SINA ESTAVA em frente à casa dos Urreas. Ela sabia que jamais deveria ter ido até lá porém havia decidido que não iria perder Noah, não iria deixar que aquela nova versão sombria, o consumisse completamente.
Hesitou por alguns segundos e sentiu uma onda de arrependimento assim que finalmente tocou a campainha.
Quem a recebeu foi Linsey Urrea, que sorriu animada e abraçou a Deirnert fortemente. Linsey Urrea ainda era a mesma, apenas tinha os cabelos mais compridos e usava roupas mais formais.
— E como estão as coisas na faculdade? Me contaram que você foi aceita na Universidade de Melbourne. — Ela comentou animada, assim que as duas chegaram na sala. Sina reparou em cada detalhe do cômodo, tudo estava muito diferente.
— Estão ótimas! E como você está?
— Bem, eu me formei em psicologia há um ano e ainda assim, eu não consigo entender o meu irmão. — Ela riu, Sina a acompanhou assim que percebeu que aquilo era uma piada.
— E os seus pais?
Sina percebeu que a pergunta havia sido inconveniente, assim que Linsey sorriu extremamente sem graça.
— A minha mãe acabou de sair e o meu pai...bem, ele não mora mais aqui faz um tempo.
— Oh, eu sinto muito.
A de cabelos loiros até mesmo sentiu suas bochechas esquentarem, ela definitivamente não deveria ter tocado naquele assunto.
— Não tem problema, eu até já me acostumei com a ausência dele.
Antes que Sina pudesse dizer mais alguma coisa, a porta de entrada foi aberta e chamou a atenção das duas. Noah estava usando fones de ouvido mas os tirou e não disfarçou o quão irritado estava, por ver as duas juntas.
— O que ela está fazendo aqui?
— Isso é jeito de tratar as visitas, hein garoto? — Linsey estava brava, ela não suportava as atitudes grosseiras do irmão mais novo. — Noah, eu estou falando com você!
O garoto alto ignorou completamente a irmã mais velha, subindo as escadas rapidamente e as duas escutaram uma porta bater com força. Linsey suspirou e então jogou as mãos para o alto.
— Eu não sei mais o que fazer com ele, quem é que se torna rebelde depois de adulto? — Sina sentiu pena dela, afinal não deveria ser fácil ter que aturar o garoto, todos os dias. — Você precisa falar com ele, por favor.
Linsey havia praticamente implorado e quando Sina se deu conta, já estava subindo as escadas em direção ao quarto dele. Bateu na porta algumas vezes mas foi ignorada, decidiu então que deveria simplesmente entrar.
Noah não estava no quarto e Sina se surpreendeu por ver que a decoração e a mobília ainda eram exatamente as mesmas. Seus olhos passearam por todo o ambiente e foi então que ela enxergou algo inusitado, uma foto dos dois, em um porta-retrato ao lado da cama.
— O que você está fazendo aqui? Porra! — A presença repentina assustou a garota, que estava com o porta-retratos em mãos.
— É uma foto nossa? Por Deus, por que você ainda tem uma foto nossa?
— Não interessa. — Ele parecia irritado, mais do que normalmente ficava.
— Interessa sim, para de agir feito uma criança! O que você está fazendo consigo mesmo? Por que lá fora você é como um demônio e dentro do seu quarto, ainda é o mesmo garoto doce que eu conheci?
— Se a foto é o problema, então eu resolvo.
Noah tomou o porta-retrato das mãos de Anastasia com certa brutalidade e então puxou a foto de lá, a rasgando em diversos pedacinhos e então jogando para cima.
— Eu não entendo você, não mesmo.
— Então quem sabe, você deveria parar de tentar. — Sina revirou os olhos, mesmo que ele parecesse estar mais calmo. — Agora vai embora, é sério.
— Eu vou, não se preocupe. — Noah parecia surpreso pela resposta, afinal ele sabia que ela era bastante teimosa. — Mas saiba que eu não vou desistir de você, não enquanto o meu coração continuar batendo.
— Uh, então que bom que algum dia você vai morrer.
— Não sem antes trazer o meu Noah de volta, nem que seja a última coisa que eu faça.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐓𝐑𝐄𝐀𝐓 𝐓𝐎𝐔 𝐁𝐄𝐓𝐓𝐄𝐑 | 𝐍𝐎𝐀𝐑𝐓
Romance❝ eu sei que posso te tratar melhor do que ele trata. ❞ Onde Noah não suportava ver Sina correndo atrás de seu melhor amigo que não sentia nada pela garota. ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ ㅤㅤㅤㅤㅤ ⩩ 𝗰𝗼𝗻𝘁𝗲𝘂́𝗱𝗼 𝗻𝗮̃𝗼 𝗮𝘂𝘁𝗼𝗿𝗮𝗹, ©vxndijk oficialmente concluí...