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# Olá, olha só quem decidiu aparecer novamente com mais uma obra para vocês. 😁

# Quem já leu a primeira e a segunda versão, tem mais ou menos uma noção de como as coisas irão suceder. Espero que curtem essa também, porque ela e o meu presentinho para vocês antes de eu me ausentar definitivamente daqui.

# OAV, será dívida em duas, essa e a primeira parte, com aproximadamente 45 capítulos. A segunda será um pouco mais curta. Espero que gostem.

Christopher Uckermann || 🤓

Agosto de 2014

A sacada do apartamento que eu dividia com Anna, minha melhor amiga, oferecia uma vista privilegiada para a rua Botânica, uma grande avenida que atravessava quase toda a cidade. Apoiei o cotovelo no parapeito de ferro e observei o tráfego, levantando os olhos para o céu, onde algumas nuvens cinzentas começavam a se formar. Certamente, uma chuva estava a caminho. Só espero que não vire uma tempestade. Cuernavaca costumava ser bem chuvosa nessa época do ano, com verões que ultrapassavam os 30°C e invernos tão secos e frios que chegavam a fazer nossos narizes sangrarem.

O fluxo de carros continuava a aumentar gradativamente, e a fumaça tóxica das descargas contribuía ainda mais para poluir o céu. Isso era péssimo para minha bronquite, já que sempre que respirava esse ar, precisava fazer inalação duas vezes ao dia. Observei um grupo de pessoas atravessando a faixa de pedestres em direção ao nosso prédio azul de 10 andares. Algumas com o olhar fixo à frente, alheias ao que acontecia ao redor, outras caminhando apressadas. Um grupo de senhoras conversando tranquilamente, ao julgar pelos passos lentos que davam na mesma direção. Logo atrás, três estudantes, que me fizeram pensar em como as coisas seriam daqui para frente. Estava voltando às minhas raízes, justamente para o colégio onde terminei a preparatória. Por muito tempo, San Diego foi meu lar. Foi lá que descobri o valor de uma amizade verdadeira, que, graças a Deus, perdura até hoje. Poncho sempre foi um grande amigo, uma amizade que nasceu através do esporte e me acompanhou, inclusive, na universidade. Estudamos juntos na Universidade da Califórnia, onde me formei em Ciências Biológicas e vivi grandes experiências ao lado dele e de outras pessoas incríveis que conheci por lá.

E como sempre tive o desejo de lecionar, decidi cursar mais quatro anos de licenciatura. Agora, finalmente, teria a oportunidade de dar aulas no San Diego, graças ao Poncho, que foi meu mediador nesse processo. Se não fosse pela sua indicação, dificilmente teria conseguido o emprego.

— Não está atrasado para o trabalho? — a voz da Anna me trouxe de volta à realidade.

Ela era uma das pessoas incríveis que eu havia conhecido na Califórnia. E, embora não fosse exatamente o meu tipo de mulher, acabamos nos envolvendo romanticamente durante um período.

— Já estou de saída, só vim pegar um pouco de ar antes de ir. — Respirei fundo, inalando parte da poluição para os pulmões. Minha bronquite que aguente.

— Poluição, você quer dizer. — Sorri com os lábios fechados e virei o corpo na sua direção. Nossos olhares se cruzaram, e vi um sorriso discreto surgir no canto de seus lábios expressivos e curiosos.

— Exatamente, eu deveria te escutar mais a cada bronca que me dá quando venho para a sacada. — Ela me deu um beijo carinhoso na bochecha e, logo em seguida, tirou um fiapo de linha da minha camisa polo verde.

— Espero que tudo dê certo por lá. Tenha um ótimo primeiro dia de trabalho e, se precisar, me liga.

— Obrigado, Aninha! Torça por mim, porque vou precisar. Estou muito nervoso e receoso de que os alunos não gostem de mim.

— Tenho certeza de que eles vão te adorar, Chris. Você é incrível, o cara mais inteligente que conheço.

— Para de me bajular, garota.

𝑂𝑑𝑒𝑖𝑜 𝑎𝑚𝑎𝑟 𝑣𝑜𝑐𝑒 -𝑉𝑜𝑛𝑑𝑦. Onde histórias criam vida. Descubra agora