~ 15 ~

1.3K 114 27
                                    

   Marco chega e suspira ao fechar a porta, o apartamento está escuro, mas uma luz vem do quarto.

Ele joga o blazer em cima do estofado do sofá e segue tranquilo desabotoando alguns botões da camisa branca. Entra em seu quarto e retira os sapatos e sai do cômodo em passos tranquilos.

Na porta ja aberta, encontra Ashy sentada na cama, vestida com uma camiseta larga branca e de calcinha preta comportada. Ela está polindo a Glock e as adagas com cuidado, totalmente focada em sua tarefa, arqueia a sobrancelha avaliando a limpeza.

Marco prende a respiração por um segundo, analisando a imagem a sua frente, as pernas expostas, a atenção da garota presa, a expressão fria e perdida, cabelos soltos e levemente bagunçados. Seu coração erra um batida e Ashy levanta o olhar, o encarando diretamente sem emoção.

   Ela tinha uma beleza selvagem que o causava um calafrio.

- Oi...- Marco sussurra e Ashy arqueia a sobrancelha.

- Suas pupilas estão dilatadas...- Ashy diz encarando os olhos de Marco. - Estava usando drogas?

- O quê? Não! - Marco nega confuso e sério.

- Mentiu para alguém? - Ashy pergunta sem emoção.

- Não! - Marco nega.

- Acabou de mentir!

- Não! Eu não menti...apenas...um pouco, em relação à algumas ações do mercados, mas o que isso tem a ver? - Marco da de ombros confuso.

Ashy suspira, colocando a pistola de lado.

- Se apaixonou por alguém ou fez sexo recentemente? Ela é confiável?

- Que conversa é essa? - Marco questiona revoltado com sua cabeça dando um nó.

- Suas pupilas estão dilatadas, seu coração está batendo mais rápido, você está desinquieto desde que chegou, se não mentiu, não usou drogas... você se apaixonou por alguém hoje ou transou.

Marco engasga com a própria saliva.

- As suas também estão dilatadas! - Marco acusa e Ashy vai até o espelho e olha para suas pupilas.

- Talvez seja apenas a iluminação do quarto que está baixa. - Ashy sussurra mentindo, olhando para o abajur ligado com luz fraca. - Desconsidere tudo, então.

   Ele fica bonito desajeitado quando chega em casa...

- Terminou o quebra-cabeça? - Marco pergunta perplexo olhando as peças encaixadas.

- Estava fácil.. - Ashy sussurra e amarra o cabelo em um coque mal feito e se joga nos travesseiros da cama.

- Não! Montar um desses algum tempo e...

- Esqueceu quem eu sou? Eu ja te avisei sobre mim! Para não me subestimar. Eu fui treinada para ser rápida!   Para nada escapar daqui...–Ashy sussurra séria apontado para a cabeça. - Sobre a viagem...

- Hannah é a herdeira da máfia italiana. Temos negócios para tratar e eu preciso que você esteja para cuidar de possíveis... problemas. - Marco conta levando a mão no quebra-cabeças e Ashy bate em sua mão com fúria.

- Eu corto a sua mão se bagunçar isso! - Ashy ameaça. - Sobre o outro assunto...
_ mostra o corte levantando a blusa. - Ainda estou me recuperando. Sou uma ótima assassina, mas não sou imortal! Estou cansada.

Marco toca a barriga de Ashy, deslizando seu indicador pelos pontos.

- Estão tortos... Qual médico fez isso? Além disso está infeccionada! - Marco diz e Ashy desliza para fora da cama em alerta. 

- Por que você tem essas manias de me tocar? Eu ja avisei para não me tocar! - Ashy diz séria em revolta e Marco da um passo a frente e Ashy se afasta com um olhar sombrio.

- Você...recuando? O que deu em você senhorita durona? Está com medo de mim? - Marco pergunta com a voz rouca e Ashy estremece quando suas costas atingem a parede e Marco para com o rosto frente ao seu, a encarando sem expressão. Ele arqueia a sobrancelha e fita os olhos azuis intensos.

Ela sente a respiração pesada de Marco contra sua pele. O perfume masculino agradável invadir suas narinas, arrepia e Marco sorri.

- Que reação interessante...- Marco diz com um sorriso malicioso e pegando na ponta do nariz da garota.

- Não me toque! - Ashy rosna  com as mãos soando contra a parede.

- E se eu tocar? - Marco toca a orelha e Ashy e as pernas da mesma tremem.

    Ashy em um movimento rápido tenta se esquivar, mas Marco a faz voltar.

- Me diga coisas interessantes sobre você e eu te deixo em paz. Se não... eu vou te atormentar como agora.

Marco desliza o indicador da orelha pelo pescoço até a clavícula de Ashy. Ela aperta a mandíbula e Marco para.

- Acha isso engraçado? - Ashy pergunta seca e Marco paralisa ao ver a garota com as pupilas dilatadas o encarando diretamente com ódio latente.

  Ela endireita o corpo e da um passo a frente, Marco se afasta com um passo para trás, enfiando as mãos no bolso da calça social, Ashy continua a avançar e Marco caí de costas na cama.

- Acha que vai brincar comigo? O que quer saber? - Ashy pergunta seca olhando para Marco na cama, a encarando sem piscar como se estivesse a esperar pelo próximo movimento da garota ou tentando preve-lo.- Onde estava o homem de agora a pouco? O atrevido... me mostre ele agora, Marco!

   Marco sorri ladino e da uma risada nasal abafada.

- Você mata quem quer matar, sem medo, sem ressentimento, sem apego! Mas as vezes você se torna mais frágil que um caco de vidro... E esconde isso atrás desses olhos azuis faiscantes. Estou interessado em saber como realmente é a garota atrás dessa máscara durona.  Quanto tempo você dura inteira até quebrar...

- O que você quer saber Marco? - Ashy pergunta novamente com a voz rouca.

   Marco estremece com o olhar potencialmente mortal  nele.

- Você ficaria comigo? - Marco pergunta e Ashy gargalha.

- Todo esse joguinho para isso? - Ashy indaga. - A melhor pergunta que pode me fazer é tiro ou facada.

    Ashy tira a adaga e Marco pega a pistola na cama e aponta para Ashy. Ela joga a adaga para longe e depois tira a outra.

Ashy se aproxima ainda mais, subindo em cima do corpo de Marco, sentando sobre os quadris do mesmo. Marco sente o coração acelerar, Ashy pega a mão de Marco que ainda segura a pistola e leva até sua testa. Marco a encara intrigado e Ashy sorri ladino.

- A pergunta você ja fez. Faça sua escolha agora. Você ou eu? Qual de nós dois você escolhe para ficar vivo? - Ashy pergunta com uma voz sedutora e calma.

- Essa escolha é fácil. - Marco rosna. Ele aperta a pistola contra a testa de Ashy e inclina o corpo para ficar cara a cara. - Você também não deve me subestimar, Ashiley.

- Tremi de medo... - Ashy sussurra com um sorriso ladino.

   Marco aperta ainda mais a arma na testa de Ashy e segura na cintura da mesma com a outra mão. Com o polegar ele crava na ferida de Ashy, ela nem mesmo muda de expressão enquanto o sangue começa a escorrer de sua barriga para o quadril.

A camisa branca de Marco mancha devido a proximidade de seus corpos.

- Chega de suas provocações Ashy. - Marco rosna com um olhar seco e aperta o gatilho da pistola.

_________________________________________

Boa leitura!

🖤

      Código X-04Onde histórias criam vida. Descubra agora