ser. Chegou a ter medo de machuca-lo apenas por apertar sua mão magra e gelada.

— Ele é bem tímido, como acho que já deve ter percebido... — ele encarava o filho com um sorriso bobo no rosto.

Nam sorri pequeno ao sentir a quantidade de amor que havia naquele olhar. Ele parecia amar seu filho com todas as forças possíveis.

— Deve ser um ótimo filho, pelo jeito que você o olha...

— Eu não tenho o que reclamar... — diz com os olhinhos brilhando de orgulho.

Namjoon viu Yoongi sorrir de canto, o que o fez sorrir mais um pouco também. No final das contas não era impossível receber uma reação do menino! Enquanto conversavam, o pequeno sempre mantinha o olhar baixo e fixo enquanto balançava os pés na cadeira, isso causava certa estranheza para o loiro, mas, mesmo assim, sentia uma áurea pura e boa vinda do menor.

Kim entregou a papelada ao próprio professor e, assim que tudo foi checado, agradeceu ambos por recebê-lo e se despediu.

— Até as aulas, Joon! — o mais velho disse simpático e puxou Yoongi para si, que acenou tímido para Namjoon.

❝OBLIVION❞ || namgi/sugamon; myg!cegueiraOnde histórias criam vida. Descubra agora