VI

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Nota: (1) – Harry Potter e seus personagens não me pertencem. E sim a J.K. Rowling.
(2) – Essa história contém relacionamento Homem x Homem. Se não gosta ou se sente ofendido, é muito simples: não leia.

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Uma semana.

Hoje, Harry Potter completava uma semana internado em St. Mungus, sob os cuidados da Dra. Elizabeth Owens. E esta, naquela manhã, ingressava no quarto de seu paciente para mais um dia de análise. Ela, é claro, não se surpreendeu quando, ao entrar no aposento, deparou-se com a entristecida imagem do menino-que-sobreviveu contemplando a janela protegida com grades mágicas desde sua cama, os joelhos abraçados contra o peito e suspiros desolados escapando de seus lábios rosados.

- Bom dia, Harry.

- Bom dia.

- Como você está hoje? – ela perguntou docemente, acomodando-se em sua habitual poltrona ao lado da cama.

O menino, no entanto, apenas arqueou uma sobrancelha indicando que a resposta para aquela pergunta era mais do que óbvia.

- Muito bem – a psicomaga continuou – hoje eu gostaria que você me falasse um pouco mais sobre como eram os seus dias naquele cativeiro.

- Não fale assim.

- Assim como, Harry?

- 'Cativeiro'. Não use essa palavra – murmurou, franzindo o cenho – Eu não estava num cativeiro, eu estava em casa.

- Entendo. Sinto muito – desculpou-se, fazendo breves anotações no pergaminho em sua prancheta.

- Naquele lugar – continuou ele – eu passei os melhores momentos da minha vida. Eu conheci o homem que eu amo, conheci a outra face de Voldemort e me apaixonei.

- Certo. Conte-me um pouco mais deste homem pelo qual você professa seus sentimentos, Harry.

- Tom é maravilhoso. É muito protetor e também pode ser muito doce quando se propõe – sorriu, seus olhos ganhando aquele característico brilho de quando falava do Lord – Ele é a única pessoa com a qual eu posso contar, sempre sabe como eu me sinto porque nós... Nós estamos ligados e temos apenas um ao outro, caso contrário, estaríamos sozinhos no mundo.

A Dra. Owens apenas assentiu, fazendo rápidas anotações, sem deixar de encarar o sorridente menino.

- Eu confio nele, eu o conheço como ninguém o faz. Tom, ao contraio de Dumbledore e dos outros membros desta maldita Ordem da Fênix, jamais deixará eu me expor aos perigos desta estúpida guerra. Ele me quer em casa, protegido das ambições de todos os demais.

- Em casa?

- Sim, em casa, entre aquelas quatro paredes, onde eu me sinto amado e seguro.

- Você era feliz naquele lugar a todo o momento?

- Sim – respondeu sem titubear, mas após pensar durante alguns segundos, acrescentou – Somente quando Tom passava alguns dias sem aparecer é que eu me sentia sufocar com a solidão, mas nos últimos meses isso não acontecia mais.

- E por que não?

- Porque Tom, sabendo disso, mandava alguém para me fazer companhia nas vezes em que ele se ausentava por muito tempo.

- É mesmo? – ela arregalou ligeiramente os olhos, surpresa – Quem?

- Nagini.

- Nagini? – arqueou uma sobrancelha. Era um nome interessante para uma Comensal da Morte.

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