Demais

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Naruto

- Como você conseguiu perde-la assim? – Shikamaru me repreendeu, depois que contei o que houvera com Sakura.

Dei de ombros, indefeso. Eu não tinha desculpas. Tinha fracassado com Sakura, com minha vila, comigo mesmo. Precisava ajudar Kakashi, mas como poderia fazer isso se nem sabia onde Sakura estava, se estava viva.

- O que faremos agora? – Supliquei pela ajuda de Shikamaru com o olhar.

Ele sempre fora melhor que eu em planejamentos e táticas, então eu sabia que ele teria uma solução.

Shikamaru refletiu por alguns minutos, fazendo cálculos mentais e avaliando o nível dos danos. Então falou:

- Vamos seguir o caminho para Saganake pela margem do rio, buscando por sinais de Sakura. Caso nós a encontremos, eu a levarei de volta à aldeia e enviarei reforços para te ajudar. Caso não a encontremos, precisaremos seguir nosso caminho.

Engoli em seco com a ideia de deixar Sakura para trás e seguir nosso caminho, mas Shikamaru estava certo.

- De qualquer forma, vou enviar um falcão para Konoha pedindo uma equipe de buscas. Mesmo que não a encontremos, a equipe pode conseguir.

- Uma equipe de buscas demoraria muito tempo para chegar até aqui. Sakura já poderia estar... – Deixei a frase morrer, sem querer dizer o que estava pensando.

Shikamaru assentiu.

- Eu sei, Naruto, mas ela estava em uma missão e esse é um risco que corremos quando saímos em missões.

Meneei a cabeça. Eu poderia me conformar se a queda de Sakura fosse culpa de uma luta, da chuva intensa ou até de um descuido dela. Mas meus segredos que a tinham transtornado daquela forma, então eu me culparia para o resto da minha vida se algo tivesse acontecido a Sakura.

Shikamaru bateu em meu ombro levemente.

- Precisamos seguir caminho, Naruto. Vai amanhecer novamente, não podemos mais perder tempo.

Assenti, relutante. Joguei as mochilas nas costas e segui Shikamaru em direção à margem do rio.

Sakura

Minha respiração era superficial, agitada. Meu coração batia rápido como as asas de um beija-flor. Todo o meu corpo estava desregulado, tanto que meu chacra começou a ferver em minha mão ferida, próximo ao meu peito.

Sasuke me encarava sério, sóbrio, sem expressão. Era ele mesmo ali, à minha frente. Ele tinha me salvado? Por que? Como? Minha cabeça fervia com perguntas, lembranças, sentimentos.

- Vejo que encontrou as bandagens – Sua voz soou como notas de um piano recém afinado. Meu coração deu um salto em meu peito, fazendo-me perder o equilíbrio mesmo sentada.

Meu corpo pendeu levemente para o lado e, por instinto, tentei usar a mão direita como apoio. Como ela estava presa na bandagem, acabei caindo deitada na esteira. "Tão sutil quanto um elefante em uma loja de cristais" pensei comigo mesma.

- Talvez você deva ficar deitada mais um tempo, a pancada na cabeça foi bem forte – ele sugeriu.

Eu queria falar algo, me jogar em seus braços, gritar, perguntar onde ele estivera esse tempo todo, mas tudo o que eu conseguia fazer era respirar ofegante e encarar seus olhos. Sasuke se aproximou, o olhar meio confuso. Ele parecia estar se perguntando se a pancada tinha me deixado com sequelas.

Ele se ajoelhou à minha frente e levou a mão até minha testa, sentindo minha temperatura. Seu toque acordou cada terminação nervosa do meu corpo, como um choque. Lágrimas começaram a cair dos meus olhos sem que eu pudesse controla-las.

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