8. AQUELAS TRÊS PALAVRAS

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Hey guys, cheguei à decisão de que este será o último capítulo da fic. A ideia inicial era uma história de três capítulos com foco no relacionamento das duas, mas as palavras tem vida própria (essa é a verdade!), e dez páginas acabaram virando quarenta e duas. Enfim, tentei amarrar as informações soltas e dar um final que fizesse sentido para Villaneve e, ao mesmo tempo, respondesse alguma coisa sobre Os Doze (mas não sei dizer se deu muito certo hahaha). No mais, obrigada por quem me acompanhou até aqui, vocês são incríveis!

***

Eve Polastri é apaixonada, basicamente, por quatro coisas: beber vinho tinto, usar casacos de gosto duvidoso, sentir o cheiro de Villanelle e, tão importante quanto, gastar horas investigando organizações criminosas. Naquela semana ela teve o pacote completo, os termômetros da cidade marcaram -7ºC e a coreana pode utilizar todos os casacos horrorosos que quis, pelo menos até Villanelle interferir presenteando-a com roupas novas. Além das roupas, a loira optou por fazer uma boa reserva de vinhos que ela escolheu com muito cuidado para agradar Eve. Presentear Eve sempre foi um dos passatempos preferidos de Villanelle, o outro passatempo consistia em importuná-la.

As importunações vinham das mais variadas maneiras: assustá-la enquanto estava concentrada na cozinha, fingir-se de morta no sofá apenas para ver a reação da asiática, e, por fim, a importunação favorita de Eve, puxá-la pela gola da camiseta e empurrar a morena contra a superfície (do chão, da mesa, da parede) como uma simulação da briga no ônibus e depois dizer:

- Me cheire, Eve.

A frase trazia à lembrança o exato momento em que Eve ficara cara a cara com a pessoa que mais odiava e amava no mundo, naquele fatídico dia ela pensava que poderia se apaixonar por Villanelle e transar com ela ali mesmo, no chão do ônibus sujo, bem na frente de todas aquelas pessoas idiotas e boquiabertas (felizmente, para o bem-estar e saúde mental dos passageiros londrinos, elas não fizeram isso).

Me cheire, Eve. Aquelas três palavras. Aquelas três palavras que ninguém nunca tinha dito a Eve antes, e que ela pensava que jamais alguém diria de novo. E então a coreana se deixa cair, se deixa afogar na sensação e no gosto dos lábios de Villanelle. E de novo, o cheiro amadeirado intoxicante e incrível.

Bem, quando Eve consegue passar por tudo isso ela se dedica a sua quarta atividade favorita: investigar.

A essa altura o cenário da investigação se estendeu aos muros do apartamento, a contragosto de Villanelle, Eve decorou às paredes com esquemas, fotos e reportagens riscadas e grifadas em múltiplas cores. Depois que a russa lhe mostrou a fotografia, Polastri fez uma busca minuciosa sobre cada uma daquelas pessoas, inclusive pedindo ajuda a Bear, que lhe enviou as informações por mensagens criptografadas.

Como já desconfiavam, não podia ser coincidência aquelas seis pessoas reunidas, não eram cidadãos simples com empregos comuns. Aleksander Nicolai tinha trabalhado com Gorbachev (antigo chefe de estado da União Soviética) e agora fazia parte do parlamento russo, na fotografia, ao seu lado direito, também estava o ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovych (acusado de inúmeros casos de corrupção) seguido por uma personalidade importante do governo libanês, Riyad al-Solh, além da atual chanceler da Alemanha, Angela Merkel, do secretário de defesa dos EUA, James Mattis e, por último, Konstantin Vasiliev.

Como Konstantin conhecia todas aquelas pessoas era uma pergunta ainda sem resposta, outra pergunta sem resposta era sobre um desvio de R$6.000.000 (seis milhões de reais) feito por ele para diversas contas bancárias. Mencionar o nome de Konstantin era algo que Eve fazia com cautela, depois que o velho morreu Villanelle tinha reações atípicas quando se tratava do assunto, ela sustentava uma fisionomia perdida e seus olhos quase sempre marejavam.

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