Uma semana depois.
E finalmente ( e infelizmente) chegou o dia que minha mãe vai viajar de novo. Ela ficou alguns dias conosco, quase duas semanas, e passou tão rápido.
Eu e minha irmã vínhamos da escola/ trabalho e faculdade direto para casa, para tentar passar o maior tempo possível com nossa mãe. Nós jantamos fora, fomos ao cinema, jogamos jogos de tabuleiro, nos divertimos muito. Mas como sempre, tudo que é bom acaba.
— Vou sentir tanta falta de vocês, minhas crianças! — diz minha mãe, beirando as lágrimas. Estamos no aeroporto agora, na frente do portão de embarque. Ela está com um carrinho que carrega três malas grandes. Emy empurra o carrinho para o lado e abraça nossa mãe, e é aí que ela começa a chorar de verdade.
Me junto ao abraço e ficamos ali, parados no meio do embarque e atrapalhando a passagem.
— Vamos sentir sua falta também, mãe. — digo, saindo do abraço.
Ela da um sorriso triste.
—Se cuidem, vejo vocês em um mês. — diz, beijando nossas bochechas e puxando o carrinho para perto. — Tchau meus amores.
— Tchau mãe! — dizemos eu e Emy em uníssono. Vemos ela entrar pelo portão de embarque e desaparecer do nosso campo de visão.
—Vem, vamos voltar para casa. — diz minha irmã, secando as lágrimas e colocando a mão no meu ombro, me conduzindo para fora do aeroporto.
Entramos no carro e ela da partida.• • •
Chego em casa cansado, são 8:00 da manhã ainda, saímos bem cedo para levar nossa mãe ao aeroporto.
— Acho que vou dormir um pouco. — digo para Emy, que parece estar tão cansada quanto eu.
— É, eu também. — diz ela, dando um sorriso triste.
Subo para o quarto e caio na cama.
Quando acordo já são 13:00 e percebo que tenho algumas mensagens de Morgana.Mor
Foi tudo bem com sua mãe?Vou até o banheiro lavar o rosto (porque mal consegui ler a mensagem com meus olhos fechando de sono) e ao voltar, respondo:
Eu
Foi tudo bem sim, ela já deve ter chegado no Alaska essas horas. Agora só resta a saudade haha.Não demora muito para a resposta chegar.
Mor
Quer companhia? Posso tentar te animar um pouco.Penso por um tempo, mas é uma oferta bem tentadora. Sempre que minha mãe vai embora eu fico meio abatido, ela realmente faz muita falta. Talvez que Mor possa ajudar um pouco.
Eu
Quero sim😕.Mor
Vou almoçar e já já estou aí!Sorrio e saio da cama, descendo para almoçar também.
Chego na cozinha e percebo que Emy ainda dorme, ela realmente deve estar bem mais cansada que eu, então não a acordo para o almoço.
Faço um arroz e uma omelete rápida, tempero umas folhas de alface e vou comer. É pouco, mas eu realmente não tenho com muita fome quando acordo.
Termino de comer e lavo meu prato e talher e as panelas, e quando vou subir para meu quarto a campainha toca.— Oi! — diz Morgana quando eu abro a porta. Ela está com uma calça jeans preta e uma camiseta branca meia manga e uma bolsinha transversal, além de um sorriso lindo no rosto. Sorrio de volta.
— Oi, entra. — digo, abrindo mais a porta, dando passagem para ela.
— Licença. — ela fala ao entrar, fecho a porta e pego na mão dela.
— Vem, sobe. — digo, já arrastando ela para cima comigo.
Entramos no meu quarto e eu fecho a porta. Sento na cama e faço gesto para ela se sentar comigo.
— E aí, como você está? — diz ela ao se sentar.
— Não sei muito bem, eu estou triste, claro, mas menos triste do que das outras vezes. Acho que já estou um pouco acostumado. — digo e ela concorda com a cabeça.
— Ela volta quando? — pergunta Mor.
— Um mês. — digo.
— Um mês? Um mesinho? Passa rapidinho, você nem vai perceber, daqui a pouco ela está aqui de novo. — ela fala e depois sorri.
— É, acho que sim. — digo sorrindo.
— Então, eu vim aqui para te animar. O que quer fazer? — diz Morgana ficando de joelho na cama. Me deito parcialmente, apoiado no cotovelo.
— Hm, não sei.
