Dois dias depois da minha mãe sair de casa e reassumir o seu negócio. O meu pai mandou um dos seus homens de confiança, Laerte, verificar o tamanho do seu negócio e ficou bastante espantado ao saber que o negócio da minha mãe tinha o dobro do tamanho que ele imaginava.
A linha de distribuição da cocaina era enorme. Ela transportava cocaina em sacos dentro dos organismos das "mulas"- são as mulheres que engolem saquinhos de cocaina para a droga poder passar pelo controle do aeroporto, fazia entregas via delivery e em sacos de fraldas.
A minha mãe tinha tudo sobre controle e tinha um braço direito, Dimitri Gray, um americano de olhos castanhos-claros, tatuado, moreno. Não dá para negar que Dimitri era muito bonito, mas o que realmente interessava à minha mãe era a lealdade de Dimitri e o facto de que ele morreria por ela. Pelo facto dela ser mulher, precisava de um homem para que a representasse em circunstâncias mais violentas. O papel de Dimitri era cuidar do pagamento, do transporte da mercadoria e em caso de guerra, ele comandaria o exército, morrendo se fosse preciso.Negócio de Antonella Vargas, Tijuana(Algures no território do Cartel Vargas )-Estados Unidos Mexicanos.
[10.03.2018(17:45:33)]Após receber a notícia de que Laerte estava nos arredores do seu negócio, Antonella fez uma jogada totalmente arriscada e chamou-o para uma conversa:
Antonella: -Eu sabia que você viria à mando de Epifanio, ao voltar para Sinaloa avise o seu patrão que eu não vou desistir tão já.
Laerte: - A senhora tem noção das proporções que este afronte terá?
Antonella: - Tenho. Mas sei que com a tua ajuda terei maiores chances de vencer o machismo ferido de Epifanio.
Laerte: - Se eu percebi bem, a senhora quer que eu passe para o seu lado. É isso?
Antonella: - Veja por si só. Este negócio produz cerca de 40 milhões por mês. Não duvido que em 3 meses poderá produzir 260 milhões e ficarei com uma pequena diferença de 40 milhões em relação ao Cartel Vargas.
Laerte: - É muito difícil acreditar que uma mulher com um negocinho de beira de estrada queira competir com o Rei do Tráfico.
Antonella: - Faça o seu preço. Eu pago.
Laerte: - 3oo mil .
Antonella: - Tão pouco. Vá, Laerte. Peça mais.
Laerte: - A senhora não entendeu-me bem. 300 mil por cada carregamento que saia deste armazém.
Antonella: - 240, entretanto, primeiro preciso ter a certeza de que esta conversa fica entre nós.
Laerte:-Eu tenho muito mais a perder, se Epifanio descobrir os nossos planos. Não acha?- disse posicionando um charuto na boca.
O silêncio que pairou entre ambos foi a brecha para que Laerte fosse embora, deixando Antonella pensativa sobre como tudo corria melhor do que sonhado. Até que uma chamada arrancasse a plantula de esperança que começara a germinar.
Diga, Epifanio -atendeu.
-Liguei para saber como está o teu Império- disse com tom de deboche, enquanto acendia um charuto, o que já era bem previsível.
- O meu negócio vai muito bem e o facto de estares a ligar-me, só demostra a tua preocupação -respondeu caminhando em direção ao carro.
- Sempre com as respostas na ponta da língua. Deixa de ser convencida. Só liguei porque sinto saudades tuas - disse, dando um gole no seu copo de whiskey.
- Tenho negócios à tratar.
Antonella sabia que aquela não era uma ligação de cortesia e percebeu logo que o seu plano tinha ido por água abaixo. Portanto, precisava de uma solução rápida e convocou Dimitri para uma reunião
-Sente-se , disse esticando a mão sobre a poltrona.
Dimitri sentou-se e esperou que ela revelasse as suas intenções.
- Eu precipitei-me e dei um mau passo.Vamos ter que apagar um bufo.
- Eu adoraria premir o gatilho e acertar um tiro no meio da testa do Laerte, entretanto, isso significaria confrontar o Cartel Vargas. Nós não estamos preparados para tal.
- Eu preciso de uma solução, Dimitri.
- Dê tempo para que ele pense melhor na proposta. Ele não é louco de recusar um acordo como esse.
Dar tempo é escasso e não tem garantias. Dar tempo é como parar no meio do Oceano e esperar que as ondas nos levem para um caminho completamente desconhecido
.E se Laerte simplesmente contasse tudo o que viu naquele armazém? Epifanio teria uma carta na manga. Atacar um armazém de drogas daria ainda mais pontos à alguém que estava diante de uma candidatura para Presidente.
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A filha de um traficante
Ficção HistóricaEsta é a história de Isabella Vargas, filha de um dos maiores traficantes de drogas do México. Nesta saga iremos acompanhar a jornada da família Vargas e entender os sentimentos de Isabella....