Ashy solta o pescoço de Marco e se afasta abruptamente.
— Não! o que eu fiz.... – Ashy sussurra em pânico vendo Marco desacordado.
Batidas na porta do apartamento ecooam, Ashy olha assustada com a respiração ofegante.
— Marco, está aí? – A voz de León ecooa e Ashy balança a cabeça em negativa, levanta vacilante e vai até a porta.
— León! Me ajuda...– Ashy cai no choro.
A porta é arrombada em um estrondo e Ashy corre voltando a sair do controle. Ela se tranca no banheiro e joga a chave por baixo da porta para longe.
Se encolhe em um canto e cobre os ouvidos.
— Ashy! – León a chama. – Ai meu Deus...
León encara Marco no chão com as marcas dos dedos de Ashy no pescoço. Ele se ajoelha e avalia os batimentos cardíacos de Marco.
— Você parou a tempo... – León sussurra. – Ele está vivo, Ashy! Tem que se acalmar agora!
Ashy grita do banheiro e León estremece. Ele ouve o barulho de algo estilhaçando e pela brecha da porta cacos do espelhos passam.
— Ashy! – León grita desesperado e tudo fica quieto. Ele ouve passos e vê a sombra de Ashy passando perto da porta. – Boa garota...
León pega Marco e passa o braço do mesmo em cima do ombro e carrega o homem para outro quarto. Ele coloca Marco com cuidado na cama e espera o mesmo acordar pacientemente.
Depois de meia hora, Marco tosse e acorda. A garganta ressecada e olhos marejados. León o encara e Marco o olha confuso.
— Estou vivo...– Marco sussurra alisando o pescoço dolorido. – O que está fazendo aqui?
— Eu fiquei pensando na resposta no carro. Voltei para conversar com você e a Ashy pediu ajuda. – León sussurra sério. – Marco, sabe a sorte que tem?
— Onde ela está? – Marco pergunta se levanta. Ele para frente ao espelho vendo o pescoço roxo do aperto de Ashy e engole em seco.
— Não vá! É perigoso! Ela está instável... – León sussurra e Marco o encara. – Ashy deu tudo de si para parar a tempo Marco...
— Eu toquei o piano. Havia me esquecido que ela... não gosta. – Marco diz seco.
— Não gosta? – León solta uma risada abafada. – Nós conversarmos depois sobre aquele assunto se ainda estiver disposto. Mas não abra aquela porta agora...
— Ta bom...– Marco concorda sério. – León pega a pistola de Ashy e entrega para Marco.
— Boa sorte! – León sussurra e saí do apartamento. – Eu consertei a porta enquanto isso...
Assim que León se vai fechando a porta, Marco coloca a arma nó cós da calça. Ele olha para seu pescoço sujo de sangue, mas não há ferimentos além do hematoma.
Em passos lentos e receosos, vai até o outro quarto, abre a porta e a fecha. Ele olha para a cabeceira da cama destruída, para os lençóis e travesseiros sujos de sangue, para as gotas manchando o assoalho. Ele pisa em algo gelado e levanta o pé, a chave dourada do banheiro. Marco se abaixa e a pega, para frente ao banheiro vendo alguns cacos de espelho que passaram pela brecha.
— A pergunta é : eu devo abrir ou não? – Marco sussurra rouco. – Por mais que eu já sei a resposta, minhas ações são contrarias...
Marco encaixa a chave e roda a maçaneta. Abrindo a porta completamente, olha para o chão forrado de cacos e sangue. Ashy está sentada com as pernas encolhidas e braços suspendidos por uma algema que está presa na válvula do chuveiro. Ela encara Marco sem expressão, pupilas contraídas.
O sangue escorrendo por seus braços e suas pernas arranhadas pelos cacos. Ela mexe suavimente os dedos banhados de sangue.
— Me mate!– Ashy sussurra olhando para Marco e depois para a pistola.
