Nota: (1) – Harry Potter e seus personagens não me pertencem. E sim a J.K. Rowling.
(2) – Essa história contém relacionamento Homem x Homem. Se não gosta ou se sente ofendido é muito simples: não leia.-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-
Os passos ecoavam pela sala de adivinhação enquanto Harry Potter andava de um lado para o outro como um leão enjaulado, uma imagem significativamente poética se levada em consideração sua antiga casa em Hogwarts. Oh, sim, a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, que outrora fora o único lugar a ser considerado um lar pelo menino-que-sobreviveu, agora consistia em nada menos do que uma prisão para ele. Seus olhos esmeraldas percorriam todo o perímetro da sala em busca de uma saída, mas era impossível, a única forma de entrar e sair do local era pela porta de entrada, a qual, naquele momento, era guardada por dois Aurores.
Tom estava em Hogwarts.
Tom estava lá para ele.
Por isso, não podia ficar de braços cruzados, ele precisava encontrar seu amado. Harry precisava encontrá-lo para explicar o que havia acontecido, que nunca fora intenção sua deixar a Mansão Riddle, mas que tinha sido seqüestrado por Draco Malfoy e então, obrigado a tomar Poções Oclumentes que trancaram sua mente do acesso do Lord. Céus, ele esperava apenas que Tom o perdoasse e que o levasse de volta para casa e o amasse até o final dos seus dias.
Seu mundo não existia sem Tom Riddle.
Se Tom não acreditasse nele...
Se Tom o odiasse agora...
- "Merlin, isso não, por favor..." – ele começou a hiperventilar, agachando-se no chão enquanto segurava a cabeça entre as mãos, respirando fundo e tentando se acalmar para poder sair dali.
- Harry, você está bem?
- "Ele não pode me odiar... Ele não pode me odiar... Não pode..." – murmurava em sua mente, ignorando a psicomaga que na mesma hora havia se ajoelhado ao seu lado, preocupada.
- Harry, por favor, fale comigo – Elizabeth pediu com delicadeza, colocando a mão em seu ombro.
- FIQUE LONGE DE MIM!
Seu grito foi o mesmo de um animal ferido.
E ele se encolheu ainda mais.
- Harry... – murmurou com angústia, afastando-se e lançando um olhar preocupado para o menino verdadeiramente quebrado aos seus pés.
- Ele me odeia.
- Harry, por favor...
- Ele me odeia, como antes, porque ele acha que eu fugi e agora ele me odeia... Ele me odeia... E a culpa é de vocês!
Encarando aquelas belas esmeraldas inundadas de lágrimas, a Dra. Elizabeth Owens finalmente entendeu. Harry estava com medo. Ele estava com medo de que a única pessoa com a qual ele achava que podia contar, isto é, a única pessoa com a qual ele se identificava e que em sua concepção, preocupava-se com ele e o protegia de tudo, agora pudesse odiá-lo por achar que ele fugira do cativeiro por livre e espontânea vontade. Harry temia que o Lord das Trevas voltasse a odiá-lo, porque este sentimento já não era mais recíproco, porque agora Harry o amava com toda a sua debilitada mente e o seu puro coração.
Respirando fundo, então, Elizabeth objetou:
- Ele não odeia você Harry.
- Sim, ele odeia, ele acha que eu fugi e o enganei e...
- Não, Harry, ele ama você.
- Ele... – o menino arregalou os olhos, encarando-a fixamente. Ninguém nunca havia falado para ele que Tom o amava, pelo contrário, todos os outros compartilhavam da idéia de que o Lord das Trevas o estava usando e sentia por ele apenas luxúria e sentimento de posse. Mas agora, com a convicção brilhando em seus olhos azuis, a Dra. Owens, a mesma mulher que assistira todas as suas memórias numa Penseira, afirmava sem sombra de dúvida que ele era amado pelo Lord.
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Estocolmo
RomanceNome do Paciente: Harry J. Potter. Diagnóstico: Síndrome de Estocolmo. Quando a vítima se apaixona por seu agressor, cabe ponderar, qual o limíte entre a loucura e o verdadeiro amor? [Concluída] Tom & Harry #1 - Confinamento [20/08/2020] #1 - Dubcon...