Capítulo 13

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Harry

Depois de tomar um banho e comer algo com Courtney, nós acabamos conseguindo dormir, eu acordei quando já estava escuro e deixei Courtney dormir mais um pouco indo até a sala para não acordá-la, Louis estava lá falando no telefone em espanhol, mas logo ele desligou.

- Aceita? - ele perguntou se servindo de whisky e eu concordei pegando um copo para mim. - Como Courtney está?

- Acho que bem, conseguiu dormir pelo menos.

- Ótimo. - ele disse dando um gole na sua bebida.

- Você nunca disse de onde é, fala vários idiomase seu sotaque é diferente.

- Não posso dizer, além do mais não tenho um local fixo, sou de onde meu emprego me mandar.

- Parece ser legal, ser detetive no FBI.

- Bom, tem seus lados bons e ruins como qualquer outro emprego.

- E quais são? Isso você pode dizer? - perguntei e Louis pensou por alguns segundos.

- Sim. Lado bom: Carros legais, armas incríveis, dinheiro, mulheres e jatos particulares. - ele disse me fazendo rir. - Lado ruim: A vida dos outros está sempre nas minhas mãos, matar alguém é uma merda e nunca consigo dormir direito pois acho que alguém irá me achar e me matar.

- Sinto muito por isso. Eu também não consigo dormir direito desde que meu filho foi sequestrado e Courtney muito menos.

- Não tenho filhos mas imagino a dor de vocês.

- Pois é, em pensar que eu quase te matei achando que estava com meu filho.

- Não foi bem assim... estava com seu amigo e com ódio, por isso conseguiu me acertar, do contrário você é que estaria morto.

- Ah é claro. - eu disse ironicamente voltando a beber.

- Escute Harry, preciso falar algo sério com você agora. - ele disse e eu o olhei com atenção. - Nesse caos que estamos prestes a entrar existem pessoas que traficam crianças. Pessoas que fazem isso são capazes de fazer qualquer coisa, eles são cruéis, é  por isso que disse que precisa controlar o suas emoções, eles olharão para sua mulher, falarão muitas merdas que você não pode julgar ser certas ou erradas. Por favor, para sua segurança e a da Courtney, prometa que irá se controlar. - respirei fundo entendendo a gravidade da situação que Louis estava expondo.

- Tudo bem, eu prometo.

[...]

No outro dia nós tomamos café da manhã e logo Louis nos levou até a parte de fora da casa para nos ensinar algumas coisas sobre defesa pessoal.

- Okay Harry, você já mostrou que consegue socar e chutar alguém, mas precisa aprender mais que isso. - Louis disse e começou a falar na minha cabeça sobre como poderia revidar um golpe ou quebrar o braço de alguém, tudo bem eu estava achando aquilo um máximo.

Depois de quase uma hora ele foi ajudar a Courtney e a mesma parecia estar bastante focada nas explicações dele.

- Agora Courtney digamos que alguém te agarre por trás. - ele disse passando os braços pela corpo de Courtney e lhe mostrando como torcer o braço de alguém.

- Acho que entendi. - ela disse sorrindo.

- Tudo bem, agora tente me machucar pra valer. - ele disse e repetiu o movimento fazendo Courtney torcer seu braço. - É isso mesmo, querida.

- Okay já chega por hoje. - eu disse empurrando Louis de leve e segurando a mão de Courtney.

- Harry, não imaginei que fosse tão ciumento, já disse para controlar isso, afinal a Courtney é muito bonita e chamará atenção no meio daqueles homens.

- Não tenho ciúmes. - eu disse revirando os olhos.

- Claro que não. Agora vamos aprender a usar armas.

Passamos o dia aprendendo a atirar, destravar uma arma e nos proteger, era tudo muito interessante para falar a verdade, e se não fosse nossas vidas que estivessem em risco eu estaria amando tudo isso.

Confesso que estava sim com ciúmes da Courtney com Louis, nunca fui um homem muito ciumento porém era notável que ele era galanteador, com seu sotaque e os olhos azuis conquistava facilmente qualquer mulher, e ele colar o corpo com o da minha esposa para ensinar alguma autodefesa me deixava extremamente enciumado.

- Ei, você está bem? - Courtney perguntou quando saiu do banho e me viu sentado na cama de cara fechada.

- Não sei.

- Me diz o que está te incomodando. - ela disse se sentando ao meu lado.

- Você acha o Louis... sei lá, bonito?

- Ah é sério isso, Harry? - ela disse revirando os olhos.

- Desculpa okay?! Mas é difícil ver ele tocando você e falando como deve se proteger.

- Harry acha mesmo que Louis me daria mole com você nos olhando? Ele só está querendo ajudar.

- Então talvez ele te de mole quando eu não estiver por perto. - eu disse bravo e ela respirou fundo tentando se manter calma.

- Não foi isso que eu disse, quis dizer que mesmo que Louis insinua-se algo, eu nunca aceitaria. Poxa Harry, você é meu marido, o homem que eu mais amo no mundo. Sim, o Louis é muito bonito mas você é meu amor.

- Me desculpa é que... realmente fico incomodado com vocês dois grudados.

- Não precisa ficar, vem aqui. - ela disse me dando um beijo.

- Estou sendo um idiota? - perguntei olhando para seus lábios e ela sorriu.

- Sim, está. - ela disse se levantando e sentando em seguida no meu colo, a beijei novamente e ficamos assim por um tempo.

[...]

Mais tarde Louis, Courtney e eu revisamos nosso plano umas mil vezes, todas as regras, condições para que amanhã fizéssemos nosso primeiro contado com Carter.

- Amanhã cedo Zayn encontrará vocês aqui, ele irá levá-los até o endereço do Carter para que vejam as fotos das crianças e as escolham, além de levarem essa mala com dinheiro. - Louis disse nos mostrando o dinheiro.

- Como vamos escolher uma criança? - Courtney perguntou.

- Bem... escolham qualquer uma, não terão contato com a criança de qualquer forma, mas o mais importante, por que vocês querem comprar uma criança?

- Bem... minha esposa não pode ter filhos, estamos na fila de espera para adoção a anos mas nosso país é muito rígido e nunca nos permitiu adotar alguma. Por isso procuramos saber como poderíamos comprar uma. - eu disse e Louis sorriu.

- Está ótimo, Harry. Olha é claro que eles não falam que as crianças foram sequestradas para todos. Como vocês se passarão por apenas um casal desesperado para ter um filho, eles sempre vão vir com o discurso de que são apenas crianças pobres e abandonadas.

- Se fosse em outro tipo de situação...

- Seria outro discurso.

- Louis posso perguntar algo? - Courtney disse.

- Sim, claro.

- Você disse que em outra situação existe outro discusso. Então as crianças nem sempre são vendidas para pessoas que buscam uma família. Existe outro tipo de público para essa venda? - Louis olhou para Courtney sem saber o que poderia lhe dizer, é claro que ele não queria deixá-la traumatizada e a resposta para sua dúvida era óbvia.

- Infelizmente sim, existem pessoas realmente piores que não estão querendo ter uma família. - Courtney respirou fundo, parecia estar passando mal. - Entendem a gravidade da situação? Entendem o quanto são importantes aqui? Existem crianças contando com a gente, vocês precisam ser fortes para salvar todas elas.

- Sim. - eu disse segurando uma das mãos da minha esposa para tentar lhe dar forças, amanhã começariamos nossa guerra.

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