Sempre fui um atraso
Isso se torna evidente depois de tudo
Pois só agora tu começas a viver de verdade
E eu começo a ruir sem amparoUm dia eu paro
Paro de te invocar no meu sofrimento
Nos meus pensamentos tristonhos
Paro de me casar contigo em sonhos
E hei de voltar a minha realidade pobre
Com os meus surtos sem sorte
A deriva em minha abstração me flagroUm dia eu paro
Paro para tentar recomeçar uma revelia
Em que me cabe com todos os meus defeitos
E com todas as minhas cicatrizes sentidas
Pelas lidas segurando na tua mão pequena
Parindo tantas vidas dentro de um só amor
E nesta dor atual eu me acaboUm dia eu paro
E quando eu parar, a luz será de vela
As vozes esboçarão prantos soluçados
A sociabilidade será em abraços de conforto
As demonstrações de carinho serão vagas
As mãos vão tocar o meu pé frio e pálido
Os olhos se perderão no meu corpo deitado
Desfalecido numa oração poética de resguardoUm dia eu paro
ALDRiN - 2020
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O Livro Que Nunca Escrevi
PoesiaA descrição do que nunca fora dito por mim sobre um amor um tanto duvidoso. Eu não queria propagar esses poemas, mas o definhar do tempo me mostra que é preciso expor a mágoa e a autonomia sentimental sobre as palavras, e como poeta esta seria a min...