"Mexeu!"

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Damian, apesar de não admitir, gostou que Selina escolheu o berço que ele estava de olho. Os irmãos do garoto fizeram bico, mas logo admitiram que o berço era bonito. Após isso eles procuraram uma cômoda, um armário, um fraldário e uma poltrona. Seguindo as orientações de Dick eles escolheram um fraldário, Tim opinou na cômoda e Jason no armário, mas é claro que tudo isso foi sob a supervisão dos mais velhos. Selina escolheu uma poltrona e um tapete para combinar, depois disso eles foram atrás de um carrinho de bebê e foi Bruce quem deu a última palavra. O pai estava de olho num carrinho que pudesse modificar e deixar mais seguro. Eles pediram para entregarem todas as coisas que compraram na mansão no dia seguinte, enquanto o quarto não ficasse pronto eles guardariam os móveis em outro lugar. Ao terminarem as compras, a gestante teve um desejo de comer hambúrguer, Bruce não gostou muito, ele achava que comer isso não era saudável.

- Ela está com desejo! Não se pode negar nada a ela! – Defendeu Jason.
- Um hambúrguer por mês não faz mal. – Dick entrou na onda.
- É melhor fazer o que eles pedem. – Disse Tim sabendo que o pai acabaria cedendo.
- Tudo bem, mas liguem para o Alfred e digam que vamos nos atrasar.
- Ainda acho que ele deveria ter vindo. – Damian cruzou os braços.
- Eu chamei, mas ele não quis vir. E eu não iria obrigá-lo a vir. – Completou olhando para o filho mais novo.

Alguns minutos depois, eles pararam numa lanchonete ocasionando em um pequeno reboliço, ninguém esperava ver a família Wayne ali. Todos sentaram para serem atendidos, uma garçonete toda nervosa apareceu e anotou os pedidos deles.
Enquanto a comida não chegava, eles ficaram conversando, falaram sobre comprar roupas, sapatos e brinquedos para o bebê. Os pais disseram que era melhor comprar quando o quarto estivesse pronto, mas desde que fosse algo neutro por não saberem ainda o sexo da criança. Depois que descobrissem se era menino ou menina eles podiam comprar o que quisessem, desde que não exagerassem. Eles passaram o resto do dia fora de casa e conversando sobre o bebê, depois de comerem eles deram uma volta pela cidade e pararam numa sorveteria, depois compraram um sorvete para Alfred e por fim retornaram para a mansão. O mordomo os repreendeu por comerem porcarias pela rua, mesmo ganhando sorvete ele ainda manteve sua posição. Naquela noite, como em muitas outras, Batman foi combater o crime.
Com o passar dos dias, o quarto do bebê ficou pronto, só faltava arrumar os móveis e para isso o pai pediu ajuda. Os filhos ajudaram a arrumar tudo ao gosto de Selina. Enquanto trabalhavam, eles falavam sobre como a casa ficaria iluminada com uma criança pequena, a mansão iria parecer que tinha mais vida.

- A casa vai é se encher de choro. – Comentou Todd fazendo uma careta.
- Mas vai valer a pena. – Interrompeu Tim.
- Ter uma criança em casa é sempre uma benção. – Disse Pennyworth olhando para Damian. O mais novo apenas desviou o olhar para o chão.
- Concordo. – Falou Bruce passando a mão sobre a cabeça de Damian.
- Tt.

Ao terminarem todos foram tomar banho, precisavam tirar o suor do corpo. Em seu banheiro, Damian pensava como seria a casa com um bebê, certamente seria cheia de barulho. Ao pensar em choros de bebê a sua mente lhe trouxe cenas desagradáveis que estava tentando esquecer, lembrou-se de gritos e choros de sofrimento. Colocou as mãos na cabeça querendo arrancar as lembranças, mas não adiantava. Gritos ecoavam em sua mente e visões de sangue se espalhando por todo lugar tomou conta de seus olhos. Fechou os olhos com força e repetiu uma frase: "Não é real. Não é real.". Sem perceber lágrimas caíram por seu rosto e seu corpo lentamente foi se aproximando do chão. Tinha que ser forte, não podia deixar coisas assim lhe dominar. Ele precisava de alguém que lhe escutasse e lhe desse apoio, mas onde estava a coragem para admitir que passava por tudo aquilo? Não sabia. Sem falar que, também existia um pouco de orgulho. Apesar de não querer admitir essa sua "fraqueza", ele ainda queria que alguém descobrisse e lhe ajudasse. O menor começou a achar que ficaria louco se não ouvisse garras sendo afiadas na porta do banheiro ou latidos do lado de fora. Piscou inúmeras vezes antes de levantar meio cambaleando e abrir a porta. Alfred, o gato, e Titus estavam ali, pareciam entender que o dono passava mal.

- Tt. Eu estou bem, podem ir. – O gato saiu, mas o cachorro ficou. – Não me olhe assim, agora saia.

O animal foi embora permitindo ao garoto voltar para o banheiro. Damian tomou um banho rápido, não podia demorar mais. Quando chegou na sala todos já estavam ali, Jason lançou uma cara interrogativa para ele e Bruce uma preocupada, o garoto apenas desviou o olhar e sentou ao lado de Grayson. Selina, Tim e Dick continuaram a conversar, tentavam fazer com que Bruce e Jason não perguntassem a demora do Wayne mais novo. Foi nesse momento que a mulher levou um susto, aquilo tinha sido? Sorrindo chamou a atenção de todos.

- O bebê mexeu! – Exclamou.

Todos se viraram na direção dela.

- Verdade? – Perguntou Bruce com um sorriso enorme.
- Sim! Venha, coloque a mão aqui.

O parceiro obedeceu e sentiu algo pressionar sua mão, sorrindo ainda mais ele se aproximou e fez algo considerado fofo para alguns.

‐ Ei bebê, você chuta muito forte! Aposto que será alguém muito determinado. – Disse animado e perto da barriga.

A mulher e os filhos sorriram. Selina passou a mão pelos cabelos do parceiro, Dick soltou um "Que fofo", Jason murmurou um "Isso é muito doce", mas continuou sorrindo, Tim já se aproximava querendo sentir o bebê e por mais que Damian achasse tudo muito meloso ainda sorria de canto. A mãe deixou Drake tocar em sua barriga e não demorou para os filhos mais velhos quererem também. Cada um teve sua vez e se emocionaram, para algo pequeno o bebê chutava forte e pareceu animado com todos lhe dando atenção.

- Ei, Damian, não quer sentir o bebê?

Damian Onde histórias criam vida. Descubra agora