Capítulo 6

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POUCOS DIAS TINHAM SE PASSADO desde que eu e Alli voltamos de Las Vegas. Eu
queria acreditar que a vida voltaria ao normal, mas nada era normal na minha
vida agora. Eu estava prestes a não ter onde morar, começando a administrar
meu próprio negócio em tempo integral e, agora, não conseguia tirar Blake da
minha cabeça.
Por mais que eu quisesse que nossa única noite juntos permanecesse desse
jeito, a vozinha na minha cabeça queria que ele viesse atrás de mim de alguma
forma. Silenciosamente, eu reprimia a mim mesma por esperar estupidamente
por algo — ou alguém — que nunca poderia ter. Assim como nosso caso bastante
público na conferência, eu era só mais uma. Um interesse passageiro de um
bilionário arrogante que não tinha motivo nenhum para ficar muito tempo com
qualquer pessoa.
Remexi minhas correspondências, lembrando-me de que eu tinha recebido
exatamente o que tinha pedido. Quando saí do campus, ouvi meu nome. Uma
menina com cabelos loiros repicados desceu as escadas para me encontrar. Ela
parecia uma top model adolescente. Bronzeada, alta e vestida impecavelmente
com um top e uma saia de linho.
— Liz — falei. — Como vai?
Ela deu um sorriso largo.
— Ótima. Nem acredito que estamos quase no fim!
— Eu sei, o tempo voa.
Sacudi a cabeça, incrédula.
— Quer tomar um café? Eu adoraria pôr o papo em dia.
Os olhos castanhos calorosos dela pareciam genuínos, mas eu sempre tinha
evitado esses momentos. Nossa amizade tinha enfraquecido quando me mudei
para o outro lado do campus, depois do nosso ano de calouras juntas, e nunca
realmente conversamos sobre aquilo. Hesitei. Não tínhamos mais aulas,
nenhuma tarefa, nenhum plano. Eu não tinha desculpas. Dei de ombros.
— Claro.
Caminhamos uma pequena distância até o café mais próximo, onde alguns
hipsters melancólicos nos serviram cappuccinos deliciosos e caros demais. Nos
sentamos em uma mesa para duas pessoas, o caos do café preenchendo o
silêncio entre nós. Eu tinha visto Liz vez ou outra pelo campus, mas não
conversávamos mesmo há anos. Mal nos conhecíamos agora.
— Já tem planos para o verão? — perguntei.
— Vou para Barcelona com meus pais por algumas semanas, aí começo a
trabalhar, em julho.
— Vai trabalhar em quê?
— Em uma empresa de investimento aqui da cidade, lidando com números
ou algo assim. — Ela assoprou o cappuccino quente. — E você?
— Eu, na verdade, comecei uma rede social de moda no verão passado e
está indo bastante bem, então, vou administrar isso por um tempo. Vamos ver no
que vai dar.
— Isso é incrível. Eu jamais esperaria isso.
Ergui minhas sobrancelhas. O que é que ela esperaria, fiquei imaginando,
cutucando a casquinha folhada de meu croissant de chocolate.
— Como estão Lauren e todos os outros da casa?
— Muito bem. — Ela pausou antes de continuar. — Mas sentimos sua falta.
Tomei um bom gole de cappuccino, sentindo para onde a conversa estava se
encaminhando. A faculdade tinha terminado e um novo capítulo estava
começando. Talvez fosse hora de finalmente passar tudo a limpo, especialmente
se eu pudesse encontrá-la por acaso aqui na cidade. Boston ainda era pequena o
suficiente para proporcionar encontros casuais.
— Desculpe não ter avisado sobre me mudar no final do ano. Eu estava
passando por uns bocados na época.
Aquilo era um eufemismo, mas eu não queria realmente conversar com ela
sobre aquilo naquele momento. A última coisa de que eu precisava era reavivar
memórias dolorosas.
— Eu entendo isso. Só achei que fôssemos amigas, sabe?
— Nós éramos — respondi. — Ainda podemos ser. Eu só precisava de um
recomeço depois de tudo que aconteceu.
Ela concordou com a cabeça e deu-me um sorriso fraco.
