O carro

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Terça

Saio da escola no horário do almoço hoje, pois o professor faltou então não teremos as últimas duas aulas.
Quando chego em casa, Emy ainda está no trabalho. Tomo um banho, coloco uma roupa confortável e faço um almoço rápido para mim (arroz, omelete e frito uns pedaços de frango que estavam no freezer). Depois já adianto as lições da escola, porque como hoje vou sair com Morgana não vou ter muito tempo para terminá-las.
Nós vamos sair hoje as 15:00, iremos atrás do carro da mãe dela, que está num pátio da polícia a alguns quilômetros daqui. Não sei como ela se sente quanto a isso, por que para mim pode parecer uma aventura ou coisa do tipo mas para ela é pessoal, é sobre a mãe dela.
Até agora ela tem se mantido bastante... forte, eu acho. Não demonstrou nenhum sentimento pra mim quanto a isso, mas sei que ela está sentindo algo.
Hoje vamos dar um passo grande e importante em relação a nossa investigação, pois estamos falando do carro da vítima, que pode ter muitas informações importantes. Certo que, a essa altura, a polícia já deve ter verificado ele em busca de digitais, DNA e coisas assim, mas não custa tentar de novo não é? Vai que eles deixaram alguma coisa passar.
Sinceramente, eu estou muito animado agora. No começo eu estava com um pouco de medo e receoso, mas agora eu acho que isso vai dar certo, estamos achando informações bem relevantes e , com dois dias de investigação, já localizamos o carro da mãe dela. Isso é incrível! Só me dá vontade de continuar mais e mais.
Termino as minhas lições de casa (pelo menos as que são para entregar amanhã) e percebo que já são 14:30. Guardo meu material e me troco, indo colocar uma roupa mais adequada para a ocasião (que no caso seria trocar a calça de moletom por uma calça jeans e colocar uma camiseta), logo depois mando pego o celular para mandar uma mensagem para Morgana e vejo que ela já está digitando.

Morgana💕
Oi, tudo bem? Você já tá pronto?

Eu
Oi, tudo bem e você? Estou pronto sim, quer se encontrar em algum lugar?

Respondo a mensagem assim, porque da última vez ela pediu para a gente se encontrar na Coffee Shakespeare ao invés de eu ir buscá- la.

Morgana💕
Não precisa, Elain deixou o carro dela em casa, eu te busco.

Fico levemente surpreso, não sabia que ela dirigia.

Eu
Tudo bem, o endereço é Dating Street, 7.

   Envio a mensagem e me sento no sofá, esperando Morgana chegar. Após alguns minutos, a escuto buzinar lá fora.
   Pego meu celular e saio de casa, abrindo a porta do passageiro do carro prata que está parado em frente a minha a minha casa.
     — Oi. - diz Morgana animada — Tudo bem?
     — Oi, tudo bem e você? — digo, afivelando o cinto de segurança.
     — Tudo bem também, está animado? — pergunta ela, com um sorriso de orelha a orelha e tamborilando os dedos no volante. Dou risada e respondo.
     — Estou sim. Acho que nem preciso perguntar se você está. — digo rindo. Ela ri comigo.
    — Sim eu estou sim. — ela diz. — Você sabe o endereço? Coloca aqui no GPS.
Pego o GPS que estava preso no vidro da frente e coloco o endereço do pátio da polícia que achei na internet, para depois prendê-lo no vidro novamente.
     — Sabe, é perigoso. Arriscado. E a gente realmente está fazendo isso. — Morgana quebra o silêncio— Talvez por isso seja mais divertido, mas não podemos perder o foco. — diz ela séria, mordendo a boca. Dou risada.
     — Claro, não vamos perder o foco. Temos uma importante missão a fazer. — digo, ficando sério como ela.

                            •          •         •

     Depois de alguns minutos, chegamos ao pátio da polícia. É um lugar grande e meio
mal-cuidado, com algumas plantas crescendo nos cantos perto das paredes e carro pra literalmente todos os lugares, nem da pra saber onde fica a "secretaria" ou coisa do tipo. Parece mais um lixão de carros.
— Para onde a gente vai? — pergunta Morgana, tão perdida quanto eu.
— Hm... tenta ir reto. — digo, sem saber direito o que estou falando.
Perambulamos com o carro por mais alguns minutos até acharmos uma espécie de cabine bem pequena no meio do lugar. Paramos alguns metros antes e fomos até lá a pé.
— Com licença? — diz Morgana, batendo de leve no vidro que tinha na frente.
Havia um homem dentro da cabine, ele parecia estar ouvindo música ou algo do tipo, mas quando ouviu o vidro bater ele levantou seu olhar, tirou os fones e saiu da cabine.
       —Pois não? — perguntou o homem. Ele era alto, bem magro mas com uma barriga meio grandinha, tinha cabelos curtos e bem escuros, olhos verdes, sobrancelhas grossas e a barba por fazer.
       — Boa tarde, Sr... — Morgana se inclinou levemente para ler o nome no crachá dele. — Woodstorck. Estamos aqui para ver um carro.
       — Bom, como pode ver tem muitos carros aqui. — disse o homem de maneira seca, apontando o óbvio. — Se quiser ver qualquer um é só entrar, eles não ficam trancados. — ele completa, já estava pegando os fones de ouvido quando eu interrompi.
      — Não, não senhor. Estamos aqui para ver um carro em específico, de um parente falecido. — explico com calma.
      — Muito bem, qual o nome do parente? — pergunta o homem, entrando na cabine e pesquisando algo em seu computador.
      — Elizabeth Teige. — diz Morgana.
O homem, que agora sabemos que seu nome é Gerald Woodstorck devido ao diploma atrás dele, pesquisa no seu computador por alguns minutos, até levantar e dizer.
— O carro dela está aqui mesmo, seção 79 fileira 3, vaga 5.Eu levo vocês até lá, fica um pouco longe. — explica Gerald, trancando a cabine e nos guiando pelos caminhos entre os carros.
Realmente o lugar era enorme então nós andamos bastante até chegar a seção 79. Nós entramos na seção e caminhamos por entre os carros, até Gerald parar.
— Chegamos. Seção 79, fileira 3, vaga 5. Como prometido. Esse é o carro dela. — diz Gerald. — Vou deixar vocês olharem ele um pouco e depois se quiserem mesmo levá-lo é só me falar que eu dou as chaves, vou estar no fim da fileira. — completa ele apontando pra o último carro da fileira 3.
— Tudo bem, obrigado. — digo, e logo depois Gerald se retira. — Bom parece que é esse. — comento para Morgana, olhando o carro.
Ela abre a porta e se senta no banco de trás, e eu acompanho ela, abrindo a outra porta e me sentando do outro lado.
Mor fica olhando para todo o interior do carro por um tempo, e eu só fico quieto esperando ela dizer algo.
— Não é esse. — ela diz.
— O quê?— pergunto, confuso.
— Não é esse carro. Esse carro não era o da minha mãe.

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oi gente!!
O feedback se vocês é muito importante para mim, então peço que se vocês estiverem gostando da história, votem nos capítulos! Isso me incentiva muito a continuar a escrever.
Espero que tenham gostado desse capítulo!
Bjos até a próxima.

Mentiras acumuladas • EM PAUSAOnde histórias criam vida. Descubra agora