Prologo

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Há dez anos

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Há dez anos...

— O papai não pode se arriscar tanto assim — Antonella reclamou, vendo sua mãe andar de um lado para o outro.

— Não aconteceu nada demais com ele, Nella — Giovanna respondeu.

Estavam na casa de Bella e Vicenzo, aguardando por notícias. O homem havia saído há dois dias com três de seus soldados, quando a família recebeu informações de que haviam sido atacados por entrarem em território sem autorização.

— Eu sabia que deveria ter ido — Benjamim reclama.

— Eu não tenho coração para aguentar os meus dois homens soltos por ai, sem saber se voltam para casa ou não. Já me basta o seu pai — ouviu sua mãe dizer.

— Não demorará para Benjamin fazer o mesmo, mamãe — Antonella se pronuncia.

As horas pareciam infinitas e ainda nenhuma notícia de Vicenzo. Exausto, Benjamin subiu para o quarto a procura de algo que distraísse a mente. Sentia que seu pai estava bem e torcia para que estivesse certo.

Algum tempo depois escutou vozes vindo do andar de baixo e correu em disparada a escada. Precisava de qualquer notícia. Ao chegar no topo, viu seu pai, Vicenzo, sob a poltrona, aparentando ter sofrido alguns ferimentos.

— Pai, como está? — Benjamin perguntou, preocupado, descendo rápido as escadas.

— Estou bem, filho. Só alguns arranhões. Nada que eu não já tenha passado — Vicenzo respondeu o filho, enquanto Bella lhe fazia alguns curativos no braço.

— Se tivesse me deixado ir, eu teria protegido você.

— Não estou pronta para fazer curativos em você, Ben — Bella respondeu, séria.

Tinha muito medo desse desejo que o filho sentia em comandar tudo que era de seu pai. Desde que entendeu o sentido das coisas que aconteciam na família, Benjamin criou curiosidade por tudo que vinha da Frash e da Royale.

— Mas você já faz no papai — respondeu.

— E não quero fazer em você.

— Deixe o menino... — Vicenzo entrou na conversa e sua esposa, furiosa, aprofundou a gaze na ferida — Ai, Bella! — reclamou de dor.

— Pai, me permite ir da próxima vez? Lhe imploro.

Vicenzo incluía Benjamin na papelada sempre que possível. O chamava para trabalharem juntos no escritório e percebia como seu filho era dedicado, inteligente e curioso. Via a chama de desejo acender em seus olhos sempre que ouvia ou falava sobre a máfia. Mas, nunca incluso nas ações, deixando o jovem rapaz frustrado. Aos vinte anos, queria ser igual ao pai quando tinha a mesma idade: muito poderoso.

Contudo, eles tinham medo do que poderia acontecer e só agora entendiam a preocupação que seus pais tiveram.

— Na hora certa você irá, Ben — teve a resposta.

— Mas aos vinte você já... — insistiu em seus argumentos.

— Aos vinte eu já fazia muita coisa... — seu pai completou; já sabia o discurso de seu filho de cór e salteado — Escute-me, Ben. As coisas acontecerão na hora certa. Só se prepare e não se preocupe, porque você será muito poderoso, meu filho.

O PoderosoOnde histórias criam vida. Descubra agora