Os 70 anos pós waterloo foi um tempo de gigantes, líderes que se elevaram ao topo do cenário mundial, com políticos que conseguiam guiar seus povos por cenários cada vez mais complexos, cada vez mais modernos algo que a mentalidade semi medieval daquele tempo pouco conseguia compreender, e esses homens o fizeram com maestria.
Durante o século 19 a Rússia havia visto homens como Alexandre II que entendeu que a Rússia precisava modernizar para sobreviver e pela primeira vez em décadas para o império adotou uma política neutra entendendo que a Rússia não estava em condições de enfrentar os grandes poderes europeus. Acabou com a servidão, trouxe as indústrias e incentivou universidades.
Como todos os envolvidos aqui ele não era flores e arco íris, respondendo violentamente as constantes revoltas e deixando um legado sangrento, mas efetivo não há como negar.Em contrapartida em 1900 a Rússia tinha Nikolas II um governante extremamente reacionário, extremamente conservador, que a história se lembra como tendo um intelecto mediano. Seu governo foi uma sequência de desgovernos vergonhosos, esse é o homem que foi manipulado pelo místico Rasputin, que não soube coordenar sua própria coroação deixando 1300 pessoas da plateia morrerem atropeladas umas pelas outras, por não haver comida suficiente no bufe, e que ainda assim organizou um baile para a nobreza logo depois, e esse homem no final irá carregar o destino do mundo em suas mãos.
E ao mesmo tempo na Áustria temos um imperador de 84 anos a 3 meses de falecer
Enquanto seu primeiro ministro Berthold não é nem uma pessoa boa ou estupida, mas fraca e vacilante Incapaz de comandar ou estar à frente de uma nação.E a Alemanha, ela nos 20 anos após sua criação teve um dos sem dúvida maiores diplomatas da história a guiando Otto von bismarck que praticamente sozinho manteve o concerto europeu estável e corretamente previu que "uma guerra européia virá de algo estúpido nos Balcãs" seu maior objetivo entretanto era garantir que a França e a Rússia nunca se aliassem pois ele sabia que uma guerra em duas frontes seria destruidora para seu país, e nisso como em muitas coisas ele acabou estando correto, inclusive avisando a wilhen II que se ele mantivesse as políticas que ele propunha seu império estaria destruído em 20 anos estando correto por poucos meses de diferença.
Porém Bismarck foi despedido pelo novo kaiser que não tardou para romper com as políticas Bismarckianas, pois ele tinha muitas inseguranças para ter uma visão clara, nascendo com um braço deformado e criado somente pela mãe ele se sentia inadequado, dependente de passar uma imagem forte, masculina e militarista. Incapaz de manter as alianças que mantinham o concerto Unido e sendo extremamente impulsivo.
E por fim temos o medo, o medo dos impérios decadentes, nações antes tão grandes que agora viam tão claramente a sombra da morte sobre elas, o império otomano há muito era conhecido como o velho doente da Europa, uma vez o maior império do mundo se via reduzido a migalhas do que já foi enquanto os outros países o devoravam pedaço por pedaço, com leis infraestrutura e exército antiquados ao mesmo tempo que grande parte de seus territórios estão a beira da revolta.
Os austríacos por sua vez viam o lento colapso de seus vizinhos otomanos cada vez mais chegar em seu império, pois embora grande em tamanho ele governava sobre diversos povos, povos com sua própria língua, própria religião com quase nenhum nacionalismo pelo império, o que resultava em diversas vezes ter debates no concerto sobre a independência desses povos na qual a Áustria vez por vez perdia incitando ainda mais deles a revolta.
E por fim o império russo um império tão marcado por pobreza tirania e repressão que era uma bomba armada para revolução e guerra civil, sendo o primeiro país europeu a perder uma guerra para um país asiático, uma vergonha extrema.
Então com líderes incapazes, uma nova superpotencia e medo levando impérios a decisões irracionais e desesperadas, todos os atores estão prontos o cenário está pronto e as cortinas começam a se abrir na guerra para acabar com todas as guerras.
No próximo ato um príncipe um terrorista e um sanduíche irão mudar o mundo.
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A tragédia secular : Prelúdios da grande guerra
Ficción históricaJunho de 1914, menos de 3 meses antes de um dos conflitos mais destrutivos da história humana, por toda a Europa tensões aumentam sem parar e diplomatas e políticos de todos cantos estam imersos no caos numa tentativa desesperada de impedir a tempes...