Marco sai do cômodo em silêncio, ele volta com uma vassoura e começa a afastar os cacos criando um caminho até Ashy. Ele se ajoelha apoiado nos calcanhares e encara Ashy sem emoção.
— Você vai parecer uma múmia depois. – Marco diz sério e puxa as algemas, abaixando as mãos de Ashy. – Eu me esqueci...
— É uma bela melodia. – Ashy desvia o olhar. – Já não pode dizer que não sente medo de mim.
— Tem razão. – Marco diz sério. – Onde estão as chaves? – Ele sacode as algemas.
— Na sua gaveta de cuecas. – Ashy sussurra e Marco pisca algumas vezes.
— Por que colocaria lá? – Marco pergunta intrigado.
— Para que eu não as pegasse!– Ashy responde e Marco bufa.
Ele pega Ashy e com cuidado a leva para fora do cômodo. Marco a coloca na cama e vai até a gaveta e vasculha, acha a chave e se aproxima e destranca as algemas de Ashy.
— Isso está muito feio. – Marco diz olhando os cortes feitos na carne de Ashy.
— Marco... é melhor você ficar longe. – Ashy avisa olhando os pulsos. – O surto passou, mas...
— Olha para isso... – Marco diz avaliando o pescoço. – Vou ter que ficar longe da empresa até sumir.
Ashy abaixa o olhar enquanto Marco se aproxima e pega as algemas nas mãos de Ashy.
— Não estou te culpando...Mas dessa vez me assustou! – Ashy fecha as mãos e se levanta. Marco agarra a cintura da garota e a faz voltar. – Devo perguntar para você e não para León. Como faço para te fazer minha?
Ashy gagueja e Marco passa as algemas nos tornozelos de Ashy. Ele coloca a chave no bolso da calça e Ashy fecha o cenho. Ele a segura pela cintura e a joga em cima do ombro.
— Que merda é essa? Marco...– Ashy rosna se debatendo, ela geme de dor e Marco para.
— Fica quieta! – Marco rosna levando Ashy para o banheiro. Ele enche a banheira de água gelada e coloca Ashy na água. – A água gelada vai ajudar a parar o sangramento.
Ashy o olha séria e Marco sorri.
— Ainda não teve sua lição? Eu quase te matei, Marco! Vai ignorar meus avisos? – Ashy rosna.
— Eu sou insistente. – Marco diz sério e Ashy bufa. – Te dou o que você quiser, em troca você será minha. Diga seu preço. Eu gosto da anarquia refletida nos seus olhos...
Ashy arqueia a sobrancelha.
— E se eu pedir você morto?
— Então daqui seis meses eu sou todo seu para você me matar do jeito que quiser. – Marco responde sério.
— Você é louco! – Ashy grita se levantando e Marco a faz voltar para a banheira com um empurrão na cabeça.
— Eu sou sim! E estou afim se saciar essa loucura a qualquer custo. – Marco diz encarando Ashy e ela rosna. – Não fique tão brava, se você gostar eu topo fazer quantas vezes você quiser.
— Seu idiota! – Ashy grita jogando água na cara de Marco.
— Pense a respeito!– Marco diz se afastando. – É uma boa proposta. Eu posso te mostrar coisas boas, pequena...
Marco joga a chave da algema dentro da banheira e sai em silêncio com a mão no bolso.
— Sem vergonha! – Ashy rosna. – Eu vou te fazer em picadinhos...
— Isso foi um 'Sim'? – Marco pergunta longe.
— Vá para o inferno seu empresário louco! – Ashy pega a chave e destranca a algema dos pés.
_________________________________________
Que proposta em...
Marco é louco.
Boa leitura!
🖤
VOCÊ ESTÁ LENDO
Código X-04
AcakLivro 3 - Escondida do mundo, sem nome, sem documentos e sem família, Ashy foi a única a ser capaz de concluir o experimento * X *, consciente do que é, mudada para ser o soldado perfeito, a garota entretanto não é uma militar, sendo então assassina...