Suspirei, conformando-me com o fato de que eu não conseguiria evitar
aquele assunto, por mais que tentasse contorná-lo.
— Nada foi o mesmo depois daquela noite. Você e todos os outros eram os
mesmos, mas eu, não. Eu não podia sair e festejar com vocês todos como se
nada tivesse acontecido.
Respirei fundo, tentando afastar as memórias dolorosas que surgiam.
Empurrei meu prato, uma pontada de náusea instalando-se em meu estômago.
— Não teve nada a ver com a nossa amizade, ou com você. Eu só não
conseguia suportar aquela expressão na cara de todo mundo. Além disso, e se eu
encontrasse por acaso com ele de novo, sabe? Não sei o que eu teria feito.
Lidar com o que tinha acontecido já tinha sido difícil o suficiente. Na época, o
pensamento de viver aquilo novamente de qualquer forma tinha me apavorado.
A única coisa que me impedia de ficar olhando para trás constantemente hoje
era o fato de que eu tinha enterrado aquelas lembranças tão fundo que eu mal
me lembrava que o homem que tinha me machucado ainda existia.
Quando olhei para ela, a pena em seus olhos me deixou com ainda mais
ânsia. Olhei minha bolsa e procurei por uma desculpa acreditável para ir
embora.
— Eu queria conversar com você sobre aquilo, mas você nunca me deu uma
chance — disse ela.
— Acredite ou não, eu não gosto muito de falar disso.
Apertei os lábios em uma linha fina. Eu nunca queria falar sobre aquilo — ou pensar naquilo — de novo na vida. Mas isto não era, de maneira alguma, culpa
da Liz.
Os olhos dela eram vivos e inocentes, lembrando-me das muitas noites que
tínhamos passado devorando as caixas de porcarias que os pais dela mandavam,
compartilhando histórias e sonhos em toda nossa ingenuidade caloura.
Recostei-me na cadeira, inspirando fundo.
— Eu precisava botar a cabeça no lugar por mim mesma e, por algum
motivo, não conseguia fazer isso naquela casa.
Ela assentiu com a cabeça.
— Eu entendo.
Ela não entendia, mas eu dava um crédito a ela por tentar, mesmo que ela
estivesse me arrastando por memórias que eu tinha enterrado há tempos.
— Talvez possamos nos encontrar quando eu voltar da Espanha e botar o papo
em dia — disse ela. — Não precisamos falar disso, obviamente. Sei que é chato
para você.
— Claro. — Forcei um sorriso. Eu não podia mudar o passado, mas talvez
pudesse salvar um pouco do que tinha se perdido. — Vamos manter contato.
Conversamos sobre professores e lugares para morar na cidade, enquanto Liz
terminava seu muf in. Depois, trocamos números de telefones e nos despedimos.
Quando me virei na direção do campus novamente, meu celular apitou com uma
mensagem. Era Alli.
Precisamos conversar. Tenho novidades.
Meu estômago revirou. Liguei para ela enquanto caminhava.
— E aí?
— Tenho novidades.
— Você disse. O que é?
Ela pausou por um momento.
— Consegui o emprego.
— Ótimo — soltei, a decepção clara no meu tom de voz. Não consegui evitar.
Aquela era uma notícia péssima.
— Erica?
— O que você quer que eu diga?
Saí do meio do caminho para as pessoas passarem por mim na rua. Ver a Liz
tinha deixado meus nervos à flor da pele, e agora eu estava perdendo a Alli —
minha melhor amiga, colega de quarto e sócia. Eu me recusava a considerar
aquilo um ponto alto do meu dia.
— Parabéns, Alli. Eu sei que você queria isso. Infelizmente, eu, não.
Alli ficou em silêncio no telefone por alguns segundos.
— Já conversamos sobre isso e agora você parece surpresa.
Ela tinha razão, mas aquilo não amenizava a pancada. As coisas estavam
acontecendo agora, só dependendo da decisão de Max de investir em nós.
— Quando você vai?
— Em alguns dias. Posso ficar na casa de uma amiga na cidade até encontrar
um lugar para morar.
