Capitulo 8

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A lua estava cheia e Laura a admirava da sacada do seu quarto

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A lua estava cheia e Laura a admirava da sacada do seu quarto. Depois da missão, passara a tarde no quarto e no início da noite sua barriga avisou que precisava se alimentar.

Não viu Benjamin durante todo o resto do dia e talvez até agradecesse por isso. Se sentia estranha todas as vezes que estavam perto; era como se transformasse em outro alguém ao lado dele.

O que estava sendo assustadoramente bom.

O relógio do celular apontava dez e doze da noite. Colocou um vestido e decidiu ir até a cozinha. No caminho, viu a porta do escritório entreaberta e uma luz acesa, indicando que alguém ainda trabalhava.

Os pés automaticamente a levaram para lá. Era como um imã. Colocou a cabeça na porta e viu Benjamin fumando, enquanto lia alguns papéis.

— Deseja algo? — Benjamin disse sem olhá-la, apenas continuou o que estava fazendo; ele sentiu seu perfume e não precisou elevar a cabeça para ter certeza de que era Laura.

Ela colocou todo o corpo dentro do escritório e caminhou calmamente para perto da mesa em que ele estava. Sentou-se em uma das cadeiras e o observou mais uma vez.

— Você só trabalha? — perguntou.

— Está incomodada com isso?

Laura revirou os olhos. Ele não sabia ter uma conversa digna com outro ser humano sem ser um grosso?

Decidiu não responder e se levantar para ir embora, até que o ouviu dizer:

— O que quer, Laura? — sua voz continuava impaciente como mais cedo.

Atribuiu isso tudo as responsabilidades na máfia. Insistia para si mesmo que essa irritação não poderia ter nenhuma ligação com Laura.

— Por que é sempre grosso?

Benjamin levantou o olhar para a loira a sua frente. Poderia responder que estava incomodado — sem querer — com o fato de imaginar que ela tivesse alguém e em como seu perfume ainda continuava no ambiente mesmo depois da sua saída, o deixando completamente inebriado com cheiro.

— Não gosto de rodeios — foi curto nas palavras.

— Quando vou receber? — finalmente decidiu não ser mais simpática com ele e tratar apenas dos negócios.

Benjamin deixou os papéis de lado, bateu o cigarro no cinzeiro depositando as cinzas e apoiou os cotovelos na sua mesa, firmando seus olhos em Laura, que estava em pé para ir embora. Ele apontou o cigarro para a cadeira, mandando que ela se sentasse novamente.

— Para que tanta pressa em receber? — perguntou.

— Quando você vende suas mercadorias também deseja que paguem por elas? — devolveu com outra pergunta.

— É justo — reconheceu — Mas não há mais nada aí que eu deva saber?

— Eu tenho contas a pagar, Benjamin, por isso aceitei os serviços, ou acha que faço isso porque gosto?

O PoderosoOnde histórias criam vida. Descubra agora