Reforço

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Naruto

- Tem alguém atrás de nós – Shikamaru alertou, colocando a mão em meu peito para me fazer parar de caminhar.

Concentrei-me nos sons ao redor, ouvindo os passos caminhando em nossa direção rapidamente. Eram duas pessoas, mas não pareciam inimigos.

- Um homem e uma mulher – declarei, depois de prestar mais atenção aos sons.

Shikamaru assentiu. Nós nos posicionamos de forma protetiva, mas não estávamos muito preocupados. Conseguíamos pressentir que eram ninjas amigos.

De dentro dos galhos de uma árvore alta, os dois apareceram, saltando bem à nossa frente. Estávamos certos em não temer: eram conhecidos de longa data.

- Choji, Ino – cumprimentou Shikamaru. – O que fazem aqui?

- Tsunade nos enviou. Temos novidades e também viemos ajudar a encontrar Sakura – Ino explicou.

Os dois carregavam mochilas, mostrando que fariam parte da expedição conosco. Ino mexeu em sua bolsa e tirou um telegrama de Tsunade de dentro dela. Entregou a Shikamaru, que leu rapidamente o que dizia.

- O animal que atacou Kakashi – começou ele, prestando atenção às palavras no papel. – Tsunade está dizendo que não é o bicho que ela pensava. É uma besta que surge quando alguém tenta usar um jutsu proibido de ressurreição.

- Então ele não vive em Saganake? – indaguei.

Shikamaru meneou a cabeça. Bom, isso mudava tudo. Nossa viagem tinha sido encurtada, mas a missão ficara mais difícil. Encontrar uma besta sem saber onde ela vive é ainda mais difícil. Principalmente se você não a conhece e não sabe a extensão dos danos que ela pode causar.

- Choji, por que você veio? Sua filha acabou de nascer – Shikamaru perguntou, preocupado, tirando-me de meus pensamentos.

- Tsunade ordenou. Eu sou um ninja, afinal, não posso negar uma missão – disse Choji, mas dava para ver a insatisfação em sua voz.

- Bom, precisamos encontrar esse animal – Ino disse, cortando o assunto familiar.

- E Sakura – completei.

Todos assentiram e Shikamaru se agachou, começando a desenhar seu plano.

Sakura

Eu estava confusa. Se o animal que estávamos seguindo era natural de Saganake, por que tínhamos encontrado com ele na floresta nos arredores de Konoha? Mas, pensando bem, Kakashi tinha sido atacado ali também. Talvez algo tivesse tirado a besta de seu habitat. Algum ataque, um incêndio, outro animal gigante ameaçando sua vida. De qualquer forma, Sasuke e eu prosseguíamos em nossa busca por Naruto. Precisaríamos de muita ajuda.

Estava começando a anoitecer. O sol, encoberto pelas nuvens, descia no céu, dando espaço para uma lua brilhante. Sasuke sugeriu que parássemos para descansar até o dia seguinte.

- O escuro irá nos colocar em risco, é melhor ficarmos em um lugar só – decretou, começando a montar um acampamento improvisado.

Comemos algumas frutas sentados no chão gramado, observando as estrelas que conseguiam fugir da cobertura das nuvens. Um vento frio começou a bater conforme a noite se instalou e, algumas horas depois, eu estava batendo o queixo.

Minha mochila tinha ficado na caverna onde eu me perdera de Naruto e eu não tinha nenhuma roupa de frio. Para piorar, estava com a camisa rasgada desde o nosso encontro com a besta que atacara Kakashi.

Encolhi-me, colando os joelhos no peito e enfiando o rosto entre os dois. Um toque gelado em minha nuca me alertou, fazendo-me olhar para cima. Flocos de neve estavam caindo, começando a pintar o gramado de branco. Sasuke estava certo! Estava mesmo nevando, apesar da época do ano não ser comum a esse fenômeno da natureza.

- Era só o que faltava – praguejei, encolhendo-me mais.

Sasuke remexeu em sua bolsa e tirou uma capa de tecido grosso e quente.

- Venha – ordenou, como se eu estivesse entendendo o que ele queria.

Observei-o, confusa. Sasuke suspirou, irritado, e me puxou para perto de si, jogando a capa sobre nós dois. A abertura para a cabeça era grande o suficiente para as nossas, de forma que ficávamos parecendo a besta que tínhamos encontrado mais cedo: um corpo só, com duas cabeças pendendo para fora.

- O que... – comecei a perguntar, mas ele me cortou.

- É física. Calor humano é a melhor forma de se aquecer – explicou.

Claro. Calor humano. De Sasuke. Eu só podia estar sonhando. Belisquei meu braço, sentindo a dor toma-lo e seguir até o pulso ferido. Não era um sonho, afinal. Eu estava mesmo no meio da floresta, onde nevava em plena primavera, abraçada a Sasuke debaixo de uma capa quentinha. Se alguém tivesse me contado que isso aconteceria, eu riria por horas a fio.

Sasuke se ajeitou atrás de mim, apoiando suas costas em um troco grosso de árvore e colocando uma perna de cada lado do meu corpo. Suas mãos pendiam sobre meu braço machucado, aquecendo o local.

- Você está emanando chacra para eu pulso? – questionei, sentindo a energia fluindo de suas mãos para meus ossos.

- Sim, vai ajudar a curar essa fratura mais rapidamente.

Eu sabia disso, mas continuava incrédula. Quando achava que era impossível me impressionar mais com o rumo que as coisas estavam tomando, me deparava com mais uma surpresa.

Depois de algum tempo, o calor do corpo de Sasuke contra o meu e o som de sua respiração começaram a me relaxar, de forma que deitei sobre seu peito, minhas costas coladas em seu tronco. Minha cabeça pendia em seu ombro, sentindo a pulsação das artérias de seu pescoço.

Não sei se foi por causa da cadência de seu sangue fluindo em suas veias, se pelo aquecimento ou se por que estava exausta, mas em poucos minutos eu estava dormindo, sonhando com Sasuke tocando minha barriga como fizera mais cedo.

Não sei se foi por causa da cadência de seu sangue fluindo em suas veias, se pelo aquecimento ou se por que estava exausta, mas em poucos minutos eu estava dormindo, sonhando com Sasuke tocando minha barriga como fizera mais cedo

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