Meu celular começou a vibrar com outra ligação. Não reconheci o número,
mas precisava de uma desculpa para sair daquela conversa, antes que dissesse algo que não deveria. — Tem alguém me ligando, Alli. Preciso ir.
Ela suspirou.
— Está bem, tchau.
Senti uma pontada de culpa quando troquei de linha.
— Alô?
— Erica, é o Blake.
Xinguei baixinho. De todas as vezes que eu quis que ele ligasse...
— Não é uma boa hora.
— Você está bem?
— Estou.
Minha voz não soava nada bem.
— Onde você está? Estou na vizinhança.
Dei uma olhada em volta, procurando pelo ponto de referência mais
reconhecível. — Perto da praça Campbell.
— Pego você em cinco minutos.
Ele encerrou a ligação antes que eu pudesse argumentar.
Sentei-me em um banco da praça, checando meus e-mails à toa para
distrair-me da bomba que Alli tinha largado sobre mim. Em um deles, Sid
relatava um bom tráfego de novos usuários desde a conferência, o que era uma
notícia bem-vinda, já que eu andava pensando se todo aquele esforço se resumiu
a um disk-foda de cinco mil quilômetros de Blake. Meus pensamentos vaguearam
novamente para Alli e Liz e o quanto eu tinha me sentido completamente sozinha
na última hora. Meus olhos queimaram de emoção e eu enxuguei uma lágrima
que caiu.
Uma buzina interrompeu aquele momento. Blake estava sentado no banco do
motorista de um carro esportivo preto lustroso, esperando junto ao meio-fio.
Aproximei-me e fiquei momentaneamente confusa com a falta de maçanetas
até que uma delas surgiu de dentro de seu esconderijo secreto na porta do
passageiro. Entrei, instantaneamente pasma com a enorme tela de LCD entre os
bancos do motorista e do passageiro.
— Que diabos é isto? — perguntei, instantaneamente perplexa com todos os
aparelhos e dispositivos.
— É um Tesla.
Fiquei olhando para a rua à frente, esperando o carro arrancar.
— Ei — disse ele suavemente, passando o polegar pela minha bochecha.
Ele parecia renovado e fofo, mas o sorriso dele logo desapareceu. Minha
garganta se fechou, como se eu fosse chorar novamente. Reprimi aquela
sensação, meu corpo ficou imóvel em um ato de autodefesa.
— Estou bem, é sério.
Virei meu rosto e limpei qualquer resquício de rímel que pudesse dar a ele
uma pista do meu baque recente. Eu não sabia se conseguiria suportar ficar ainda
mais vulnerável com esse homem do que eu já era e ainda manter um pouco de
integridade profissional.
— O que você quer?
— Eu queria ver você. Está com fome?
— Claro.
Eu não estava, mas queria estar em qualquer lugar que não fosse ali. Deixei
que Blake nos levasse naquele carro high tech extremamente caro, cujas ações
tinham acabado de decolar.
— Quantas ações da Tesla você tem? — perguntei, enquanto os prédios da
cidade passavam por nós.
— Entrei na segunda rodada de investimentos, então, algumas.
— É claro que entrou — murmurei.
Blake atravessou a cidade em tempo recorde e com pouco respeito pelos
pedestres e pelas leis de trânsito, mas, de alguma forma, mesmo assim eu me
senti segura e aliviada por deixar o campus para trás. Continuamos o restante do
trajeto em silêncio até que Blake estacionou em uma vaga reservada de frente
para a torre do relógio.
The BlackRose era um pub irlandês no coração de Boston, a alguns passos do
famoso Faneuil Hall e do Quincy Market. Dentro, um bar de madeira escura se
estendia nos fundos do restaurante, e brasões da terra natal cobriam as paredes.
Blake e eu nos acomodamos em um canto silencioso, onde podíamos ver as
pessoas do lado de fora seguindo com suas rotinas, incluindo turistas, banqueiros e
homens dirigindo carruagens de cavalos.
A jovem e fofa garçonete estava animada e perguntou qual seria nosso
pedido com um sotaque irlandês que me fez pensar em meu professor preferido,
que também estava indo embora em algumas poucas semanas.
— Dois cafés da manhã irlandeses e duas Guinness — pediu Blake,
entregando nossos cardápios para ela e logo voltando sua atenção para mim
novamente.
