𝟏. 𝐌𝐎𝐑𝐓𝐀𝐋𝐒

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ANDRASTE

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ANDRASTE

TUDO TINHA ACONTECIDO de uma forma estranhamente rápida. Logo que deixei o salão e a acabei aquela pequena conversa com o Grão Senhor noturno, todos sabiam de minhas aventuras humanas. Ouvi então que era obra do Attor, que achou aquilo uma "forma de entretenimento". Eu sabia, no entendo, que ele almejava a satisfação da nossa atual governante.

E de alguma forma, para minha segunda surpresa, eu consegui convencer Amarantha de me autorizar ir checar a Corte Primaveril pessoalmente. Era um teste dela e um grande aviso de "SE VOCÊ FODER COM ALGO DE DESTRUO, MESMO TE AMANDO", caso ela realmente se importasse com outra coisa além de nossa íntima-relação. Sorrio para minha imagem no espelho. Brilhante, reluzente e feliz. Mesmo com os pequenos círculos arroxeado em meus olhos pela noite mal dormida e os pesadelos durante o sono. Toco a pele mais escura de meu rosto, sentindo latejar. Faziam tempos que não dormia direito.

Analiso minhas vestimentas; o vestido rosa claro feito em linhas douradas até meus pés, com saltos altos da mesma cor. O batom dessa vez mais claro, bege. Sem jóias a não ser por um bracelete em meu pulso. Dourado e feito em folhas, como se alguém — se formos literais, Kallias — a tivesse congelado e pintado de ouro. Meus cabelos caiam em cascatas até minhas costas, com uma pequena trança feita no topo de minha cabeça para se misturar com um coque. Uma tiara — mais uma coroa — do mesmo estilo do bracelete repousava no topo. Postura reta, sorriso ousado e rosto atraente.

Haveria mais uma festa naquela noite, em homenagem ao reinado de Amarantha. O exato dia em que, há quarenta e nove anos atrás, ela dominou Prythian. Era uma pena que a diversão dela acabaria tão cedo, no entanto. Amarantha era uma mulher espetacular na maior parte dos sentidos, principalmente ao excluir o louca obsessiva e o vingadora maníaca. Leal até sua morte, forte como ninguém e uma mulher capaz de deixar os sete homens mais poderosos daquele lugar de joelhos. Ela podia ser lunática, mas era poderosa. E um ícone. Se fosse em outras circunstâncias e ela não fosse quem é hoje, eu teria ficado honrada em conhecer a ilustre "Amarantha", general hyberniana.

— Você parece ótima, Andraste. — Comentou Helion, assim que saio do meu quarto. A corte dele naquele lugar era composto por alguns poucos nobres e sentinelas, consequentemente ele deveria se sentir entediado demais para ir importunar alguém como Rhysand. Forço uma tosse irônica.

— Tão ótima quanto o dia. — O canto do meu lábio repuxa para cima imperceptível ao notar a reação chocada dele. Um trocadilho, hm? Helion pareceu dizer. Eu quase ri, mas segurei a vontade. Terceiro fato surpreendente: Ele não tentou nada ainda.

Não é um segredo que o Grão Senhor da corte diurna dava em cima de todos que conhecia. Machos ou fêmeas, sempre acabando com um — ou ambos — na cama. A demora dele para sequer insinuar algo era respeitosa. Cheguei a duvidar se eu estava tão inatraente assim. Se essa palavra sequer existe.

𝐋𝐔𝐄𝐔𝐑 | 𝐀 𝐂𝐎𝐔𝐑𝐓 𝐎𝐅 𝐓𝐇𝐎𝐑𝐍𝐒 𝐀𝐍𝐃 𝐑𝐎𝐒𝐄𝐒 (Second Version)Where stories live. Discover now