Olá alecrins dourados, estou repostando a obra por motivo de excluirem minha anterior conta, com mais de seis anos de uso, e retirarem todas as minhas histórias do ar. Espero poder contar com vocês nessa jornada de recomeço, visto que não é um caminho fácil. A postagem anterior contava com 1,7K de leituras, e agora teremos que começar do zero. Por isso espero poder contar com o apoio, votos e comentários de vocês. Muito obrigada!
Janeiro
— Prazer em conhecê-las. Eu só vim trazer o Pedro, já estou indo. — Ele disse atordoado, sem saber como reagir àquele novo fato.
Alessandra era irmã da sua cunhada. Alessandra, a San do seu passado, era parte de sua família, mas não como gostaria. Não do jeito que pensava que seria. E ainda assim, era praticamente família agora. Depois de quase três anos, ali estava ela, com um ar de aparente indiferença e superioridade que o fazia sentir-se tolo por ter alimentado por tanto tempo uma paixão unilateral. Infelizmente não conseguia desviar os olhos daquela que fora a causa de manter-se afastado da cidade por tanto tempo.
Depois de ter seu sonho de viver uma vida toda com ela esmagado por um final incompleto de algo que ele jamais conseguira entender, saiu daquele lugar cheio de lembranças e viveu outro sonho. Aceitou o emprego de fotografar em campos de refugiados do Oriente Médio, e de lá conseguiu viajar por mais de 30 países, vendo o melhor e o pior da vida, registrando cada peculiaridade que encontrava. Assim, por quase três anos, manteve-se o mais afastado possível, voltando apenas por alguns dias nas férias para visitar a família. Para ele, ocupar-se com o trabalho preenchia o vazio e as dúvidas que pairaram sua mente por tanto tempo. Jamais conseguiu compreender as últimas palavras de Alessandra, sobre ter medo de sonhadores. E nem mesmo em seus sonhos mais loucos, pensou que a reencontraria naquelas circunstâncias.
— Hoje faz cinco anos que minha mãe morreu. — Ele pôde ouvir vagamente o irmão dizer, e viu a bolha de conforto que as irmãs proporcionaram ao ruivo.
Sentiu-se miserável por não conseguir dar aquele apoio ao gêmeo, e, ao mesmo tempo, percebeu uma pontada de inveja por não estar envolvido naquele abraço, por não ser abraçado pela mulher que tanto quisera outrora.
— Ei, André. — Alice gritou para o loiro que estava se afastando. — A gente vai comer algo e andar por aí. Vem também. — Alessandra ouviu a irmã dizer, e a amaldiçoou internamente. Não estava preparada para estar no mesmo ambiente que ele, não ainda, e talvez nunca estaria.
Alessandra sabia que aquela história estava mal resolvida. Depois de rejeitá-lo de uma maneira nada ortodoxa, muito menos convincente, trocou de número, viajou para a casa dos pais, antecipando suas férias do trabalho, e quando retornou, André já havia partido. Sentiu muito por ter terminado algo que nem sequer havia começado, mas sentia que havia feito o correto. Não era o momento, e mesmo que fosse, tinha traumas demais para viver com aquele sonhador. Foi egoísta, sabia disso, mas era algo maior que ela naquela época, e talvez continuasse a ser.
— Acho ótima a ideia. — Alessandra estava distraída, submersa em seus próprios pensamentos, tentando a todo custo esconder suas emoções, mas percebeu que apesar de responder à Alexia, os olhos de André estavam cravados em si. Não podia dar-lhe o gosto de vê-la abalada por sua presença.
Ok, tinha de admitir, ele continuava tão lindo quanto se lembrava, talvez um pouco mais do que recordava em sua mente. E continuava escrutinador, como se apenas ele fosse capaz de desvendá-la, de descobrir todos seus temores e derrubar aquela fachada que criara de intocável. Era por isso que temia estar perto dele por muito tempo. Era perigoso para a sua sanidade mental.
— Você está me evitando, San? — Disse André assim que conseguiu se afastar de uma tagarela Alexia e se aproximar de Alessandra, que estava sentada próxima a uma árvore, na colina, aparentemente alheia a tudo que se passava.
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Homens que Sonham (Concluído)
RomanceLivro 2. Suas irmãs consideravam Alessandra Ribeiro a mais focada e sentata entre elas. Assim, não foi surpresa quando, após perder o namorado de forma trágica, ela jurou que não se envolveria com outro sonhador. Entretanto, não contava em reencont...