— Você sempre faz os pedidos para outras pessoas?
— Eu não queria que você ficasse em conflito consigo mesma por pedir uma
cerveja tão cedo de manhã.
Ele se aproximou, o movimento destacou seu bíceps, que aparecia por
debaixo das mangas da camiseta com a logo da Initech, do filme Como
enlouquecer seu chefe. Ele não tinha nada que estar com aquele traje tão
informal em um dia útil.
— Quer me contar por que você estava chorando um minuto atrás?
Meneei a cabeça, emocionalmente esgotada e despreparada para estar com
Blake em um momento como aquele.
— Talvez vir para cá tenha sido uma péssima ideia.
Blake segurou minha mão quando me mexi para pegar a bolsa.
— Ei, me desculpe.
Fechei os olhos, querendo desesperadamente cair em prantos em algum lugar
onde Blake não estivesse na plateia.
— Fique — pediu ele suavemente.
Recostei-me na cadeira, deixando minha mão na dele, minha raiva
dissipando-se. O toque dele tinha um efeito calmante que eu tanto ressentia
quanto estava começando a apreciar.
— Por que você queria me ver?
— Bom, para começar, porque você não me deu a chance de me despedir.
Você sempre foge daquele jeito?
— Não achei que você fosse se importar — falei, envergonhada com aquilo
tudo, mesmo não tendo pensado em praticamente mais nada desde que deixei o
quarto dele, dois dias atrás. — De qualquer forma, eu tinha que pegar um voo
cedo para cá.
— Teve notícias do Max?
Respirei fundo, aliviada por estarmos falando de negócios de novo.
— Sim, temos uma reunião na semana que vem.
— Como está a procura por um lugar para morar?
Revirei os olhos e grunhi.
— Agora que a Alli vai oficialmente se mudar para Nova York, suponho que
tenha acabado de ficar mais fácil.
— Essa não parece uma notícia muito boa.
— É, vou ter que começar a me vestir sozinha de novo, o que vai ser difícil —
brinquei.
Eu não estava mentindo, mas obviamente o senso estético não seria a única
coisa que me faria falta. Alli era minha melhor amiga, minha confidente, minha
copiloto. Eu ainda não conseguia acreditar que minha colega de quarto não ia
mais morar comigo. Estaríamos a apenas uma hora de voo de distância uma da
outra, mas eu tinha um medo irracional de que nossas vidas começariam a
caminhar em direções diferentes que, cedo ou tarde, iriam detonar a amizade
que lutamos tanto para construir. Só o tempo iria dizer.
— Tenho uma boa corretora.
Blake pescou um cartão de visitas da carteira e o entregou a mim. Fiona
Landon, corretora de imóveis licenciada.
— Se ela é parente sua, duvido que tenha alguma coisa dentro do meu
orçamento.
— É minha irmã mais nova e nunca se sabe. Ela é conhecida por conseguir
boas barganhas. É só dizer a ela que eu recomendei você.
Suspirei.
— Contei sobre a minha situação para manter um diálogo. Não foi um pedido
de ajuda. Sou perfeitamente capaz de resolver isso sozinha.
— Eu sei que é — disse ele em voz baixa, passando o polegar pelos meus
dedos. — Dê uma ligada para ela — pediu ele.
Soltei a mão da dele e enfiei o cartão na bolsa, sabendo que eu iria ligar para
ela pelo simples motivo de que Blake queria que eu ligasse e não me deixaria em
paz até que eu o fizesse.
A garçonete trouxe nosso café da manhã, que era delicioso e gordo, dois
quesitos para fazer uma pessoa sentir-se bem, e que eu estava apreciando
tremendamente no momento. Enxaguar tudo com alguns goles de Guinness
também não era nada ruim. Blake e eu conversamos fiado e falamos sobre
esportes, um assunto sobre o qual qualquer cidadão de Boston conhecia. Quando
eu não estava sofrendo um tumulto emocional e ele não estava me atirando de
cabeça em uma montanha-russa profissional, eu realmente gostava da
companhia dele. Aos poucos, ele me tirou daquele estado de mau humor.
