XXXV

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ÚLTIMO CAPÍTULO

Capítulo XXXV: Ascensão

O telefone tocou às 8:00 da manhã. 

Embora Klaus tenha escutado o barulho soar pela mansão indicando que alguém ligava, não moveu um único músculo para atender, permaneceu na mesma posição, sentado na cadeira de balanço com os gêmeos nos braços velando o sono deles. Já fazia uns bons minutos que se encontrava do mesmo jeito

— Niklaus, nós precisamos ir. Bonnie acabou de ligar informando que o corpo já chegou na catedral para o velório. — A voz de Elijah soou em tom inexpressivo, falando pra ele a frase aterradora, cuja qual ele confessava não querer ouvir, pois não podia negar que ainda tinha esperança.

O híbrido encarou o irmão percebendo que ele parecia uma estátua de cera parada ali no batente da porta. Parecia inatingível, aparentava não sentir nada, mas a verdade é que ele sentia, assim como todos os outros Elijah sentia tudo, mas estava tentando a todo custo não demonstrar por causa do irmão.

Aquelas palavras deram a Klaus uma sensação muito ruim. A sensação de que tudo era real e não um simples pesadelo como ele estava mantendo fixo em sua mente nas últimas horas.

— Me dê apenas um minuto com eles, irmão. — pediu e Elijah assentiu, logo deixando o recinto.

O original olhou para os bebês dormindo em seu colo em um sono profundo e beijou a testa de cada um.

— Vocês são a melhor parte de mim e dela, a melhor coisa que já aconteceu em meus mil anos de existência — disse enquanto observava os pequenos detalhes do rosto angelical de ambos — Muitos são aqueles que acham que vocês dois são aberrações da natureza e muitos também querem vê-los mortos. A mãe de vocês morreu para protegê-los e eu darei continuidade a tudo que ela começou e cada mísera alma que deseje o mal de vocês, será aniquilada, tão certo quanto o meu sangue corre nas veias de vocês. — O híbrido depositou mais um beijo na cabeça de ambos.

Do outro lado, no purgatório sobrenatural,  Cassandra observava tudo sem conseguir segurar o choro. Sabia que tudo foi por uma boa causa e se tivesse que fazer de novo o faria sem pensar, mas olhando agora Klaus desamparado com os filhos e sem ter tido a oportunidade de passar mais de cinco minutos com os bebês, a Bennett se sentiu desolada.

Sheila se aproximou dela e apoiou suas mãos nos ombros da neta.

— Eles ficarão bem, Klaus vai cuidar bem dos nossos filhos. — A mais nova disse antes que a avó pudesse dizer algo, porém Sheila não acreditou em toda aquela pose de “estou bem, mesmo tudo isso tendo acontecido”, que a neta queria aparentar.

Klaus se levantou da cadeira, era hora de dizer adeus definitivamente a companheira.

De modo mecânico ele desceu as escadas e alcançou a sala de visitas da residência encarando os irmãos que ali estavam. Kol, Elijah, Finn e até mesmo Rebekah.

Os olhares de Klaus encontraram os da última de forma perdida. Mais de mil de anos convivendo com uma pessoa e agora não fazia ideia do que dizer a ela. Mas não precisou falar nada. A loira lentamente se aproximou dele e o envolveu em um abraço forte, tomando cuidado para não machucar os bebês em seu colo.

Quando comunicados do acontecimento Rebekah e Finn retornaram imediatamente para Nova Orleans. Sabiam do momento delicado pelo qual o irmão estava passando e mesmo possuindo a mágoa dos anos que foram mantidos presos em caixões, ali estavam, unidos como uma família deveria permanecer.

Rebekah segurou Henrik em seu colo e Klaus assentiu, era hora de ir.

Conforme fazia o percurso até a Catedral St. Louis onde acontecia o velório, Klaus observava no caminho o local onde dias antes os artistas de rua, os leitores de cartas de tarô e exposições artísticas ficavam, na praça fora da catedral, mas hoje não tinha nada, a tempestade, com sua bravura representando a fúria da mãe natureza havia destruído tudo e Klaus, mesmo em luto com todo o acontecido, havia colocado pessoas para ajudar aqueles que haviam ficado desabrigados e outros para ajudarem a colocar a cidade novamente de pé.

Eterno | Klaus Mikaelson  Onde histórias criam vida. Descubra agora