Eterno | Klaus Mikaelson

I

Eu confesso que só iria começar a postar na semana que vem, mas como tive uma ótima recepção de vocês leitores decidi soltar esse capítulo hoje em agradecimento aos votos e por terem adicionado a história às suas listas de leitura. Vocês são incríveis!
Capítulo dedicado à -delacourx e DayaDobrevar2 por me ajudarem a divulgar a fic. Obrigada de coração ♡.

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Capítulo I: todas as palavras que não te disse.

Novo Mundo

Século X

ㅡ Kaleah, você está em casa? ㅡ A voz soa em tom angustiado com um misto de sofrimento. ㅡ Kaleah, por favor…

A jovem em seus vinte anos amassava algumas ervas a pedido de sua mãe Ayana quando ouviu seu nome ser chamado do lado externo de sua casa. Por reconhecer a voz já sabia de quem se tratava, por isso não demorou a deixar seus afazeres de lado e correr até a porta de madeira antiga.

ㅡ Nik, o que aconteceu? ㅡ ela questiona nervosa ao visualizar o rapaz com suas vestes superiores rasgadas e com diversos machucados cobrindo dos ombros por toda extensão das costas.

ㅡ Meu pai. ㅡ diz enquanto pressionava fortemente os ferimentos com a mão, com o intuito de impedir uma maior perda de sangue.

Kaleah suspira pesadamente, já devia imaginar que aquilo era obra de Mikael.

Sem pensar muito em suas ações o puxa para dentro de sua casa e fecha a porta atrás de si. Precisava utilizar alguns dos ensinamentos de sua mãe e fazer algo que ajudasse na cicatrização dos machucados que estavam nas costas dele.

ㅡ O que Mikael fez dessa vez? ㅡ questiona enquanto o colocava sentado em um banco coberto por uma pele de animal e caminhava nervosamente pela casa em busca de ervas que sabia que tinham propriedades de cura.

A casa de Ayana e Kaleah é como todas as outras do vilarejo, simples e com apenas o necessário para a sobrevivência. Foi construída de forma rudimentar com alguns materiais como pedras e madeiras. O telhado é coberto de relva e palha e as paredes são de tábuas. Há apenas uma porta de acesso e o chão é de terra batida coberto com algumas folhagens, além de haver alguns bancos cobertos de pele de animais. No centro da casa há uma espécie de fogueira que serve como iluminação e para aquecer a casa toda durante os invernos mais rigorosos.

ㅡ Ele me açoitou como se eu fosse um animal sem valor algum ㅡ finalmente se pronuncia após um tempo calado. ㅡ e tudo porque não consegui caçar nada hoje.

A jovem bruxa o encara incrédula enquanto amassava as ervas com muita habilidade e rapidez.

ㅡ E ninguém fez nada para te ajudar? Finn? Elijah? ㅡ se refere aos dois irmãos mais velhos dele, demonstrando descrença em seu tom de voz.

ㅡ Se eles intervissem iria acontecer o mesmo com eles, então neguei a ajuda deles. ㅡ diz cabisbaixo.

ㅡ E quanto a Esther? Não fez nada para impedí-lo?

ㅡ Acho que você nos conhece há tempo suficiente para saber que minha mãe não interfere em nada que meu pai faz, Kaleah, muito pelo contrário.

ㅡ Sim, mas ela poderia ao menos ter curado seus ferimentos.

ㅡ Ela tentou, porém meu pai a impediu. Disse que eu deveria lidar com a dor e ficar com as marcas para aprender a virar homem. ㅡ praticamente cospe as palavras.

A jovem suspira e se aproxima dele.

ㅡ Eu vou te ajudar, Nik, não se preocupe! ㅡ diz olhando em seus olhos e logo retira suas mãos de seus ferimentos e desliza sua túnica rasgada para baixo para ter melhor contato com suas costas feridas.

Kaleah nada diz enquanto limpava o sangue seco de sua pele e aplicava com muito cuidado as ervas sobre suas costas, não sabia realmente o que falar naquele momento. A verdade é que os Mikaelson são uma família complicada, os conhecia desde muito pequena então tinha propriedade para falar sobre o assunto.

Depois que Esther passou pela  morte prematura de sua filha primogênita, a mãe de Kaleah, Ayana, mentora de Esther, disse a ela e seu marido Mikael sobre uma terra mística no distante no Novo Mundo onde os habitantes tinham boa saúde, velocidade e força, dessa forma todos eles se mudaram juntos para essas terras onde é a atual moradia deles.

Ayana não tinha muito a perder haja vista que seu marido faleceu quando ainda viviam no reino da Noruega a deixando só com uma filha para criar. Após sua chegada ao Novo Mundo ela tornou-se conhecida como curandeira e profeta da aldeia onde vivem pois tem uma frequente comunicação com os Espíritos.

ㅡ Sua mãe não está em casa? Acredito que ela não ficará muito contente em me encontrar aqui sozinho com você. ㅡ Niklaus se pronuncia após um momento de silêncio que já incomodava ambos. ㅡ ainda mais sem estar vestido adequadamente.

ㅡ Ela saiu agora a pouco para ajudar sua mãe com alguns feitiços novos, creio que irá demorar um pouco ainda.

ㅡ Mesmo assim, se puder ser mais rápida, não quero que me vejam aqui, você sabe como o povo da vila fala o que não deve e distorce tudo. Não quero que fique mal falada, Kaleah, é minha amiga e não quero que nada de ruim aconteça com você. ㅡ diz sincero se virando com cuidado para encará-la face a face.

Amiga, é claro. Ela sempre será vista como a amiga, mesmo que já tenha dado todos os sinais de que é apaixonada por ele.

Sim, ela sentia as borboletas no estômago quando estava próxima dele, sentia o coração bater de forma mais rápida, mas não era apenas isso, era algo muito mais forte e que ela não conseguia definir. Era algo intenso, como se tivessem uma conexão.
Kaleah não sabia explicar como nem o porquê, mas ela sabia que Niklaus era a pessoa com a qual estava ligada. Sim, está é a palavra. Ela se sentia ligada a ele, contudo aparentemente ela era a única a sentir algo ali.

ㅡ Eu já acabei, em dois dias já não sentirá mais dor alguma e em poucas semanas ficará sem as marcas dos açoites. Essas ervas ajudam contra a dor e auxiliam na cicatrização. ㅡ explica enquanto se levanta e se afasta um pouco, porém ele a puxa de volta para perto de si.

ㅡ Muito obrigado de verdade, Kaleah. Eu nem sei como te agradecer por tudo que faz por mim. É você que sempre está ao meu lado quando algo ruim acontece, é sempre você. ㅡ a encara com um brilho diferente e ela sente seu coração bater de forma cada vez mais acelerada. Estaria ele tentando dizer algo? Porque se a resposta for positiva ela estava pronta para se declarar também. ㅡ Você é a melhor amiga que alguém pode ter.

Ele diz por fim e a abraça. A jovem bruxa suspira pesadamente e mesmo profundamente machucada por não ter seus sentimentos correspondidos o abraça de volta. O que ela poderia fazer afinal? Ele estava apaixonado por outra e era algo com o que tinha que lidar.

Por fim simplesmente engoliu de volta todas as palavras que vieram até a ponta de sua língua e que não teve coragem de jogá-las ao vento e o observou deixar sua casa. Ele agora curado da dor física, mas por outro lado ela começando a sentir a dor emocional.

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Gostaram? Esse capítulo foi para vocês entenderem um pouco a relação entre Kaleah e Klaus. Espero que tenham gostado. Obrigada por ler essa história ♡