Código X-04

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   Marco acorda sentindo um forte desconforto no pescoço, ele massageia resmungando. Ao encarar a cama encontra olhos azuis frios.

    Ashy o encara seca, o músculo de sua face contraindo várias vezes. Por precaução ele a prendeu com as algemas na cabeceira da cama, suas mãos separadas, presas em cada extremidade.

— Como está se sentindo? – Marco pergunta se levantando da poltrona para se aproximar da cama.

  Ashy range os dentes e puxa os braços com força. As correntes estralam e Marco bufa. Ela desvia o olhar para a parede.

— Eu sei que você está com raiva de mim, mas...– Marco sussurra.

— Raiva? – Ashy indaga virando a cabeça lentamente e encarando Marco novamente.

— Que agora sou um homem morto assim que eu te soltar. – Marco corrige e suspira. Ele ainda está de terno.  – Eu disse para confiar em mim!

    Ele olha para Ashy com as mãos no quadril, observando os detalhes do vestido transparente, a bochecha ainda vermelha com a marca do tapa.

    Marco retira o Blazer e se aproxima da cama, desabotoando alguns botões da camiseta da branca, ele retira os sapatos e sobe na cama e senta em cima das pernas de frente a Ashy.

— Olhe para mim, Ashy,  e você vai saber se estou mentindo ou não! – Marco sussurra tocando o rosto de Ashy e ela trava o rosto ao toque. – Eu fiz aquilo para evitar que pessoas inocentes se machucassem! A boate estava lotada! Uma troca de tiros e poderíamos matar uma pessoa inocente!

— Essa é a sua melhor desculpa? – Ashy rosna com desprezo.

— Você tem razão. O dinheiro não tem valor para mim, percebi isso quando eu paguei 50 milhões para te ter de volta. – Marco cospe as palavras com raiva de si mesmo enquanto encarava Ashy. Ela ri debochada.

— Me vendeu por 1 milhão e me compra por 50... – Ashy sussurra. – Me faz um favor... Some da minha frente! – Ashy diz mais fria e tenebrosa do que a morte, encarando Marco com raiva.

— Não faz isso Ashley...– Marco sussurra tocando o rosto de Ashy.

Ela rosna e chuta Marco para longe. Se levanta abruptamente na cama com as correntes a impedindo de sair do lugar, puxando seus braços para trás.

— É seu prêmio que você quer? Vem receber! Eu te odeio Marco! Eu te odeio! E nada no mundo vai mudar isso! Porque quando consegue construir algo, você joga na lama!– Ashy grita furiosa.

Marco abaixa a cabeça enquanto Ashy se debate tentando se libertar

— Eu te odeio...– Ashy sussurra em prantos voltando a se sentar. – Eu teria resolvido aquela situação sem ferir um inocente! Eu teria sido rápida e perfeita como sempre! Mas você me fez passar pela pior humilhação da minha vida...

   Ashy desvia o olhar assim que Marco levanta a cabeça para a olhar.

— Marco...– Maick bate na porta e Marco se levanta e vai até a  porta do quarto. Antes de abrir ele olha por cima do ombro para Ashy fungando com a respiração rápida e pesada enquanto encara a janela.

— Do que precisa? – Marco rispido pergunta abrindo a porta.

— Creio que isso seja dela.– Maick diz entregando as adagas e a pistola.

— Obrigado! Vocês já podem ir para casa. – Marco diz sério pegando os objetos e Maick acena e sai do apartamento.

  Marco suspira olhando para as adagas em sua mão, ele nunca tinha observado o objeto tão de perto. Tinha desenhos bonitos no centro da lâmina, o fio de corte extremamente afiado. Realmente era uma peça que valia um alto preço, somente pelo design, mas o mais importante era como tais facas combinavam com a personalidade de Ashy.

— Não se dê o trabalho de procurar por eles. Nós os matamos! – Marco diz sem a olhar.

  Ashy puxa as correntes e se debruça, se afundando em choro e Marco a olha de relance. Ele se aproxima do guarda-roupa e pega uma de suas camisetas.

— Eu não raciocinei direito... Sempre achei que minha falecida irmã não tinha nenhum envolvimento com a máfia. Eles vieram cobrar porque a Hannah morreu e o pagamento não foi completado. – Marco diz se aproximando da cama. Ele sobe devagar e com receio, suas mãos vão até o rosto de Ashy e a coloca encostada em seu peitoral. – Meu coração não mente. Eu fiquei furioso! Mas em momento algum eu deixaria meu precioso diamante nas mãos imundas daqueles vermes! Eu te comprei de volta Ashy, porque você se tornou especial para mim...E não posso dividir você com ninguém!

— Apodreça no inferno! – Ashy sussurra entre os dentes e Marco afaga seus cabelos.

— Tão educada...  – Marco diz calmo e se afasta de Ashy.

     Ele sai do quarto a deixando sozinha, Marco vai para a sala onde se serve uma dose de whisky e senta no sofá esfregando o rosto.

Você achou mesmo que ela ia te ver como o salvador?

    Marco da um gole na bebida e abaixa a cabeça esfregando os cabelos. Ele tinha muita coisa para pensar, e pouca paciência para isso.

  Ashy funga com força, ela vê suas adagas em cima da cama, sua mente diz para matar Marco de uma vez, mas algo dentro de si sangra com a ideia.  Ela se debate e desiste de se mover.

   Depois de um tempo, Marco retorna em silêncio e a encara abatido.

— Hey Ashy... poderia me matar agora?  – Marco sussurra triste e Ashy fecha as mãos em punhos.

     Marco se aproxima e Ashy logo sente o cheiro do álcool emanando do corpo do mafioso. Ele sobe na cama e se lança em Ashy a abraçando e afundando seu rosto entre seus seios.

— Meu lindo diamante. Você é minha e de mais ninguém... De mais ninguém...– Marco sussurra chorando e Ashy abaixa o olhar. – Minha rainha da anarquia...

— Que diabos...

— Eu só queria uma chance...  Então me mata, se não vai ser minha, me mate para que algo faça sentido na minha vida ... Eu sou louco, eu sei que sou, mas você é meu diamante.

   Ashy revira os olhos e Marco passa suas mãos pelas coxas da garota e ela rosna.

— Bêbado você é ainda pior!   Tira suas mãos de mim!

Marco sobe a mão, parando no quadril de Ashy, ele se afasta e a encara.

— Você tem os olhos mais bonitos que eu ja vi. – Marco sussurra com um soluço. – Não me odeie...Eu pagaria qualquer preço por isso. – Marco diz soltando o quadril de Ashy e pegando o rosto da mesma com as duas mãos. Ele se aproxima e encara os olhos azuis intensos de Ashy. – Tão lindos, mas tão mortais...

   Ashy abraça o corpo de Marco com as pernas e o lança para fora da cama com brutalidade. O som de sua queda ecooa e Ashy espia de relance o mesmo esparramado no chão do quarto.

— Você é a coisa mais linda que eu ja vi, pequena...– Marco diz sonolento. – Me mate logo Ashy...me mate com esse seu olhar predativo, querida!

    Marco fica em silêncio e Ashy o olha. Ele adormeceu e Ashy suspira pesadamente.

— Obrigada por me comprar...– Ashy sussurra e deixa o corpo repousar na cabeceira da cama.

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Marco abriu o coração...

Boa leitura!

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