— Ah, vamos. Pense em alguma coisa. Podemos jogar um jogo, baralho, ver um um filme, dançar algumas músicas, ou até mesmo ir para algum lugar. Você escolhe. — ela fala toda animada.
Penso por uns instantes.
— Bom, a gente pode começar a investigar alguma coisa agora? Acho que seria uma ótima distração porque preciso ficar focado. — digo.
Mor me olha por um tempo com a boca levemente aberta e depois da um enorme sorriso, maior que o do Gato da Alice.
— Já que você insiste...
— Ah sim, insisto. — digo sorrindo.
— Tudo bem então, liga seu computador. — diz ela ainda sorrindo.
Vou até a escrivaninha e me sento, ligando o computador. Mor pega um puff e se senta ao meu lado.
— Bom, tem que começar pesquisando sobre o caso da sua mãe, certo? Nos jornais e tudo. — digo, abrindo o Google.
— Isso. Vamos achar todas as informações possíveis e anotar nesse caderninho. — disse ela, tirando um caderno pequeno da bolsa. — precisamos prestar atenção em tudo.
— Você anda com esse caderno na bolsa? — pergunto.
— Hm, não. Mas eu meio que estava esperançosa que hoje a gente iria fazer algo. — diz Morgana, meio encabulada.
Dou risada.
— Tudo bem.— digo. — Qual o nome da sua mãe? — pergunto.
— Elizabeth Teige. — ela diz, abrindo o caderninho.
Clico na barra de pesquisa do Google e escrevi "caso Elizabeth Teige" e logo em seguida já aparecem várias revistas e jornais com matérias sobre o caso. Clico na primeira e começo a ler.
— Será que a gente pode não ver nenhuma imagem? — pergunta Mor, se encolhendo.
— Claro, sem problemas. Eu vou dar uma lida e aí eu te falo algumas coisas relevantes pra você anotar tudo bem? — respondo.
— Uhum. — diz Morgana e sorri timidamente.
Leio a matéria inteira e aparentemente a mãe de Morgana estava de carro numa rua e alguém foi rouba- lá. A pessoa mandou ela sair do carro e quando ela saiu, a pessoa atirou, entrou no carro e foi embora. O caso continua sendo investigado mas nenhuma pista de quem pode ser o assassino.
— Ele era canhoto. — digo. — atirou com a mão esquerda.
Mor concorda com a cabeça e anota em seu caderno.
Sinto ela meio avoada, mas não a culpo, deve ser difícil ver os detalhes da morte da mãe assim. Acho que na hora que nós formos à ação ela vai se animar mais e esquecer um pouco do porquê de estarmos fazendo aquilo.
Ficamos pesquisando por quase uma hora, mas não achamos muita coisa, o caos tem bem poucos detalhes. O que conseguimos achar foi:• Ele era canhoto;
• Branco;
• Não sabia manipular uma arma muito bem;
• Tremia bastante, deveria estar bem nervoso.Foi só isso. Amanhã iremos atrás de pistas sobre o paradeiro do carro, já que já estava anoitecendo.
— Tenho que ir para casa. Obrigada pela pesquisa, e por me receber. — diz ela.
— Imagina, eu que agradeço por você ter me feito companhia. Volta sempre que quiser. — digo e sorrio, e ela sorri pra mim também.
Levo ela até a porta.
— Precisa de carona? — pergunto ao abrir a porta.
— Não, o meu pai tá na padaria da esquina. Mas obrigada. — diz ela, já com o pé para fora de casa.
— Tudo bem então. Você vem amanhã? Para a gente ver o paradeiro do carro. — pergunto.
— Claro, venho sim. — ela diz.
Nos despedimos com beijinhos na bochecha. Vejo ela caminhar até a esquina e entrar na padaria, e então fecho a porta e subo para meu quarto
— Quem era? — pergunta Emy no topo da escada.
— Uma amiga.. a gente estava... fazendo trabalho da escola. — digo, inventando uma desculpa qualquer. — Talvez ela volte amanhã para a gente terminar o trabalho.
— Hmm. — diz Emy. — Sei sei. Tá bom então. — ela se vira e volta para o quarto dela.Entro no meu quarto e caio na cama.
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Bjinhos até o próximo capítulo.
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Mentiras acumuladas • EM PAUSA
Novela JuvenilMorgana é uma garota que perdeu a mãe recentemente e mora com o pai e a madrasta. Ela enfrenta vários problemas na sua vida social e emocional, incluindo vários segredos e mistérios por trás da morte da mãe. Aspen é um garoto craque em futebol ameri...