Lar

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SEIS MESES DEPOIS

Sakura

Uma brisa suave tocou minha pele quando fui ao quintal colher flores. O sol beijava meu rosto, deixando minhas bochechas coradas. Definitivamente era um dia perfeito para comemorar uma chegada tão importante.

Voltei para dentro de casa, peguei uma fita de cetim azul e prendi as flores, formando um buquê. Hinata adorava rosas amarelas, seria um presente ideal. Sorri imaginando como ela deveria estar feliz agora. Seu primeiro filho acabara de nascer: Boruto. Naruto provavelmente estava extasiado, sem saber como lidar com um ser tão pequenino.

Com passos leves, como um gato, Sasuke se aproximou do balcão da cozinha, onde eu estava fazendo o arranjo de flores.

- São as que você plantou no mês passado? – perguntou.

Assenti.

- Cresceram tão rápido – Sua voz estava estranha, como se ele estivesse escondendo algo.

Coloquei a mão na cintura, de forma inquisitiva.

- O que houve? – perguntei, sabendo que algo estava errado.

Sasuke se aproximou de mim, a cabeça baixa. Ele puxou um pequeno envelope de seu bolso traseiro, colocando-o sobre a mesa.

- Eu quero te dar isso – falou, baixinho.

Ele não sabia muito bem como lidar com sentimentos ainda. Talvez nunca soubesse. Mas estava melhorando a cada dia. Era visível o quanto se importava: acordava todos os dias mais cedo que eu para preparar o café, em silêncio absoluto; chegava sempre na hora certa para o jantar; estava se dedicando cada dia mais em seu trabalho de ninja, ajudando a vila.

Sasuke era peculiar, calado, tinha muito dentro dele que eu jamais entenderia. Mas era bom tê-lo por perto, em casa. Os momentos de carinho físicos eram raros, mas ele demonstrava seus sentimentos de outra maneira. A cada dia que ele voltava para casa, agradecia pela comida que eu fazia ou podava as plantas no jardim, era como se ele dissesse "eu te amo". Eu não precisava das palavras, ficava satisfeita em fazer parte da sua vida outra vez.

Abri o pequeno envelope, tirando um tecido bordado com o símbolo da família Uchiha. Sasuke encarou o símbolo em minhas mãos. Era idêntico ao que ele mesmo carregava em suas costas.

- Eu gostaria... – começou ele, reunindo as palavras. – Que você usasse. Não agora, claro. Depois que... Você sabe.

Encarei os olhos incertos de Sasuke, percebendo que ele tinha ensaiado como dizer tudo isso, mas falhara na hora de executar o discurso.

- Está me pedindo para ser uma Uchiha? – perguntei, em tom de confirmação.

Sasuke assentiu, pegando o tecido da minha mão e colocando-o sobre a bancada. Ele tomou minhas mãos livres nas suas e me olhou nos olhos, profundamente.

- Eu não preciso mais ficar sozinho – disse, fazendo lágrimas surgirem em meus olhos. – Podemos esperar ou fazer isso hoje mesmo, mas eu gostaria... De casar com você.

- Sasuke-kun! – Eu o tomei em um abraço apertado.

Era difícil acreditar que tanto havia mudado em seis meses, que essa era minha vida agora. Mas eu estava tão feliz que evitava pensar nessas coisas para não atrair energias negativas.

O som da campainha nos tirou de nosso pequeno momento. Apressei-me em guardar o símbolo Uchiha em minha bolsa. Iria usá-lo um dia, com certeza. Assim que oficializássemos nossa união.

Kakashi nos aguardava na porta, segurando um enorme sapo de pelúcia.

- Você vai dar flores? – perguntou, encarando seu próprio presente. – Eu não sabia o que escolher, achei esse sapo apropriado.

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