Ainda Me Mata

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Pude constatar que tudo é fluido
Neste chão improdutivo
E os sorrisos são instantes
Mesmo infantes

Pude me perder por entre os ventos
E o momento pede calma
Tanta falha de argumento
Tanto unguento a entorpecer
Pelo prazer de ser aquilo
Que eu amo
Que eu sinto
Mas não sinto mais nada

Não me procurei na solidão
E não me vi nas fotos nossas
Entre a porta e a lembrança
Nas instâncias do castigo
De nosso amor prematuro

E ainda sofri com o martírio
Os caprixos de nós dois
E bem depois eu me senti
Sendo enforcado pela linha tênue
Do esquecimento
Do sentimento
Dos quebrantos
Eu te amo tanto que pude me esquecer
Só pra te ver de novo tão feliz sem mim

Isso ainda me mata

ALDRiN - 2020

O Livro Que Nunca EscreviOnde histórias criam vida. Descubra agora