Não Te Conheci de Óculos

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Não te conheci de óculos
Teus olhos sempre respondiam minhas dúvidas
Sempre me cativavam quando no esmo
Nunca me deixaram cair em outros olhos
Que tramavam de forma perversa o meu desvario
Mesmo quando teus olhos afogavam-se num pranto
Mesmo quando eram tomados de insegurança
De medo ou de desconfiança
Não te conheci de óculos
Teus olhos nus eram a minha excepcional tara
Eram a minha fantasia na hora da pura poesia
Era o poço mais profundo que ansiava cair
Onde me perdi diversas e diversas vezes
E onde me reencontrava inúmeras e inúmeras vezes
Por mais que as vezes era bebido de sono
Mesmo quando eram consumidos por outros olhos
Ah garota, não te conheci de óculos
Mas que seja
Por mais que minha ternura esteja protegida
Por lentes de vidro fabricados por mundanos
Os teus olhos é que expõe toda a graça
De um ser criador, iluminado e profano
Artesão do destino de por os meus olhos
Diante dos teus olhos
E olhando... Ser-lhe grandioso contemplar-te
E ser-lhe oportuno desfrutar sem nenhum ópio
Ainda te estranho
Pois não te conheci de óculos.

ALDRiN - 2019

O Livro Que Nunca EscreviOnde histórias criam vida. Descubra agora