Capítulo 5 - War and Sorrow (Parte 1)

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Kylo abriu os olhos lentamente e encarou o teto cinza sobre sua cabeça, suspirando pesadamente. Aquele seria um longo dia.

Ele se sentou sobre a cama e passou a mão pelos cabelos bagunçados, ainda um pouco sonolento. Levantou-se devagar e caminhou até seu lavatório para enxaguar o rosto e deu uma rápida olhada no pequeno espelho sobre a pia.

Bolsas escuras se estendiam abaixo dos seus olhos e sua cabeça estava dolorida. Ele não havia dormido muito afinal. A conversa com a Jedi e a reunião marcada para aquela tarde haviam destruído qualquer chance de uma boa noite de sono.

"Você disse que eu não estava sozinha", ele tinha a ouvido sussurrar durante a conexão, provavelmente ignorante ao fato de que ele poderia ouví-la.

Me disse o mesmo e foi embora, ele pensou, abaixando a cabeça sutilmente.

- Hipócrita - sua voz saiu baixa e seus lábios se contorceram em escárnio. Ele já não sabia direito para quem dirigia suas palavras.

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A primeira coisa que Rey fez após abrir os olhos foi franzir o cenho, intrigada. Ela não havia tido pesadelos, nem mesmo o sonho angustiante que se repetia todas as noites desde os acontecimentos em Crait. Mesmo assim, algo estava a incomodando. Era quase como se ela estivesse sendo observada.

Ela coçou a cabeça levemente, tirando algumas mechas de cabelo do rosto. Talvez ela estivesse apreensiva depois de descobrir que ele poderia vê-la e ouví-la daquela maneira. Será que ele ainda estava monitorando-a? E por que ela não conseguia vê-lo também? Será que a última noite havia sido apenas um sonho, mais um dos truques sujos de sua mente para aliviar a insanidade que crescia dentro dela desde a última vez que ela havia visto Kylo?

O quarto pareceu subitamente abafado e ela se sentou, colocando as mãos sobre seu rosto. Não, ela pensou. A sensação da presença de Ren ainda permanecia ali, como uma sombra em seu encalço, a voz clara e firme mesmo distante flutuando em seus pensamentos. Você precisa me ouvir. Eu realmente preciso que me escute, foi o que ele disse a ela, quase como uma súplica, um pedido desesperado. Não, não foi um sonho.

Ela piscou voltando a si ao ouvir o som do comunicador apitar sobre a pequena mesa. Leia, Rey silabou, levantando-se rapidamente. Ela hesitou brevemente antes de pressionar os dedos sobre a pequena tela do aparelho, e suas mãos tremiam o suficiente para irrita-lá. Ela estava ansiosa, e palavras saltaram de sua boca, antes mesmo que a voz de sua Mestre.

- General! Como está se sentindo? - a garota disse nervosa esfregando as mãos e as palavras foram seguidas de um risinho sutil do outro lado.

- Eu estou muito bem, obrigada - a mulher disse em um tom leve e curioso - O que aconteceu?

Rey se mexeu, desconfortável.

- O-o que? Nada aconteceu, General. Está tudo bem, eu só não estava esperando que me chamasse agora.

- Você não tem o costume de me chamar de General, Rey - ela disse e Rey pode sentir suas mãos gelarem - Se algo te aflige, pode me contar. Sabe que eu sempre tenho tempo para ouví-la.

Algo apertou o coração da garota. Leia sempre estava lá para ela, mesmo quando ela escondia todos os problemas dentro de si e fugia de tudo e de todos, a mulher a buscava e dizia que não havia razão para medo ou ansiedade e que eles já tinham tudo o que precisavam para vencer o que quer que fosse bem ali. Era como se ela fosse a mãe que Rey tanto buscava.

Sua mãe. Não. Leia era sim parte de sua família, sua grande amiga e uma Mestre admirável e amável. Mas Rey tinha uma mãe, e, mesmo que essa tivesse a abandonado há muito tempo, o coração da garota a perdoou e guardou consigo as memórias de um calor que talvez nunca mais sentiria.

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