(Roger Taylor POV's)
- Paaaaii, por favooooor!- Felix implorava pela milésima vez.
- Eu já falei que não- falo pela milésima vez também.
- Eu vou cuidar dele, eu limpo a sujeira, dou banho, levo pra passear, brinco com ele!
- Eu já falei que não quero cachorro, eu sou alérgico- invento uma desculpa qualquer.
- Mentiroso! Você mesmo sempre se gaba por não ter nenhum tipo de alergia!- ele fala bravo, e antes que eu pudesse o repreender ele subiu para o andar de cima.
Laura minha esposa aparece no canto da porta e me olha brava.
- Amor, eles dão trabalho demais!
- Roger Meddows Taylor- ela diz meu nome completo, sinal que fudeu pra mim- É importante a criança crescer com um animal- ela diz e eu rio debochado- É sério, ajuda a criar responsabilidade, é um amigo pra todas as horas, você mesmo teve um bernesse quando era jovem!- Ela tinha razão.
Eu ganhei esse bernesse quando tinha 10 anos, o bayley, ele sempre estava comigo em tudo....
"Flashback on"
- Pai para!- grito com meu pai, que tinha dado um tapa na cara da minha mãe, tento puxar ela pra mim, mas a força de um garoto de 12 anos não é muita
- Não se mete roger!- ele grita comigo, quando ameaçou vir pra cima de mim e da minha mãe denovo, me coloco em sua frente para protege-la, espero o impacto do soco em meu rosto, mas tudo que escuto é um grito.
- Me larga!- vejo meu pai no chão e bayley o atacando. Na hora eu fiquei paralisado, minha mãe correu até a gaveta da cozinha e pegou uma faca.
- Sai dessa casa!- ela grita, assustando bayley e meu pai, fazendo ele parar de morder ele- Agora! E não volta mais!- ela estava tremendo e com lágrimas nos olhos.
Meu pai se levanta, cheio de machucados e rasgos nas roupas, minha mãe me puxa para trás dela, e bayley fica em nossa frente, rosnando para ele. Meu pai pega seu casaco e sai da casa. Foi a ultima vez que o vi.
Depois disso tudo, me enfiei no meu quarto e comecei a chorar como uma criança assustada, o que era extamente o que eu era.
Escuto a porta ser empurrada e o barulho de patas batendo no chão, bayley para ao meu lado, no chão frio.
- Obrigado por nos proteger...- falo fungando o nariz, com a visão meio borrada pelas lágrimas.
Ele se aproxima do meu rosto e lambe a lágrima, me fazendo soltar um riso fraco. Puxo ele para ficar em meu colo, e abraço seu corpo.
Ele ficou comigo até os 20 anos, passou 10 anos ao meu lado, um terço da minha vida. Até que ele se foi por um câncer.
A decisão mais dolorida da minha vida foi a eutanásia nele. Ele estava sofrendo demais, não seria justo prolongar seu tempo aqui o fazendo sofrer. Eu fiquei segurando sua pata até o ultimo segundo, e demorei mais de uma hora para conseguir sair da sala.
"Flashback off"
- Você vai pegar o carro, e só vai voltar quando tiver um cachorro junto com você- ela diz saindo do lugar. Quando ela fala algo assim e sai do cômodo significa que ela não está brincando.
***
- Onde eu vou achar um filhote as nove horas da noite? Todos os pet shops devem estar fechados!- falo batendo no volante.