Lá fora, o sol aquecia as ruas pavimentadas, enquanto caminhávamos de
volta para o carro. Após todos aqueles anos, Boston ainda me impressionava. As ruas tinham história e as pessoas tinham um tipo de personalidade que sempre
fazia com que eu me sentisse em casa. Era impossível morar ali e não sentir
paixão e possessividade com relação à cidade.
Blake entrelaçou os dedos aos meus e meu coração bateu um pouco mais
rápido.
— Para onde vamos agora? — perguntou ele.
Eu queria acreditar que a pergunta era inocente, mas vi o desejo nos olhos
dele. Eu não teria me importado em responder “para sua casa”, mas não ia fazer
com que dormir com Blake, toda vez que ele me olhava daquele jeito, se tornasse
um hábito.
Olhei para baixo, tentando ignorar o quanto eu ainda queria estar com ele.
— Melhor eu ir para casa. Ainda tenho muito trabalho a fazer — respondi,
torcendo para que ele acreditasse em mim.
Ele ficou me olhando em silêncio por um momento.
— Tudo bem. Eu te dou uma carona.
Concordei e Blake nos levou de volta ao carro.
No caminho para casa, o celular de Blake tocou. Uma foto casual de uma
morena linda apareceu na tela com o nome “Sophia”. Ele ignorou a ligação e
ficou olhando fixamente para a rua, demonstrando nenhuma emoção. Eu não
tinha direito algum de perguntar quem ela era. O que tínhamos mal podia ser
chamado de relacionamento, e a ideia de que alguém tão rico e maravilhoso
quanto Blake não estaria curtindo a vida era bastante irrealista. Mesmo assim, a
ideia de outras mulheres na vida dele me machucava.
Estacionamos perto de casa e Blake deu a volta no carro para abrir minha
porta. Subindo os degraus até a entrada, atrapalhei-me com minhas chaves.
Virei-me para dar tchau e Blake puxou-me para perto dele. Fiquei sem ar.
— Você me deve um beijo de boa noite, srta. Hathaway.
Antes que eu pudesse responder, ele cobriu a minha boca com a dele. Derreti
naquele beijo e no calor do corpo dele. Misericórdia, aqueles lábios. O estresse
da manhã tornou-se uma lembrança distante, substituída por um desejo que
nenhum de nós estava em condições de satisfazer naquele momento.
— Me convide para subir.
Afastei-me, sem ar, e meneei a cabeça.
— Então, venha para casa comigo.
A voz dele era rouca.
Em algum lugar distante, comecei a analisar tudo, extraindo-me daquele
momento.
— Não posso.
Tecnicamente, eu podia. Na verdade, eu não queria nada mais do que repetir
aquela noite na cama de Blake em Las Vegas, mas não fazia ideia de em que
poderia estar me metendo. Uma série de transas aleatórias? Ficar na fila com
uma série de outras mulheres que tinham chamado a atenção dele? Além disso,
eu precisava me focar no trabalho agora mais do que nunca. Transar até perder
os sentidos com Blake regularmente, provavelmente, não iria me ajudar nesse
sentido.
— Vamos jantar, então.
— Não — insisti. — Além disso, você não foi exatamente um perfeito
cavalheiro na última vez.
— Não fui? Pelo que me lembro, foi você que pediu para fazer um tour pelos
quartos.
Ele pressionou a ereção crescente contra mim, provocando um gemido.
Tentei permanecer ciente de que estávamos plenamente visíveis para quem
passasse por ali, mas me preocupava mais com estar me distanciando de mim
mesma e cedendo a uma atração perigosa que já tinha suas garras em mim.
— Blake, é sério, Las Vegas foi... realmente incrível. — Pausei, tentando
desesperadamente me recompor. — Este só não é um bom momento para esse...
O que quer que seja isso entre nós.
Beijei-o delicadamente, inspirando seu cheiro uma última vez, antes de
escapar de seus braços. Ele me soltou, mas pelo desejo em seus olhos, eu podia
dizer que ele não estava muito feliz com aquilo.
— Adeus, Blake.

Atração Magnética 1° livro da série HackerOnde histórias criam vida. Descubra agora