Ressurreição

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Sasuke

Sakura correndo na floresta, seus pés batendo contra a neve fofa no gramado, tinha alertado a besta. Eu podia ouvir os dois, ela fugindo de mim e o animal a perseguindo. Eu precisava ser mais rápido que os dois.

Erguei-me usando chacra, correndo pelos galhos de árvores. Alcancei Sakura, vendo que a besta estava a poucos metros dela. Se estivesse calma, ela teria percebido que estava sendo seguida, mas estava agitada e emocionalmente fora de si.

Saltei do galho, caindo sobre ela, prendendo-a no chão.

- Você está maluco? – ela reclamou, tentando se desvencilhar de mim.

- Shhhh – exigi, cobrindo sua boca com a minha mão.

Ela continuava a se debater intensamente, tentando fugir do meu toque. Eu não queria precisar usar a força, mas se não a acalmasse, iria chamar a atenção do animal na floresta e Sakura poderia morrer.

Usei um genjutsu simples para que ela desmaiasse, sentindo seu corpo ficando inerte sob o meu. Quando seus olhos fecharam, tranquilos no sono em que eu a colocara, peguei-a no colo e corri.

Sakura

Minha cabeça estava dolorida como se... Alguém tivesse caído em cima de mim. Sasuke.

Sentei-me, exaltada, sentindo o ambiente ao redor girar com a queda de pressão que eu causara por me erguer rápido demais. Estava novamente na caverna de Sasuke. Como? Tínhamos avançado na floresta, não havia como estarmos perto o suficiente para que ele me trouxesse de volta.

Sasuke estava parado, braços cruzados em tom protetor, em frente à passagem do "quarto".

- Como viemos parar aqui? – questionei, irritada. Estava cansada de ficar à mercê de Sasuke e seus joguinhos.

- Eu trouxe você.

- Isso é óbvio, quero saber como chegamos aqui tão rápido – sibilei.

Sasuke ignorou a pergunta, virando o rosto para o outro lado. Fiquei de pé em um salto e parti para cima dele, de saco cheio de esperar sua boa vontade em me explicar as coisas. Sem dificuldade, ele segurou a mão que eu usara para ataca-lo, mantendo-me a uma distância segura de si.

- Eu tenho uma missão a cumprir – gritei. – Se você não se importa mais com Kakashi, eu ainda me importo.

Sasuke apertou mais meu pulso, machucando novamente o local que acabara de se recuperar.

- Me solta! – exigi.

Remexi-me, tentando usar chacra para que ele me soltasse, mas não funcionou. Com uma mão só, eu não conseguia conjurar jutsus, então só me restava tentar atingi-lo com algum golpe. Soquei seu rosto, causando uma vermelhidão logo abaixo de seu olho. Ele continuou sem se mover.

- Não é seguro lá fora – disse, firme e frio.

- Não é seguro aqui também, com você.

Ele me encarou, irritado.

- O que quer dizer com isso?

- Você não está tentando garantir minha segurança, está atrasando minha missão – respondi. – Nós estivéramos andando em círculos, não é? Como me distraiu? Um genjutsu? Para que? Não basta matar seu irmão, quer matar toda a vila, começando por Kakashi?

Seus olhos ferveram, ultrajados. Sasuke segurou meu rosto com raiva, pressionando seus dedos contra minhas bochechas.

- Você não faz ideia do que está falando – ele sussurrou, intimidador. Seu rosto estava colado ao meu, seus olhos assustadoramente nervosos, como se pegassem fogo.

Eu queria responde-lo, mas seus dedos pressionavam meu rosto com tanta força que eu não conseguia mover meus lábios. Tentei me desvencilhar de seu toque, mas nada funcionou. Sua raiva dobrara sua força, deixando-me completamente indefesa.

- Você... – Eu tentei falar, com dificuldade. – Não liga... Para nenhum de nós... Então me deixe... Ir embora.

Sasuke apertou os olhos, como se estivesse prestes a me atacar. Fechei os meus, preparada para receber um golpe, mas fui surpreendida.

Naruto

- Eles estavam aqui não tem nem uma hora – concluí, segurando a capa de frio de Sasuke.

- Isso significa que não estão muito longe – Shikamaru completou. – Choji, Ino, busquem pela floresta. Naruto e eu buscaremos pelo rio.

Sasuke

Era inadmissível ouvir Sakura dizer que eu não me importava quando tudo o que eu fizera desde que a encontrara tinha sido salvar sua vida. Eu sabia, bem no fundo, que ela estava magoada pelo passado, mas não aceitava que ela achasse que eu ainda era o mesmo Sasuke que a deixara em Konoha.

Muita coisa tinha mudado e isso era evidente. Eu tinha salvado sua vida diversas vezes, a tinha mantido protegida, aquecida. O que ela tinha na cabeça?

- Eu não me importo? – sibilei, próximo ao seu rosto.

Seus olhos estavam fechados, esperando que eu a atacasse. Mas isso não levaria a lugar nenhum. De que adiantava ser violento, machucá-la ou a qualquer outra pessoa?

Sakura

Meus lábios se aqueceram com o toque dos lábios dele. Meu corpo se acendeu, como uma fogueira recebendo álcool. Cada pedaço de mim encheu-se de luz.

Sasuke soltou minhas bochechas, segurando minha cintura no lugar. Apertou-me contra si com força, mas não violentamente. Eu estava tão perplexa que demorei a reagir, mas assim que recobrei minha consciência, envolvi seu pescoço com meus braços, cravando minhas unhas em sua pele. Era como se ele pudesse sumir a qualquer momento e eu tivesse que me agarrar a ele com força.

Suas mãos buscaram minhas pernas, puxando-me para cima, em seu colo. Minhas costas bateram contra uma parede, mas eu só conseguia sentir o corpo dele contra o meu. Em segundos, o que era um desejo ávido e faminto, se tornou um carinho delicado e tranquilo, como uma onda do mar.

Entrelacei-o com minhas pernas, segurei sua nuca, sentindo seus cabelos macios entre meus dedos. Sua boca quente e doce tomava a minha, tirando meu fôlego. Meu coração batia forte, jogando meu peito contra o dele. Era como se quisesse se unir ao coração de Sasuke.

Ele se sentou na esteira, levando-me consigo em seu colo. Por um segundo, parou de me beijar e me encarou com seus olhos profundos e intensos. Meu corpo se arrepiou em resposta àquele olhar. Logo, ele estava me beijando novamente, suas mãos tratando de despir-me. Eu correspondi, admirando cada parte de seu corpo que se revelava aos poucos.

Nossos corpos reagiam um ao outro como se tivéssemos feito isso milhares de vezes. Mas era a primeira vez...

Seus lábios percorriam meu pescoço, meus ombros, meu peito. Eu arranhava suas costas, prendendo-o firme contra mim.

Nossos olhos se encontraram, sem que precisássemos dizer mais nada. Era como se nos comunicássemos com os movimentos que fazíamos, com cada beijo e cada toque.

Aos poucos, eu relaxei e me entreguei a ele sem medo, deixando meu corpo em suas mãos. Ele me recebeu com prazer, sabendo o que fazer como se me conhecesse tão bem. Será que conhecia? Será que eu era tão dele assim? Parecia que sim.

Ofegantes, suados e tomados de prazer, caímos deitados lado a lado, em silêncio.

O que tinha acabado de acontecer? Eu não sabia responder, talvez nunca soubesse. Mas minha vida tinha mudado da água para o vinho em um momento e eu não sabia como ficaria dali para frente.

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