Capítulo 29

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Zayn

- Merda Louis, atende! - eu disse mesmo sabendo que ninguém poderia ouvir. Estava no carro do Harry, Courtney havia me emprestado por um tempo e agora que estava sozinho poderia pensar melhor já que em casa era impossível. As crianças são muito barulhentas e me desconcentram, além de Courtney que não me deixei fumar lá, então o carro do Harry também passou a ser meu lugar favorito. Liguei novamente para Louis e enfim ele atendeu.

- Quando eu não atendo o celular é porque estou ocupado! Quase estragou meu disfarce já que fica me ligando sem parar! - Louis disse irritado.

- Você não tem o direito de ficar bravo! Eu tenho uma mulher desconfiada ao meu lado que não cansa de perguntar do marido! - revidei também irritado.

- Não consegue controlar uma mulher? Não é atoa que está solteiro, Malik. Eu to com o FBI inteiro me fudendo por ter perdido o Harry, não deveria ter trago ele, coloquei a vida de um inocente em perigo e agora nem sei se ele está vivo! - percebi que Louis estava realmente em pânico, me acalmei para lhe dar apoio já que nossas brigas já eram o ponto alto de qualquer conversa nossa e naquele momento ele não precisava disso.

- Ele está vivo, tenho certeza disso. Mas então você tem alguma pista? Disse que estava disfarçado.

- Sim, falei com um cara do bar que eles vieram, ele disse que Veronica encontrou um homem nos fundos do bar, o nome dele é Ian, estou indo agora mesmo até sua casa para tentar descobrir algo.

- Okay, me mantém informado. - desliguei o celular e acendi outro cigarro pensando em o que poderia fazer para ajudar, não tinha conseguido nenhuma informação útil aqui e minha única função tem sido vigiar Courtney e as crianças.

Apesar da minha reclamação sobre os barulhos e bagunças das crianças, eu estava gostando de ter uma rotina com eles. Tomávamos café toda manhã na mesa da cozinha, o café da Courtney sempre um pouco amargo já não era tão ruim assim, Leslie sempre fazia alguma pergunta sem sentido para mim como " Por que você não sorri? " " Você gosta de filmes da barbie? " " Por que você tem uma arma? " Okay, essa última pergunta fez eu e Courtney nos assustarmos. Há quatro dias atrás a pequena Leslie e seu irmão Matt tinham entrado no quarto em que eu durmo e mexido em minhas coisas, eu deveria saber que alguém tinha revirado elas mas por desatento não reparei em nada, e isso foi um dos motivos de agora eu passar mais tempo no carro do Harry do que no quartinho da Courtney, ela explodiu comigo e com os filhos, disse que eles poderiam ter se machucado e que eu fui irresponsável, e depois de me crucificar ela brigou com os mais novos. Enfim, depois do café nós vamos juntos levar Leslie e Matt a escola, depois espero no carro enquanto Courtney leva Noah ao psicólogo e depois sempre passamos no mercado. Nunca em toda minha vida conheci uma mulher que adora tanto super mercados como Courtney e agora ela aproveita que estou junto para levar suas sacolas. Depois que voltamos eu a ajudo com o almoço e a cuidar da casa, além de sempre brincar com Noah de alguma coisa. No fim do dia buscavamos as crianças na escola e jantamos juntos. Depois eu venho para o carro do Harry e tento ajudar Louis com o que posso. Vir para cá também era uma forma de fugir das perguntas incessantes de Courtney sobre Harry, eu sempre fui um bom mentiroso desde que eu não tenha um vínculo com a pessoa para quem estou mentindo. Acontece que eu tinha me apegado a Courtney e seus filhos, e toda vez que olhava em seus olhos brilhantes e via sua expressão de preocupação ao perguntar do marido, eu começava a mentir terrivelmente, e é claro que ela já estava desconfiada, precisava dar um jeito de contornar suas preocupações, deixá-la menos angustiada, eu só não sabia como fazer isso.

Terminei meu cigarro e liguei o carro do Harry disposto a voltar para casa, eu estava cansado e queria uma boa noite de sono.

Desliguei o carro em frente a casa e saí do carro, quando ameacei entrar vi que a porta da frente estava aberta, peguei minha arma rapidamente e continuei entrando na casa devagar. Estava tudo escuro e a única luz acesa era a da cozinha, escutei vozes baixas lá e caminhei até o local.

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