Ato II : Assassinato Ao Pôr Do Sol

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A história é feita em grande parte das peguenas coisas, aquelas pequenas coincidências que acabam gerando eventos inimagináveis, a maneira do destino nos mostrar que não importa o quanto tentemos não estamos no controle, este é um caso desses um sanduíche que terminaria por destruir a europa, acredite ou não.

De volta a nossa história na prefeitura de saraievo uma discussão acalorada entre o prefeito e Franz ferdinand o herdeiro do trono da Áustria toma conta do escritório, o prefeito insiste em uma continuação da programação do casal, enquanto Franz diz - "você está louco?, quer que eu e minha esposa visitemos museus enquanto bombas explodem nas suas ruas colocando civis em perigo desnecessário?"
E então em um gesto de solidariedade impossível para os dias de hoje, Franz decide juntamente com sua esposa Sophie movida as lágrimas após ver as casualidades do atentado, que eles irão para o hospital visitar os inocentes que Franz não conseguia parar de pensar que estavam lá por culpa dele.

E assim eles o fazem diferentemente do que se esperava ele não se escondeu em uma fortaleza ou fugiu da cidade com um pequeno exército mas resolveu se juntar ao povo em seu momento de necessidade.
Dessa vez sem escoltas policiais ou ruas decoradas, aquilo não é propaganda para a Áustria ou mesmo algo político, era dele, pois ele sabia que não conseguiria dormir sem ver como estavam aqueles que pagaram o preço de sangue para que ele pudesse viver, assim na pressa de não deixar um minuto passar eles entram novamente no carro nas mesmas roupas que estavam algumas horas atrás, mas os sorrisos e olhares despreocupados nunca mais estariam naqueles rostos.

Porém a pressa tem seus custos e no caso de Franz e Sophie ele seria fatal, na confusão da saída deles da prefeitura eles se esqueceram que o motorista não sabia dirigir por lá, afinal ele era o choffeir particular de Franz e ia com ele onde o príncipe precisasse, mas mais importante, nunca havia visto saraievo e não sabia como dirigir pela cidade, e então mais um pedaço do fio é cortado pelas três fiandeiras, em questão de minutos o fio da vida de Franz e Sophie chegaria ao triste fim vítimas de um conflito que não lhes pertencia, e 6 meses depois o de mais 1 milhão de homens.
E então enquanto o cronômetro passa sem parar e um carro preto com apenas um casal anda pela cidade a coincidência final ocorre, o motorista vira erroneamente em uma rua de saraievo, que o destino em sua infinita ironia definiu que seria a rua Franz Joseph nomeada em homenagem ao pai de franz, e nessa rua em um deli comum próximo a esquina está gavillo príncip calmamente tomando o café e comendo seu sanduíche quando o carro do arqueduque vira a rua, aquilo pensa o jovem revolucionário era o sinal que ele precisava o destino sorria para ele, ali ele liberaria a Sérvia.

Nenhuma palavra é dita, apenas um garoto com seus sonhos de liberdade puxa uma pistola de seu casaco e dispara duas balas, as duas primeiras de um número que beira o infinito, ali em uma cidade que o resto do mundo sequer conhecia em uma rua que minutos atrás era uma rua qualquer, as primeiras vítimas de uma guerra que sequer havia sido declarada jaziam.
Franz ferdinand olhava tudo isso atônito sem compreender nada daquilo, ele sequer vê o jovem assassino sendo segurado por policiais que passavam e civis a poucos passos dele, não ouve os gritos de pânico e de emergência por um médico, ele só consegue olhar para frente deitada no chão do carro cuspindo sangue e um buraco no peito, sua esposa, sua Sophie.
Morta por ter se apaixonado pelo príncipe dos contos de fada que ela tanto lia quando criança.
Ele ofegante com as mãos manchadas de sangue se aproxima dela ele está frio pálido tremendo, quem olhasse diria que aquele homem havia acabado de sair de uma nevasca.

E com as forças que tem já lhe esvaindo Franz ferdinand começa a falar
- "Sophie Sophie, por favor não morra, nossas crianças, nossos filhos, não os deixe sozinhos nesse mundo por favor" mas já é muito tarde, o anjo da morte já a havia levado, um homem aparece e vê que Franz está ferido gravemente e pergunta a ele se ele consegue ouvi-lo se ele aguentaria até o hospital, e Franz simplesmente diz que não é nada e continua falando, não é nada, não é nada cada vez mais fraco até sua vida se for ali em um país estrangeiro em uma rua com o nome do seu amado e velho pai ele morreu.
E assim o primeiro ato desta peça macabra termina. Com a morte de dois inocentes mártires ou de opressores estrangeiros, cada um tem sua visão.

 A tragédia secular : Prelúdios da grande guerraOnde histórias criam vida. Descubra agora