~ 22 ~

1.3K 117 23
                                    

  Ashy solta o pescoço  de Marco e se afasta abruptamente.

— Não! o que eu fiz.... – Ashy sussurra em pânico vendo Marco desacordado.

  Batidas na porta do apartamento ecooam, Ashy olha assustada com a respiração ofegante.

— Marco, está aí? – A voz de León ecooa e Ashy balança a cabeça em negativa, levanta vacilante e vai até a porta.

— León! Me ajuda...– Ashy cai no choro.

     A porta é arrombada em um estrondo e Ashy corre voltando a sair do controle. Ela se tranca no banheiro e joga a chave por baixo  da porta para longe.

    Se encolhe em um canto e cobre os ouvidos.

— Ashy! – León a chama. – Ai meu Deus...

León encara Marco no chão com as marcas dos dedos de Ashy no pescoço. Ele se ajoelha e avalia os batimentos cardíacos de Marco.

— Você parou a tempo... – León sussurra. – Ele está vivo, Ashy! Tem que se acalmar agora!

     Ashy grita do banheiro e León estremece. Ele ouve o barulho de algo estilhaçando e pela brecha da porta cacos do espelhos passam.

— Ashy! – León grita desesperado e tudo fica quieto. Ele ouve passos e vê a sombra de Ashy passando perto da porta. – Boa garota...

    León pega Marco e passa o braço do mesmo em cima do ombro e carrega o homem para outro quarto. Ele coloca Marco com cuidado na cama e espera o mesmo acordar pacientemente.

  Depois de meia hora, Marco tosse e acorda. A garganta ressecada e olhos marejados. León o encara e Marco o olha confuso.

— Estou vivo...– Marco sussurra alisando o pescoço dolorido. – O que está fazendo aqui?

— Eu fiquei pensando na resposta no carro. Voltei para conversar com você e a Ashy pediu ajuda. – León sussurra sério. – Marco, sabe a sorte que tem?

— Onde ela está? – Marco pergunta se levanta. Ele para frente ao espelho vendo o pescoço roxo do aperto de Ashy e engole em seco.

— Não vá! É perigoso! Ela está instável... – León sussurra e Marco o encara. – Ashy deu tudo de si para parar a tempo Marco...

— Eu toquei o piano. Havia me esquecido que ela... não gosta. – Marco diz seco.

— Não gosta? – León solta uma risada abafada. – Nós conversarmos depois sobre aquele assunto se ainda estiver disposto. Mas não abra aquela porta agora...

— Ta bom...– Marco concorda sério. – León pega a pistola de Ashy e entrega para Marco.

—  Boa sorte! – León sussurra e saí do apartamento. – Eu consertei a porta enquanto isso...

Assim que León se vai fechando a porta, Marco coloca a arma nó cós da calça. Ele olha para seu pescoço sujo de sangue, mas não há ferimentos além do hematoma.

    Em passos lentos e receosos, vai até o outro quarto, abre a porta e a fecha. Ele olha para a cabeceira da cama destruída, para os lençóis e travesseiros sujos de sangue, para as gotas manchando o assoalho. Ele pisa em algo gelado e levanta o pé, a chave dourada do banheiro. Marco se abaixa e a pega, para frente ao banheiro vendo alguns cacos de espelho que passaram pela brecha.

— A pergunta é : eu devo abrir ou não? – Marco sussurra rouco. –  Por mais que eu já sei a resposta, minhas ações são contrarias...

    Marco encaixa a chave e roda a maçaneta. Abrindo a porta completamente,  olha para o chão forrado de cacos e sangue. Ashy está sentada com as pernas encolhidas e braços suspendidos por uma algema que está presa na válvula do chuveiro. Ela encara Marco sem expressão, pupilas contraídas.

  O sangue escorrendo por seus braços e suas pernas arranhadas pelos cacos. Ela mexe suavimente os dedos banhados de sangue.

— Me mate!– Ashy sussurra olhando para Marco e depois para a pistola.

   Marco sai do cômodo em silêncio, ele volta com uma vassoura e começa a afastar os cacos criando um caminho até  Ashy. Ele se ajoelha apoiado nos calcanhares e encara Ashy sem emoção.

— Você vai parecer uma múmia depois. – Marco diz sério e puxa as algemas, abaixando as mãos de Ashy. – Eu me esqueci...

— É uma bela melodia. – Ashy desvia o olhar. – Já não pode dizer que não sente medo de mim.

— Tem razão. – Marco diz sério. – Onde estão as chaves? – Ele sacode as algemas.

— Na sua gaveta de cuecas. – Ashy sussurra e Marco pisca algumas vezes.

— Por que colocaria lá? – Marco pergunta intrigado.

— Para que eu não as pegasse!– Ashy responde e Marco bufa.

  Ele pega Ashy e com cuidado a leva para fora do cômodo. Marco a coloca na cama e vai até a gaveta e vasculha, acha a chave e se aproxima e destranca as algemas de Ashy.

— Isso está muito feio. – Marco diz olhando os cortes feitos na carne de Ashy.

— Marco... é melhor você ficar longe. – Ashy avisa olhando os pulsos. –  O surto passou, mas...

— Olha para isso... – Marco diz avaliando o pescoço. – Vou ter que ficar longe da empresa até sumir.

  Ashy abaixa o olhar enquanto Marco se aproxima e pega as algemas nas mãos de Ashy.

— Não estou te culpando...Mas dessa vez me assustou! – Ashy fecha as mãos e se levanta. Marco agarra a cintura da garota e a faz voltar. – Devo perguntar para você e não para León. Como faço para te fazer minha?

   Ashy gagueja e Marco passa as algemas  nos tornozelos de Ashy. Ele coloca a chave no bolso da calça e Ashy fecha o cenho. Ele a segura pela cintura e a joga em cima do ombro.

— Que merda é essa? Marco...– Ashy rosna se debatendo, ela geme de dor e Marco para.

— Fica quieta! – Marco rosna levando Ashy para o banheiro. Ele enche a banheira de água gelada e coloca Ashy na água. – A água gelada vai ajudar a parar o sangramento.

Ashy o olha séria e Marco sorri.

— Ainda não teve sua lição? Eu quase te matei, Marco! Vai ignorar meus avisos? – Ashy rosna.

— Eu sou insistente. – Marco diz sério e Ashy  bufa. – Te dou o que você quiser, em troca você será minha. Diga seu preço. Eu gosto da anarquia refletida nos seus olhos...

Ashy arqueia a sobrancelha.

— E se eu pedir você morto?

— Então daqui seis meses eu sou todo seu para você me matar do jeito que quiser. – Marco responde sério.

— Você é louco! – Ashy grita se levantando e Marco a faz voltar para a banheira com um empurrão na cabeça.

— Eu sou sim! E estou afim se saciar essa loucura a qualquer custo. – Marco diz encarando Ashy e ela rosna. – Não fique tão brava, se você gostar eu topo fazer quantas vezes você quiser.

— Seu idiota! – Ashy grita jogando água na cara de Marco.

— Pense a respeito!– Marco diz se afastando. – É uma boa proposta. Eu posso te mostrar coisas boas, pequena...

Marco joga a chave da algema dentro da banheira e sai em silêncio com a mão no bolso.

— Sem vergonha! – Ashy rosna. – Eu vou te fazer em picadinhos...

— Isso foi um 'Sim'? – Marco pergunta longe.

— Vá para o inferno seu empresário louco! – Ashy pega a chave e destranca a algema dos pés.

_________________________________________

Que proposta em...

Marco é louco. 

Boa leitura!

🖤

      Código X-04Onde histórias criam vida. Descubra agora