ANDRASTE
AQUELE PODIA TER SIDO UM BOM DIA caso as terras humanas estivessem quentes. Eu sabia que naquele mesmo instante minha família deveria estar estocando comida para aquele rigoroso inverno — que eu, mesmo erroneamente, culpava Kallias. Ele era o Grão-Senhor invernal, não ligar ele ao inverno seria sem sentido — e derrubando árvores para poder ascender o fogo — e mais uma vez, Beron poderia compartilhar de seu dom com humanos. Seria útil.
Forcei uma risada de diversão ao ouvir uma das afirmações de Amarantha. Se tinha algo que eu não gostava era de ouvir ela tagarelar e tagarelar sobre as tentativas falhas de Tamlin. Meu sorriso era falso e até em quilômetros você notaria isso, mas Amarantha ao encontrar meus olhos não pareceu se importar. Seu próprio sorriso de víbora era uma indicação clara de que ninguém deveria arrancar aquela felicidade. Consegui ouvir o resmungo de Rhysand daqui.
A ruiva não se incomoda de levantar ao erguer a mão indicando que a festa começasse. Sua corte de brinquedo, onde seria adorada e idolatra pelos mais poderosos em Prythian. Era nojento. Mas não tinha do que reclamar: Rhysand não foi o único a dormir com ela para guardar pequenos segredos e controlar suas ações.
— Entediada?
A voz de Eris ecoa atrás de mim. Aquilo sim era uma novidade, algo realmente inesperado. Nunca nos falamos desde que cheguei em Sob a Montanha, quase um ano atrás. Eu pelo menos nunca tentei me aproximar do próximo Grão Senhor - os irmãos mais novos nunca assumiriam se dependesse de Beron. Ou de Eris. - da corte Outonal, nem mesmo cheguei perto de um deles. Mesmo assim, me viro elegantemente com os passos leves e preparados. Como um gato avaliando sua próxima refeição.
— Cansada. Ninguém me tirou para uma dança ainda — Olhei à Eris de cima a baixo, com o sorriso falso ainda em meu rosto. Meus olhos, no entanto, brilhavam. Eris é realmente bonito, mesmo sendo um babaca, até onde ouvi — Talvez algum cavalheiro se disponha.
Ele riu, uma risada baixa e perigosa. Seus dedos passaram de leve em minha pele, deixando uma trilha de arrepios onde ele tocava. Uma de suas mãos passeou em meu braço lentamente até alcançar meu cotovelo, onde ele delicadamente segurou. A outra mão desceu por minhas costas, circulando minha cintura e me puxando para perto. Naquele instante, sabia que a ação incomum de Eris chamou atenção. Eu sabia que Rhysand tinha um desentendimento antigo com aquele herdeiro em especial e que Beron me avaliava tentando achar algum traço digno da atenção do filho. Os irmãos dele deveriam estar encarando igual a corvos. Mas não olhei para nenhum deles, apena sustentei meus olhos na direção dos de Eris.
— Até onde sei — Iniciei, espalmando minha mão livre em seu braço —, você não me pediu para dançar. — Sussurrei, sorrindo. Ele não respondeu, apenas inclinou a cabeça para trás pretensiosamente.
YOU ARE READING
𝐋𝐔𝐄𝐔𝐑 | 𝐀 𝐂𝐎𝐔𝐑𝐓 𝐎𝐅 𝐓𝐇𝐎𝐑𝐍𝐒 𝐀𝐍𝐃 𝐑𝐎𝐒𝐄𝐒 (Second Version)
Fanfiction"Os olhos dela brilham, não como estrelas, mas como o despejo dourado do caldeirão. " Um Archeron sozinho no mundo é inconcebível. Quando deixada para se virar na neve do inverno, Feyre Archeron foi levada à força para o mundo feérico. Suas duas ir...