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    No banco do passageiro Ashy olha para as mãos manchadas de sangue. Erguendo seus olhos para o reflexo da janela do carro, vendo seu rosto com uma linha respingada de sangue. Com as mangas do moletom encharcado, ela limpa o rosto sem muita delicadeza.

— Obrigado por salvar meu emprego! – León sussurra sério. – Eu venho trabalhar todos os dias confiante que minha esposa e filhos estão protegidos.

— É o que os vizinhos devem fazer. – Ashy diz sem emoção.

— Bom, vizinhos não matam um pelos outros. Você não gosta muito de falar no seu passado...

— Há coisas que podem te matar se souber! – Ashy sussurra indiferente como sempre se mantinha. Um hábito persistente quando nada no mundo parecia a surpreender.

— Phillip está animado para a festa de aniversário dele no mês que vêm. Ele insiste que a tia Ashy tem que vir. – León muda de assunto enquanto estaciona o carro.

— Darei meu melhor para aparecer. – Ashy diz calma e León concorda.

    Ambos sobem os três lances de escadas até seus apartamentos.

     León para de frente a sua porta e encara Ashy.

— Eu sempre estou pronto as 7:00 a.m.

— Entendido! – Ashy sussurra olhando para a maçaneta de seu apartamento.

   Ela entra e se depara com a velha figura, sentado na poltrona velha já a sua espera.

— Está com fome? – Ela pergunta tirando o moletom molhado.

— Você anda se esforçando de mais! – o idoso diz calmo a acompanhado com o olhar.

— Precisamos de dinheiro para sobreviver. Sem trabalho, sem dinheiro, sem comida!  – Ashy esconde as mãos manchadas no bolso traseiro da calça. – Como foi seu dia?

— Entediante. – O idoso diz e suspira pesadamente. – Vá tomar um banho morno ou irá pegar um resfriado! – Ele diz apontando a bengala para o corredor.

  Ashy concorda e se vai em silêncio. No banho, ela deixa a água morna escorrer por todo seu corpo. Tenta tirar as manchas do sangue de suas mãos, as abrindo e as deixando lado a lado, lembrando de seu passado em um rapido instante.

*memoria on *

    A pedra em suas mãos ensopadas de sangue. O corpo do homem a sua frente com o rosto desfigurado e um tiro em sua cabeça.

— Pobre criança...– a voz masculina ecooa no beco e ela o olha rapidamente e assustada. Ele estende a mão  enquanto a outra guarda a arma e pede a pedra.

  Ashy se encolhe, e ele continua a olhando compreensivo, entrega a pedra com receio e olha para as mãos, ela tenta as limpar nos trapos sujos que são suas roupas.

— Quer aprender? A sobreviver... a matar? – ele pergunta.

    Ashy observa seus cabelos claro e sua farda verde folha com medalhas diversas, ele parecia um homem bom, um anjo da guarda. Ela concorda lentamente e ele afaga seus cabelos desgrenhados e sujos com delicadeza.

— Vamos. Vou leva-la para alguém que possa cuidar de você.– Ele comenta e bate uma suave continência e se vira.

—Seu... nome. – Ashy pede em um sussurro. Ela só tinha seis anos e estava assustada. Ela tinha uma vaga lembrança daquele homem.

— Jordan. – Ele diz a olhando por cima do ombro. – E você é Ashley....

  Ashy confirma inocente.

      Código X-04Onde histórias criam vida. Descubra agora