Quarta
Chego da escola e vou direto para o meu banheiro tomar um banho. Já passam dos 37ºC e a escola não tem um ar-condicionado, só uns mini ventiladores que não faz vento nenhum.
Saio do banho, coloco uma roupa confortável e me sento a escrivaninha para começar as tarefas de casa quando escuto a porta abrir. Levanto e desço as escadas me deparando com Emy no hall da sala.
— Por que está aqui tão cedo? — pergunto à ela, afinal não são nem 15:30.
— Disse que estava passando mal e meu chefe da lanchonete me liberou. — ela responde, tirando seu casaco e o pendurando.
— Você está bem? O que está sentindo?
— Eu não estou passando mal, só disse que estava para ser liberada mais cedo, para estar aqui quando você chegasse da escola. — ela diz calmamente, se sentando no sofá. — Sente aqui Aspen. — dá batidinhas no lugar ao lado dela.
Começo a andar na direção dela e me sento.
— O que foi? — pergunto.
— Ontem, quando você estava fora, eu precisava fazer um trabalho da faculdade mas meu computador parou de funcionar, então usei o seu. — ela olha nos meus olhos enquanto fala, o que me dá um pouco de medo.
— Tá bom...?
— Acontece que eu tive acesso ao seu histórico do Google. Porque você está pesquisando sobre um caso de dois anos atrás? — ela pergunta.
Meu sangue gela na hora.
— O que? Do que você está falando? — dou uma de sonso, sempre funciona.
— Não adianta bancar o sonso. - ela diz, arruinando meus planos. — eu vi você pesquisando tudo sobre o tal caso, pesquisando sobre o carro, até o endereço do pátio da polícia?? Aspen, o que está acontecendo? — ela me olha quando diz e isso me deixa com um peso enorme. Não quero mentir para ela, mas não sei se posso contar a verdade.
— Eu só... vi esse caso na TV uma vez e me interessei...
— Se interessou tanto que quis até o endereço? É isso que você foi fazer ontem? — ela questiona. Agora ferrou, não tenho mais desculpa.
— Olha Emy... pode ser que eu tenha ido lá ontem..
— Por quê?
— Para ver se o carro estava la.
— E por que você quer saber se o carro estava lá?
— Porque... eu meio que... estou "investigando" esse caso. — solto logo de uma vez.
Ela fica quieta por um tempo, pensando. Fica quieta um bom tempo.
— É aquela garota? Ela pediu para você fazer isso?
— Não Emy.
— É ela sim não é? Ela surgiu do nada e depois você começou a agir assim. Típico, você deixa as pessoas fazerem gato-sapato de você.
— Ela não está me fazendo de gato- sapato. Olha, esse caso é o caso da mãe dela, por isso ela vai na terapia comigo. Por isso a gente se conheceu. E ela me pediu ajuda e eu pensei em recusar, mas eu aceitei, porque pode ser um bom "hobby" e se o que a gente tiver que fazer for só visitar pátios da polícia por mim tudo bem.
— E se vocês não tiverem que fazer só isso? - ela pergunta.
— Não acho que vai ser algo mais perigoso que isso...
— E se não for só isso?
— Se não for só isso a gente vai atrás mesmo assim. Eu prometi para ela que iria ajudar, então vou fazer todo o possível.
— Você gosta dela?
— Ela é minha amiga.
— Hm.
Ficamos em silêncio novamente depois disso. Um olhando para a cara do outro.
— Olha, se você quer se aventurar ou coisas do tipo, você pode, já está bem grandinho para eu te dizer o que você pode ou não pode fazer.
— Obrigado...?
— Porém... se vocês tiverem que fazer algo mais perigoso, mais arriscado, eu vou com vocês.
— O quê?
— Eu prometi para a mãe que já cuidar de você. E eu não quero que você vai a lugares perigosos sozinho. Sozinho com ela, um mais criança que o outro. E ainda tem sua perna.
— Você acabou de dizer que eu já to bem grandinho...
— Eu vou junto. E não se fala mais nisso.Ela encerra o assunto e se levanta do sofá, indo para seu quarto. Fico mais um tempo sentado, pensando no que acabou de acontecer. Depois subo para o meu quarto e decido ligar para Morgana.
— Alô?
— Morgana? É o Aspen.
— Oi As. Tudo bem?
— Sim, quer dizer, mais ou menos. A gente pode conversar?
— Claro. O que houve?
— Então... minha irmã meio que descobriu sobre a nossa investigação.
— ...
— Morgana?
— Como isso aconteceu?
— Ela meio que viu meu histórico de pesquisa.
— E você não apagou?
— Eu esqueci. Não achei que tinha necessidade já que ela nunca usa meu notebook.
—...
— Diz alguma coisa.
— O que ela disse a respeito?
— Disse que tudo bem, que a gente já tá grandinho. Mas que se a gente precisar se arriscar mais ela quer ir junto.
— Sério?
— Sim.
— Hm. Tudo bem então né, fazer o quê. E ajuda nunca é demais.
— Você não está brava?
— Não muito. Não foi culpa sua. Bom, mais ou menos né.
— Desculpa.
— Tudo bem, agora já foi.
— É.
— Bom, eu preciso resolver umas coisas aqui, mais tarde a gente se fala tá bom?
— Tá bom. Beijo mor.
— Beijo As.Encerro a ligação com um pouco de peso na consciência. Eu acho que ela ficou um pouco brava sim, e foi culpa minha sim, mas agora não tem mais o que fazer. E talvez não tenha problema Emy saber, como ela mesma disse, ela pode até ajudar a gente.
Termino de fazer meus deveres de casa e assisto série até pegar no sono._______________________________
Oi leitores, o que estão achando até agora? Desculpa pela demora a postar, faltava inspiração para esse capítulo, além de muitas tarefas de casa.
Agora a investigação começa a esquentar, continuem acompanhando.
Comentem e votem para eu saber que estão gostando!
Beijinhos!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Mentiras acumuladas • EM PAUSA
Подростковая литератураMorgana é uma garota que perdeu a mãe recentemente e mora com o pai e a madrasta. Ela enfrenta vários problemas na sua vida social e emocional, incluindo vários segredos e mistérios por trás da morte da mãe. Aspen é um garoto craque em futebol ameri...